Coleção pessoal de profvaler14
É cada vez mais comum ouvir que os muçulmanos reagem a exploração do ocidente em seus territórios. Nada mais equivocado. O conceito de Jihad (que é mais amplo, mas vamos resumir em guerra santa) não se baseia no clássico "oprimidos x opressores" como quer fazer crer ideólogos hediondos, e sim, em interpretações do corão que ignoram o que é alheio às questões de fé, como é o caso da "luta de classes" marxista.
A "islamofobia", ou o fato deles viverem em guetos e serem "discriminados" em centros europeus não influi em nada. É bom lembrar que Bin Laden era de uma familia saudita bilionária.
As intervenções americanas e européias, tampouco. Eles próprios, baseados no corão, depõem governos que não seguem o extremismo da sharia, vide o estado islâmico (califado) paralelo.
O que eles defendem é simples: Ou o mundo se converte ao islã, ou morre. Não há tolerância religiosa. Os próprios muçulmanos contrários ao extremismo são chamados de traidores, covardes e infiéis por não consentirem com a vontade de Allah.
E por que a França se tornou o centro islâmico na Europa? Justamente por ser o país do velho continente que mais permitiu a degradação da milenar cultura ocidental em seu próprio território, processo que começou na revolução francesa, passou pelo Iluminismo, e chega ao relativismo geral dos dias atuais.
A cultura ocidental não se sobressaiu ao longo dos séculos através da opressão, como mentem os mesmos ideólogos hediondos de antes, e sim por sua superioridade cristalina e absoluta. Adotamos os números arábicos por serem superiores aos romanos. Não há problema. Todo o mais se manteve, desde nossa concepção de arte e música até o valor democrático, simplesmente por ser melhor, mais justo e mais ajustado ao âmago e anseios do homem.
Ainda que a sociedade ocidental não seja mais majoritariamente cristã, é fundamental manter e valorizar a cultura que nasceu na Igreja e no cristianismo - até mesmo os ateus precisam fazê-lo. Se retirássemos a cultura judaico-cristã ocidental, o que restaria das geniais obras de Bach, Mozart, Michelangelo, Da Vinci, Rodin, Shakespeare, Camões etc etc?
Se o ocidente permanecer negando sua própria história, valores e raízes - conforme deseja os desconstrucionistas e revisionistas da esquerda - terá por consequência o avanço islâmico com sua tirania, cerceadora do valor mais fundamental que o ocidente já criou através da sociedade mercantilista e industrial: a liberdade.
Contaram-me que Papai Noel não existia. Não lembro se fiquei chocado ou algo do tipo; penso que não, mas lembro com nitidez que me empenhei em relevar este segredo às outras crianças na primeira oportunidade que encontrasse. -- Foi na festa de fim de ano da escolinha. Certo momento apareceu o “Papai Noel”. Aquela indumentária vermelha, aquela barba postiça, a barriga enxertada, tudo que antes me parecia tão verossímil, gritava aos olhos a falsidade evidente. Já havia adiantado aos meus coleguinhas que o Papai Noel era uma farsa, sendo taxado de mentiroso. Para provar minha teoria - certos costumes nascem conosco - tracei uma estratégia. Era preciso um detalhe simples e irrefutável. Andei em torno do golpista e, num relance, percebi uma falha. Os cabelos da nuca, brancos, brilhosos e falsos, revelavam-lhe a peruca, deixando a mostra os fios pretos e reais que saiam, aos tufos, de sua cabeleira carapinha. Arregimentei um primeiro grupo e, sorrateiramente, posicionei-me atrás do sujeito para apontar a prova cabal. Foi um choque absoluto. Um dos meninos saiu chorando, aos berros, para minha sádica satisfação. Um a um fui chamando para que a verdade fosse revelada. Algumas mães, aflitíssimas, começaram a desmentir e criar novos mitos para conter a enorme celeuma que se fez. Olhos odiosos e cheios de crueldade fitavam o salão a minha procura. Mamãe precisou me proteger de possíveis retaliações maternais perante a iminência das delações dos recém-desiludidos. Foi uma festa e tanto!
Faltou a Nietzsche ter lido Dostoievski; se o tivesse feito, não teria falado em ubermensch, pois compreenderia o misticismo que há entre o homem e seu remorso. Destrinchem Dostoievski e percebam a Verdade: Não há amoralidade. A moral humana não é um contrato social. Está aí e esta aqui, cá dentro. É impossível ignorá-la sem que se definhe como um louco, tal como o autor de O Anticristo.
“O Sonho de um homem ridículo”, que é o texto mais místico que li do monstro russo. No mesmo estilo 'fluxo de pensamento' que me apaixonou em Memórias de Subsolo, Dostoievski discorre sobre nossos anseios existenciais que só encontram plenitude e descanso na fé imaterial. É pisado falar o quanto Dostoievski me esmaga com tudo o que escreveu. Não sei se qualquer pessoa lendo Dostoievski vá sentir a mesma coisa, portanto não posso te garantir que te sentirás assim, mas comigo é como se ele tivesse roubado pensamentos soltos da minha mente e os organizado numa história coesa e sensata, ao contrário das linhas soltas que confabulo. É como se fosse uma leitura telepática, onde todos os meus medos, dúvidas e sentimentos vários aparecessem continuamente nas páginas descobertas. Seria como ler o próprio diário, caso eu fosse capaz do que mais ninguém é, foi ou será: escrever como Dostoiévski.
Nunca mais haverá uma Billie Holiday no jazz, ou uma Callas na ópera. São vozes que Deus fez únicas para que fossem escutadas a exaustão por toda a eternidade.
Desculpem-me os puristas, mas não dá para lidar e combater a esquerda sem se sujar um pouquinho, assim como é impossível tirar o lixo de casa sem carregá-lo, com as próprias mãos, até a rua. Eles usam contra nós justamente a moral que guia nosso comportamento. São como vilão de filme pastelão: pede misericórdia ao herói no beiral do precipício e, tão logo é salvo, volta à carga para aniquilá-lo. Este método hediondo está no texto panfletário escrito por Trotsky, "A Moral deles e a Nossa", onde o picareta (a ambiguidade é proposital rs) discorre sobre como os adversários do marxismo têm ações limitadas por sua própria moralidade e censo ético, enquanto eles subjetivam qualquer valor moral e, portanto, possuem ilimitada margem para agir da forma mais vil que se faça necessária em vista de se atingir o objetivo almejado.
O ser humano só consegue estar apaixonado por uma coisa de cada vez. Qualquer coletivo de viés político move e é movido por paixões. Essas manifestações, à direita ou à esquerda, são realizadas por pessoas que não estão apaixonadas. Ou melhor, que estão apaixonadas pela causa política. Os apaixonados entre si, entre pessoas, passeiam no parque e lambem sorvete de bola, alheios aos problemas políticos.
Marx problematizou a luta de classes, Gramsci viu o empecilho da fé, mas nenhum deles pensou na mais profunda e clara alienação do apaixonado. A revolução sempre sucumbirá ao amor.
Quando surge o alvinegro imponente
Sou Santos Futebol Clube desde que me conheço por gente. Talvez isso explique meu espírito velho. Ou meu espírito velho explique o Santos, quem sabe? Só fui vê-lo campeão em 2002, aos doze anos de idade. Antes disso, ouvia a chacota e a humilhação dos meus amiguinhos da escola e do bairro com a obstinação dos iluminados, como se algo me dissesse que aquela dor teria um fim. Agora penso: deve ser a mesma obstinação que sente vibrar no peito os palmeirensezinhos de hoje.
É verdade que ganharam uma Copa do Brasil esses tempos, mas caindo meses depois, fica difícil. Não conheço a dor da queda - e nem faço questão - mas imagino algo aterrador, horrível; posto que o futebol é o último suspiro das tragédias gregas.
Foi o que falei ao meu amigo Victor, conhecido pela alcunha de Caboclo, assim que bateu em casa para tomar uma gelada. Mostrei-lhe este início de crônica que rabisquei em poucos minutos de intervalo e ele me disse que eu estava tentando copiar Nelson Rodrigues, ênfase para o 'tentando', que é o que mais dói. Contra-argumentei: - Todos copiam a todos. E segui com a digressão: Vinícius copiava Rimbaud; Drummond, Baudelaire. No começo do século passado todo romancista brasileiro queria ser Machado. Todos copiam. Tudo se é copiado, e desde sempre. Acontece que, antigamente, copiava-se os bons. Hoje se copia qualquer um. O poeta mais copiado da atualidade é o Paulo Leminski, Série C da poesia. Copiam até o comediante Gregório Duviviver, que não bate essa bola nem no varzeano. Se eu copio, concluí, pelo menos copio o melhor.
Assim como o Palmeiras, que ao invés das meias verdes, pôs as meias brancas, como que num pressentimento. Sabiam que o gol do alívio sairia dos pés que calçassem meias brancas. Copiando Paulo Coelho para provar que toda regra tem sua exceção: Maktub. E gol de Thiago Ribeiro. Gol no Parque Antártica. Comemora o mar verde em todos os cantos do Brasil. Nunca a torcida santista foi tão grande. Nunca a torcida palmeirense torceu para um time tão grande. Não restam dívidas, estamos quites, palestrinos.
Lembrei-me de Grafite, aquele centroavante que Dunga levou para a Copa de 2010 e que ficou marcado na formidável história do futebol brasileiro quando seus gols salvaram o Corinthians do rebaixamento no Paulistão de 2004. É verdade que o empate no Barradão também mantinha o Palmeiras na elite. O Gol - que heresia irei dizer - foi um detalhe. O grande lance foi os boleiros do Santos terem entrado para jogar, pois poderiam muito bem terem ido em clima de carnaval e aproveitado para ficar por Salvador mesmo.
Mas não tem jeito. O futebol é o esporte predileto do planeta terra, e de todos os outros planetas e seres que lá vivem. Se não fosse o gol do atacante santista ou a ponta dos dedos do goleiro Aranha, algum sopro divino no momento oportuno salvaria o Verdão. Não era a hora. Não novamente. É certo que o Palmeiras está no calvário de sua história, mas todo grande clube já precisou pagar seus pecados.
Quem sabe não melhora se, ano que vem, além das meias e calções, ponham também a camiseta branca? Não há combinação mais nobre na história do futebol. Mas, por gentileza, não deixem para a última rodada. Apesar de caridoso, às vezes o Santos joga de verde.
Há influências políticas sutis e naturais na obra de todo criador, jamais "friamente calculadas" ou tendo isto com intenção primeira. Como eu sempre falo quando há quem queira ouvir: O artista não racionaliza a arte, isso é coisa dos críticos, que não sabem nada de arte, sobretudo como realizá-la. Os Phds se espremem nos condicionamentos normativos das teses pois não são capazes de criar sob a luz da liberdade artística.