Eu sou mansa mas minha função de viver é feroz.
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Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade.
Dar a mão a alguém sempre foi o que esperei da alegria.
Mas lembrar-se com saudade é como se despedir de novo.
Queria saber: depois que se é feliz o que acontece? O que vem depois?
E eu que esperava fogos de artifício, esqueci que as estrelas não fazem barulho.
Então comecei uma listinha de sentimentos dos quais não sei o nome. Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto – como se chama o que sinto? A saudade que se tem de pessoa de quem a gente não gosta mais, essa mágoa e esse rancor – como se chama? Estar ocupada – e de repente parar por ter sido tomada por uma súbita desocupação desanuviadora e beata, como se uma luz de milagre tivesse entrado na sala: como se chama o que se sentiu?
Minha consciência é inconsciente de si mesma, por isso eu me obedeço cegamente.
A loucura é vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente.
E só estou triste hoje porque estou cansada. No geral sou alegre.
Um dia uma folha me bateu nos cílios. Achei Deus de uma grande delicadeza.
Cuide-se como se você fosse de ouro, ponha-se você mesmo de vez em quando numa redoma e poupe-se.
Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
por amor.
Apesar de sagaz, não compreendo realmente o que está me acontecendo.
Oh chega de decepções, estou tão machucada, me doem a nuca, a boca, os tornozelos, fui chicoteada nos rins.
Quem não é um acaso na vida?
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.
Fico às vezes reduzida ao essencial, quer dizer, só meu coração bate.
O pecado me atrai, o que é proibido me fascina.
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Onde aprender a odiar para não morrer de amor?