Coleção pessoal de PriscillaCavalcante

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A tristeza se alimenta de lágrimas e lembranças.
Portanto, não chore,não pense,
Antes que a tristeza aumente, e sufoque teu sorriso.

Que a felicidade me atropele, e que eu leve as marcas pra vida toda

Admiro o céu, que consegue conciliar simplicidade e beleza todos os dias.

Vivia assim
Solitário
Tão solitário quanto a lua num céu sem estrelas
Mudo
Calado
Porém feliz.
Tinha um travesseiro
Coberto de lembranças
E um cobertor
Feito de retalhos
Retalhos de sua própria alma.
O orvalho que caia do céu
Regava-lhe as esperanças
E as estrelas
Iluminavam – lhe o caminho
Quando todas as outras luzes se apagavam.
O suor que lhe caia do rosto
Fazia brotar a semente
E os olhos
Quase fechados
Ainda viam quase o invisível.
Tinha os pés cansados
Empoeirados
Rachados de pisar o chão
Mas nada no mundo dava-lhe mais prazer
Que caminhar por cima da terra
Melhor que ser coberto por ela
Dizia ele.
Na cabeça
Um chapéu
Já gasto pelo tempo
Mas que ainda dava pro gasto.
Tinha em si o perfume do mato
E nas mãos
Calos
Pra mostrar que a gente se acostuma com tudo
Até mesmo com a dor
E ela passa
E vai embora
E de repente
Nem se sente.
O coração?
Bom
Esse ainda batia forte
Mais forte ainda
Quando se lembrava de sua amada.
Não tinha saudades da vida longe do campo
Só tinha saudades dela
E mesmo depois de tantos anos
Ainda a amava
Cuidava
Regava.
Em meio a imensidão árida
Podia-se ver um jardim
Pequeno
Bem cuidado
Repleto de rosas brancas.
Havia também uma placa
Que por distante estar
Não pude ler.
Perguntei-lhe sobre o jardim
E ele
Respondeu apenas:
Ali
Plantei minha rosa mais bela
E como prometi-lhe um dia
Regarei nosso amor para sempre
Quando me aproximei
Pude ler
O que com uma trêmula letra
Se havia escrito
“Te amarei para sempre, Maria.”

Que o abraçar mil vezes a mesma pessoa, não me tire o desejo de abraçar outras mil

Sou mesmo uma criança madura, que apesar da idade, tem afinidade, com seu velho balanço

Eu coleciono cheiros lá na memória.

O rancor enferrujou-lhe as engrenagens do sorriso.

Sobraram poucos retalhos teus, e poucos retalhos meus. Sorte nossa que eu sei costurar.

Costure os bolsos, para que não percas outros amores como perdestes o meu.

Admiro os espinhos, por serem donos de rosas tão lindas.

Que o amor me deixe em paz.
Mas, por favor, que volte logo,assim que a saudade bater.

E que as coisas ruins virem poeira. Se grudarem em mim eu bato a mão, jogo água e sabão, deixo a poeira baixar e prossigo, como se nunca houvessem existido.

E enquanto os espinhos me ferem,
ando a espalhar o perfume das flores,
e num constante desabrochar de alma
continuo a derramar pelo caminho que trilho,
tristes versos de tudo o que sobrou de mim.

Os olhares se cruzaram. De tão desgovernados, colidiram. E, foram arremessados em direções opostas

Num dia é amor, noutro saudade.
É, sentimentos mudam com o nascer do sol!

Dizem que tudo na vida passa.
Os sonhos, a beleza a juventude;
A paixão chega, arrasa, devasta mais passa e, com ela, a dor;
De repente vem o amor, passando devagar, chegando de mansinho e com ele tudo de bom.
E se a gente não cuida, não vive o amor, o tempo também passa e num instante a morte arranca tudo da gente.
E quando se vê, cadê a felicidade? Aí só resta saudade de tudo o que não viveu.
É, nem tudo passa. A saudade permanece, para sempre.

Tinhas os olhos mais lindos que já havia visto, eram lindamente coloridos com o azul do céu, mas carregavam consigo os mistérios do mar. Eu até me permiti navegar por um segundo, mas, não era suficientemente seguro. Tive medo. Mares assim, desconhecidos, necessitam de embarcações mais fortes, e de cooperação. Sim, se o mar não coopera contigo e não te permite navegar, corres perigo de se deixar naufragar e ser vomitado na praia, onde tudo o que terás da imensidão azul, são as tristes lembranças.
Por isso, preferi fechar meus olhos a fim de não ver os teus, porque sempre que os teus olhos vinham de encontro aos meus, queimavam-me o coração, e eu não tenho ainda, coração à prova de fogo.
Ah, aqueles olhos. Claros como o dia, profundos como o mar, azuis

A Lua

A lua viu-nos pela primeira vez.
Viu quando desviamos o tímido olhar, que insistiam em se cruzar.
Viu quando as gélidas mãos se encontraram e um leve sorriso se escapuliu por entre os lábios.
A lua viu-nos frente ao espelho enquanto nos aperfeiçoávamos na arte de tornar-nos suficientemente belos, um para o outro.
Viu-nos vagar solitários entre tanta gente, a sorrir sem preocupação e falar de tantas histórias quase sem importância apenas por disfarce.
A lua viu-nos quando tentávamos fingir que o coração estava calmo, viu-nos tentar libertar um “zilhão” de borboletas, viu-nos quase perder o fôlego, mas recuperá-lo outra vez.
A lua viu o nosso abraço sincero e todas as promessas mais sinceras ainda.
Mas, um dia a lua viu-nos em cacos, viu-nos partidos, viu-nos partir.
E eu ainda estou a pensar que foi culpa da lua, que de tanto mirar-nos invejou o nosso amor.
Só não sei por quem a Lua se apaixonou...
Só sei que ela ou quer roubar-me de ti, ou quer roubar-te de mim. Está sempre a vigiar-me e sei que vigia a ti também.

Eu, assim como você, também já ouvi dizer que a gente nunca conhece a outra pessoa mesmo vivendo muitos anos ao lado dela. Mas, eu só quero me apaixonar todos os dias pelo mesmo desconhecido, e, se por acaso algum dia você acordar pensando que não me conhece, quero ser a única desconhecida disposta a conquistar-te mais uma vez.