Coleção pessoal de polianapb
A lua batia nas árvores, algumas nuvens erravam por entre as estrelas pálidas, o mar falava às coisas da sombra, a meia voz, a cidade dormia, do horizonte subia uma neblina, a melancolia era profunda.
Mas a sua alegria apagava-se dia-a-dia, e cobria-se de poeira, como a asa de uma borboleta que um alfinete atravessou.
É esse o efeito das existências esvaziadas, a vida é a viagem, a idéia é o itinerário. Sem itinerário, pára-se. Perdido o alvo, morre a força.
As suas reflexões não eram pensamentos, o seu sono não era repouso. De dia não era um homem, de noite não era um homem adormecido.
A perda das forças não esgota a vontade. Crer é apenas a segunda potência; a primeira é querer, as montanhas proverbiais que a fé transporta nada valem ao lado do que a vontade produz.
O olho do homem é feito de modo que se lhe vê por ele a virtude. A nossa pupila diz que quantidade de homens há dentro de nós.