Coleção pessoal de RaphaelaB
"A encarnação do Filho de Deus faz a grande transformação da humanidade. Deus não queria homem e mulher como simples criaturas, marcadas pela fragilidade e pela morte. Queria fazê-los todos participantes de sua própria natureza divina, filhos e filhas, mais que apenas obra de sua mão. Queria que fossem eternos. E queria que a isso fossem elevados por sua união vital com seu Filho encarnado, que pela sua humanização eles fossem divinizados. A grandeza, a glória da Palavra, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e verdade, manifesta-se principalmente na transformação que seu poder divino realiza em nós. Em nosso cotidiano, em nossas obras e em nosso amor, mais do que na criação do Universo, mostra-se seu poder misericordioso."
Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.
Foi o que eu precisava. Ocupar a mente e o coração com a arte, elevar o espírito, ampliar a consciência com os recursos da beleza.
Deixar de desejar, ou melhor, desejar sem as cadeias dos determinismos impostos pela vontade, é um sinal de evolução espiritual. Despir-se de expectativas, desacelerar o movimento dos desejos, acolher o que da vida vier, e só.
Nunca sabemos qual é o tempo exato para cada coisa. Ultimamente tenho sido muito seletiva. Escolho o que ver, o que sentir, o que pensar, ouvir e dizer.
Volto à leitura. A arte me entorpece. O êxtase que ela provoca é um abraço que me envolve com a generosidade do esquecimento. É uma redenção poder esquecer do que em mim é insuficiente, ainda que temporariamente.
Imaginar seria atribuir categorias humanas que são pequenas demais para se referirem à eternidade. Eu prefiro crer. E crer é esperar. E esperar deixa de ser um verbo sem conexão com a realidade quando decidimos construir os detalhes do que esperamos.
"Os outros nos tratam como autorizamos. E é claro que essa autorização não acontece da noite para o dia. Ela é processual."
O que ainda espero da vida? (...) Quero o despojamento espiritual, o desprendimento emocional que me permitirá olhar nos olhos dela e dizer: "Vida, minha vida, está tudo certo. A senhora não me deve nada".
Não se corrige o passado. O único tempo que se submete ao nosso comando é o presente. O agora é o único campo possível para a nossa atuação.
O entendimento não nos chega quando queremos, mas quando dele precisamos, ou quando para ele estamos preparados.
Não faz sentido exigir que alguém sofra só porque você sofre. É cruel. Não é justo impor aos outros o que não suportamos em nós.
O conhecimento produz as contrações que nos fazem nascer de novo, mantém ativos os ciclos de nossa evolução. Quem nos mata não é a morte, é a ignorância. É contra ela que precisamos lutar. Todo dia. Para que ela não venha impregnar nossas percepções. Quando estamos sob o domínio da ignorância, a tudo enxergamos com distorção.
Saber perder requer grandeza de alma. Requer colocar o orgulho sob guarda, esse inimigo oculto que nos corrói lentamente (...). É preciso não permitir a autocomiseração, reconhecendo o que foi realmente perdido. Sem idealizações. E sepultar, definir as exatas proporções do que perdemos. Nem menos nem mais.