Coleção pessoal de psychopathy
Eu tenho sentido que a forma pela qual nós tratamos os animais é um bom indicador da falta de compaixão que somos capazes de sentir pela raça humana.
Se você pudesse ver ou sentir o sofrimento, você certamente não pensaria 2 vezes. Devolva a vida. Não coma carne.
Infeliz em público
O sofrimento, excentuando-se o que traz de dor, tem um certo glamour, é cinematográfico.
Cena 1: você atravessa a madrugada escutando músicas antigas, fumando dois maços e revendo fotos.
Cena 2: você se trancafia no banheiro, senta sobre a tampa do vaso sanitário e dissolve-se de tanto chorar.
Cena 3: você se revira na cama sem conseguir pregar o olho, pensando, lembrando, doendo.
Cena 4: você caminha por uma rua da cidade, sem rumo, parando para uma cerveja num boteco estranho, onde ninguém lhe conhece – que bom ser invisível.
Se é pra sofrer, que seja sozinho, onde seu rosto possa estampar desalento, inchaços, nariz vermelho, olhar perdido, boca crispada. Se é pra sofrer, que o corpo possa verter, vergar, amolecer. Se é pra sofrer, que possa ser descabelado, que possa ser de pés descalços, que possa ser em silêncio.
Que os demônios levem pro inferno aquele que bate à nossa porta bem no meio da nossa fossa, aquele que telefona bem no auge das nossas lágrimas, aquele que nos puxa para uma festa obrigatória. Malditos todos aqueles com quem não podemos compartilhar nossa dor, e nos obrigam a fingir que nada está se passando dentro da gente.
Disfarçar um sofrimento é trabalho de Hércules. Um prêmio para todos aqueles que conseguem fazer com que os outros não percebam sua falta de ânimo nos momentos em que ânimo é tudo o que esperam de nós: nas ceias de Natal, jantares em família, reuniões de trabalho. Você não quer estar ali, quer estar em Marte, quer estar em qualquer lugar onde não seja obrigado a sorrir.
Há sempre o momento de pedir ajuda, de se abrir, de tentar sair do buraco. Mas, antes, é imprescindível passar por uma certa reclusão. Fechar-se em si, reconhecer a dor e aprender com ela. Enfrentá-la sem atuações. Deixar ela escapar pelo nariz, pelos olhos, deixar ela vazar pelo corpo todo, sem pudores. Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior.
Nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. Somente através do amor e das amizades é que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que não estamos sozinhos.
Sabe qual é o problema? O problema é ter que seguir um padrão. É ter que se esconder e fingir ser alguém que você não é. O problema é ter que pensar nos outros. O problema é só pensar em você. O problema é ligar para o que dizem. O problema é não ligar. É ser gay, lésbica ou bissexual. É ser hetero. É fugir do padrão, ou segui-lo. O problema é fingir que não liga, ou demonstrar. O problema é dar vazão aos sentimentos, ou suprimi-los. O problema é amar. Ou não. O problema é ser feliz. Ou não ser. O problema é brincar. Ou levar tudo muito a sério. É tirar satisfação. Ou deixar passar. O problema é cuidar da vida alheia. Ou deixá-la em paz. O problema é se preocupar de mais. Ou de menos. É não escolher amizades. Ou escolhe-las. É ser influenciável. Ou influenciado. O problema [...] O problema é algo que nunca saberemos o que é.
A sua irritação não solucionará problema algum. As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas. Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar. O seu mau humor não modifica a vida. A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus. A sua tristeza não iluminará os caminhos. O seu desânimo não edificará a ninguém. As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade. As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você. Não estrague o seu dia. Aprenda a sabedoria divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o infinito bem.
O silêncio mórbido machuca pela indiferença! O silêncio da compreensão é um bálsamo! E o silêncio interior ensina e faz crescer. Pois o barulho não está fora de você, mas sim na sua mente. Aquiete a sua mente e compreenda-se primeiro para depois poder o outro compreender.
Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo.
Se você não consegue entender o meu silêncio, de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos.
A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.
Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia.
Fique de vez em quando sozinho, senão você será submergido. Até o amor excessivo dos outros pode submergir uma pessoa.
Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...
Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.