Coleção pessoal de Poliana16
Toda a nossa compreensão dele está baseada num toma-lá-dá-cá de amor permutado. Ele nos amará se formos bons, éticos e diligentes. Mas nós trocamos as bolas: tentamos viver de modo a que ele nos ame em vez de viver porque ele nos amou.
Quanto tempo será necessário até que descubramos que não somos capazes de ofuscar a Deus com nossas realizações? Quando reconheceremos que não precisamos e não temos como comprar o favor de Deus? Quando reconheceremos que não temos de forma alguma os requisitos necessários e aceitaremos alegremente o dom da graça? Quando iremos apreender a empolgante verdade de Paulo: ‘sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus’ (Gl 2:16)?
Se você é um filho de Deus, saiba hoje, que não importa o que você está enfrentando, você é profundamente e totalmente amado.
Bendito seja Deus, a nossa salvação é uma obra consumada. Ela não precisa, nem admitirá, suplemento. E aqui, lembremo-nos de que, quando falamos de uma salvação consumada, nós queremos dizer a completa e infalivelmente efetiva redenção realizada pelo mérito propiciatório da própria obediência pessoal de Cristo e dos próprios sofrimentos pessoais
de Cristo; tanto um quanto o outro dos quais têm a perfeição infinita da expiação e eficácia
da justificação, que está absolutamente fora do nosso poder o acrescentar algo ao mérito ou validade de qualquer uma. Cada indivíduo da humanidade, por quem Cristo obedeceu,
e por quem Ele sangrou, certamente será salvo por Sua justiça e morte, e sem a exceção de nenhum dos redimidos; considerando que Cristo pagou, totalmente pagou, a dívida da perfeita obediência e o sofrimento penal; assim, aquela justiça Divina deve transformar-se
em injusta, se fosse possível para uma única alma perecer por todas ou qualquer uma daquelas dívidas que Cristo tomou sobre Si mesmo para libertação, e que Ele absolutamente libertou conforme o acordo.
Como seu Pai nunca esteve mais perto dele em força para sustentá-lo do que quando estava mais longe no sentido de favorecê-lo com conforto, assim também Cristo nunca está mais perto de nós em poder para nos sustentar do que quando parece esconder ao máximo de nós a sua presença.
Toda vez que pecados de fraqueza estão em uma pessoa, ali a vida de graça deve ter começado. Não pode haver fraqueza alguma onde não há vida nenhuma.
Se odiamos nossas corrupções e lutamos contra elas, elas não devem ser contadas como nossas. "Não sou eu que faço isto", diz Paulo, "mas o pecado que habita em mim" (Rm 7:17). Pois o que nos desagrada nunca nos machucará, e seremos estimados por Deus para ser o que amamos, desejamos e labutamos ser
"Eu creio, Senhor" (Marcos 9.24), com uma fé frágil, todavia, com fé; amo a ti com um amor débil, todavia, com amor; esforço-me de uma maneira fraca, mas esforço-me. Um foguinho é fogo, todavia, solta fumaça. Visto que tu tomaste-me para dentro de tu aliança para ser teu, eu que era seu inimigo, lançar-me-ás fora por essas doenças, que, assim como te descontentam, também são elas a tristeza do meu próprio coração?
Em termos da sua aceitação por parte de Deus, você está disposto a depender unicamente da obra perfeita e acabada de Jesus em vez de depender do seu desempenho miseravelmente imperfeito?
Viver pela graça significa entender que a bênção de Deus sobre a nossa vida não é condicionada pela nossa obediência ou desobediência, mas pela perfeita obediência de Cristo. Significa que, em resposta de gratidão à graça de Deus, procuramos entender a sua vontade e obedecer a ele, não para sermos abençoados, mas porque fomos abençoados.
A lei de Deus, a doutrina mais salutar [benéfica] da vida, não pode fazer avançar os seres humanos em seu caminho para a justiça, mas sim os impedir.
Qualquer obediência não fundamentada ou motivada pelo Evangelho é insustentável. Não importa quão arduamente você tente, quão "radical" você se torne, qualquer mecanismo do qual você esteja dependendo para obter força para obedecer, que seja menor que o Evangelho, entrará em colapso no devido tempo.
Uma vez que Cristo pagou a dívida, a dívida foi paga e nunca será cobrada novamente! Se vocês são perdoados, o são de uma vez e para sempre! Deus não dá ao homem um perdão gratuito, sob Sua própria promessa e, então, mais tarde, se retrata e o pune – longe de Deus fazer tal coisa! Ele diz: “Puni a Cristo. Você pode ir livre”. E, depois disso, podemos “nos regozijar na esperança da glória de Cristo”, pois, “justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Nós não temos que tentar justificar a nós mesmos mais. Nós não temos que tentar fazê-Lo sorrir. Ele já está sorrindo.
Porque Jesus Cristo obedeceu perfeitamente todas as facetas da lei em seu lugar e, em seguida, morreu levando toda a culpa e ira que era sua por direito, você não está mais obrigado a obedecer a lei como uma maneira de evitar a Sua ira.
Como, então, eu posso cultivar a sinceridade do amor que motiva a obediência? Ao concentrar-me mais atentamente sobre Seu amor por mim do que sobre meu amor por Ele, mais em Sua obediência do que a minha, mais sobre Sua fidelidade do que a minha, mais em Seus pontos fortes do que os meus.
O progresso na obediência ocorre quando nossos corações percebem que o amor de Deus por nós não depende do nosso progresso na obediência.
O Evangelho não apenas o livra do que as outras pessoas pensam sobre você, ele o liberta do que você pensa sobre si mesmo.
Em nossos dias, espera-se que os pregadores sejam especialistas em "renovação moral cristã". Espera-se que eles ofereçam listas de "faça isto", em vez de anunciarem: "Está consumado". Espera-se que eles façam alguma outra coisa "mais do que" expor aos olhos de suas congregações a obra consumada de Cristo, pregando uma absolvição total baseada tão-somente na justiça completa de Outro. Evidentemente, a ironia é que a renovação moral não acontece mesmo quando os pregadores seguem essa pressão. Focalizar-me no como estou fazendo mais do que naquilo que Cristo fez é narcisismo cristão (um oximoro, se já ouvi um oximoro) – o veneno da auto-absorção que destrói o poder do evangelho em nossa vida. Martinho Lutero comentou que "o pecado que está por trás de todos os nossos pecados é a mentira da serpente de que não podemos confiar no amor e na graça de Cristo e de que temos de tomar as questões em nossas próprias mãos".