Coleção pessoal de RafaelZafalon
CARTA DE AMOR
Acredito em um amanhã melhor ao seu lado!
Vejo os castelos imaginários que construiremos juntos!
Coleciono nossos beijos, que desafiam o tempo e confio no calor dos teus braços para aquecer minha alma.
Só existe miséria no Brasil porque esperamos o bolo crescer, para depois de frio, dividir! Esse processo letárgico sacrificou nosso país!
A felicidade…
Chega rápido pra uns
Breve para outros
Ainda tardia para alguns
E nunca, para quase todos!
Não há mentira na filosofia, quiçá na sociologia! Existem, de fato, afirmações clandestinas e achismos!
A infância
Sempre recordamos nossas infâncias
Lembramos das flores
E encaixotamos as dores
Negligenciadas
As flores
Murcham
Apodrecem
E morrem
Quase sempre solitárias!
Já aquelas dores...
Inquietas
Naquela caixinha
Tão apertada
Crescem
Consomem
Matam
Mas nunca morrem!
Aqui chove...
Já aqui relampeja!
Chove fora
Chove dentro
Dentro de mim?
Troveja!
Já as flores
Que amanhã ilustrarão meu caixão
Serão jogadas no lixo
Agora
Murchas
Sem valor
Sobre meu túmulo
Solitário
Mas, acabo as engolindo
Desesperado
Como-as hoje para matar a fome
De ontem
De amanhã
Fome insensata essa, não?
No "país das maravilhas"
Todos passam fome
E infortúnios.
Espero a morte nos soluços da vida, e quando engasgo com os desabafos, busco socorro no amargor das lembranças doloridas.
Com você:
Descobri um amor
Te amei de verdade
Em cada ponto da cidade
Lembrei de você
Conheci no meu corpo
O que te guardei
Senti por você
Tudo que tanto esperei
Te amo de verdade !
Ressurreição
Naquela praça
Entreguei meus medos
Quietos
Em segredo
Esperei que me amasse
Amassado
Sem medo de perder a viagem
Oferecia-te tudo
O amor maior no mundo
Já não era dádiva dos deuses
(…)
Minha dor cativa
Logo
Tornou-se luto
E a carne
Já fria
Ganhou vida
Na igrejinha de São José.
Para Isac Silva do Nascimento, na Praça da Paróquia de São José;
Araraquara, 19 de novembro de 2021 (25 anos do autor).