Coleção pessoal de ReSampaio

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⁠Dois lados,
muitas informações.
Em ambos
se pode ver perfeição,
não há motivo
para desviar o olhar,
existem muitos motivos
para apreciar
cada lado
e seu momento.

⁠Quantas memórias,
quantos segredos,
quantas coisas vividas
se pode manter,
por trás de uma fachada?

Que permaneçam
os melhores sentimentos,
que sejam cultivados
com toda sabedoria
que se construiu,
ao longo do percurso
para que nenhum
dos guardados
tenha sido em vão.

A vida resume-se
em um amontoado,
que em alguns momentos,
pode ser revirado.

De toda forma,
ao se abrir o portão,
que valha a pena
o que se vá encontrar.

⁠Encontrar a beleza
onde quer que
se encontre.

A beleza está
na simplicidade
de ser permitir
ser e exteriorizar
o quer se decidiu ser —

Sem preocupar-se
com olhos
que o mirarão.

Cada olhar encontra
o que lhe faz sentir,
e sentir-se belo
não depende
do olhar incógnito,
depende tão
somentede si.

⁠Possibilitar,
apesar de tudo
à voltateimar —
em desalentar,
que os olhos
descortinem
o fascínio,
do toque suave
de cada gotícula,
que traz consigo
a promessa
de broto —
e vida abundante.

⁠Molhar-se,
curvar-se,
sentir a vibração
de cada gota,
absorver o vier —
desde que venha
alimentar,
das raízes
à última pétala.

Para que
o desabrochar
venha viçoso,
erguido em vida
que transborda,
quando o céu
enfim se abrir
em azul
e o sol despontar —

mostrando-se.

Colorir-se,
mesmo quando
tudo ao redor
insiste —
desbotar-se.

Escolher sempre
que o momento
de desbotar-se
para construir
novas cores,
fique invisível —
ao exterior.

Há força,
há transformação
e há coragem
para manter-se
vibrante
e ainda assim,
reconstruir-se
silenciosamente —
em plena sabedoria
e ato de renovo.

⁠Abrigar-se é ato contínuo,
busca incansável
pelo que se crê reconforto.

Aventurar-se
deveria ser ato continuo —
não aquiescer constantemente no aconchego.

Ousar expandir raízes e galhos,
que outrora restringiram-se —
quiçá por imposição de si.

⁠Através da janela d'alma,
muito se pode
transparecer —
ao permitir-se assim,
torna-se moldura.

Que sejam molduras
a atravessar o tempo,
exprimindo força,
persistência,
e, em sua singularidade,
toda a beleza.

H⁠á vida — muita vida —
através de vidraças respingadas,
de céu cerrado e nuvens cinzentas.
A propósito,
a vida renasce quando —
tudo ao redor se põe a ruminar.

⁠Compreender o valor
da ausência de cores —
preparar e preencher
o que antes sugeriu-se
como inexpressivo,
em sua total plenitude
e intensidade —
ao encontrar-se consigo
em seu próprio silêncio.

⁠Dias cinzentos —
tão necessários…

Seria o instante perfeito
para inflexão?

Há momento de florir
e há momento de refugiar-se.

Procurar
por saber de si —
nunca contentar-se
com o que,
se pressupõe
conhecer.

Resolversempre
querer mais,
não permitir
que o visível cegue
os olhos d'alma.

Ser infinito,
ser profundo,
ser belo,
ser essência
no descomplicado —
e raro.

⁠Reflexos
gerados a partir
da luz
que é emanada.
É inevitável.
Mas é inconsciente?
Presumo que nem sempre...

Buscarpara que
se liberte então,
ecos que permeiem
todas as coisas,
verdadeiramente —
inspirando atalhos
para que se possa
ver a luz.

⁠Achar-se
no que se produz
involuntariamente.

Produzir muito
além do que
se pode ver,
muito —
além do que
ser pode tocar.

Transmitir o que
a Alma deseja
alimentar o desejo
de carregar luz.

⁠Há reflexo
por toda
parte,
não se pode
evitar.

A luzbusca
o seu espaço
e por entre atalhos
se mostra —
se faz lembrar.

⁠Desfocar
do externo
alvoraçado —
que limita
o som
d'alma.

Evidenciar
o som
do intimo
e deixar ressoar.

⁠Detalhes singelos,
mas exuberantes.

Não haveria necessidade
de submeter-se ao pavor
de refletir sobre
complexidades da essência
de existir.

Não bastaria
contemplar a exuberância
encontrada diariamente
e satisfazer-se?

⁠A incerteza
que permeia pensamentos,
que paralisa ou cala,
certamente
não deveria causar tanto abalo.

A verdade é que há certeza,
de vida e de partida.
Estão intimamente entrelaçadas,
quase visíveis.

Não permitir então a incerteza,
os questionamentos
entre um episódio e outro.

Olhar no profundo do ser
e deixar expressar
o que lá encontrar,
dia a dia,

deveria ser o que motiva
simplesmente experienciar
e desfrutar
cada instante.

⁠Iludir-se-ia ao crer
que perpassar por entre a vida
não extraviar-se-ia
dos sentidos tortuosos ofertados.

Há de haver passagem, decerto.
E há de empenhar-se
não somente em distrair-se
em suas sinuosidades
e labirínticas extensões.

Procure esmerar-se
no ímpeto da vida,
em sua mais simples simplicidade
de não renunciar-se.

⁠O que se pretende
proteger,
esconder,
ou então,
limitar?

A barreira,
traz à tona
um anseio
por preservar —
ou um grito
por libertar?

Que qualquer
barreira apenas
proteja todo
o desejo
de se manter
libertoem sua
maisintima
plenitude de coragem
e autenticidade —
de ser,
o que se quer ser.