Coleção pessoal de poemas_arquivados
em transe
Delirei, é eu tive um delírio intenso quando no pensamento eu me transportei
Nele eu vi, eu me vi fazer com muito amor e muito carinho
Um desenho numa folha de papel, o desenho, um pássaro
Cheio de expressão feito com tinta nanquim
Peguei a folha e fiz um aviãozinho de papel e joguei no ar
De um modo tão perfeito que o aviãozinho ganhou sentimento e vida se tornando
Aquele pássaro do desenho de nanquim
Com asas voou até um condomínio onde as pessoas
Eram como filhos de Deus
Não se casavam nem namoravam, mas aquele aviãozinho que virou passarinho voou direto
Até aquela com quem eu queria estar e, em mim materializou-se e o amor consolidou-se
(edson cerqueira felix)
eles se acham fortes
É triste mesmo, vendo tantos animais, pagando sofrimento p’ra alimentar outros
E já nascem com esse destino, nesse campo de concentração
Nossa que lamento, nem o universo é capaz de compreender o tamanho dessa coisa
Desse lamento
E a sensação de saber, ver, sentir, conferir as provas
E ninguém, está nem aí
Agora lá fora, eles bebem (sua cerveja e outras alcoólicas)
E se estão à gargalhar bem alto comendo seus churrascos
É festa e alegria pra eles, mas eles deixam de notar, ou melhor,
São insensíveis a essa realidade e acham que eu aqui, sou um maluco
Nossa, que mundo desgraçado eu vim parar
Mas já estou conectado ao subverso
Ou o subverso, conectado, em sintonia nossa suposta imaterialidade
Pois se concebemos na imaginação que seja,
A existência do imaterial que existe, logo, logo, há ali uma materialidade,
Por assim dizer, no entanto diferente
(edson cerqueira felix)
ela em tudo
Quero ver-te verde da janela, minha princesa e minha Cinderela
Tão bela e donzela, trago em um vaso rosas amarelas
Vem com alegria, sim vem, vem oh rosa Cinderela
Vem oh aquela de coroa dourada e colar de pérolas
Teus pés são diamantes, tuas mãos brilhantes
Teus olhos são opalas
Teus cabelos ônix
O teu corpo é de âmbar
Eles te oferecem duas pedras, ambas rubi e esmeralda;
De valor no mercado eu não tenho quase nada
Mas venho à nado
Pra minha sereia encantadora com uma harpa na voz
Eu só tenho um seixo branco como uma nuvem no céu na palma da minha mão na sua
(edson cerqueira felix)
E COM RODAS MULTIDIRECIONAIS PARA QUALQUER MANOBRA
Fusca inteiraço, coisa boa, fabricado originalmente para a guerra
Todo reformado de cima pra baixo, de baixo pra cima
De frente para trás e de trás para frente, reformado
De dentro para fora e de fora para dentro, ou seja, todo
Reformado mesmo. Pintura nova num realce do original, bege
Lindo! Motor refeito, novo, lanternagem, tudo, bom demais
Em perfeito estado e sem nenhum defeito, impecável.
Estofamento novo e de superior qualidade, uma obra-de-arte
Tudo novo (plenamente recauchutado) para qualquer estrada
(EDSON CERQUEIRA FELIX)
do lado de fora da vitrine
O patrão não respeita, acha que paga pra não respeitar
Se quero ser reconhecido, eles não deixam o pobre se levantar
E jogar um jogo na limpeza. O pobre é escravo, escravo do patrão
Não é tido de fato como importante para a empresa
É apenas um material descartável como uma folha de papel usada, amassada e jogada fora
Sem auto-estima na tendência de se fazer a pessoa sentir-se substituível
É assim que funciona e sem grana, num centro comercial
Torna-se a pessoa(s), sem poder de aquisição de coisas simples/básicas
Coisas essenciais normais, não mais
(edson cerqueira felix)
disco-voador nos olhos
Olha eu aqui, diante todas vocês lindas, mais que lindas
Lindas de mais!
Sozinho, relativamente
Eu e as constelações de estrelas
E há tanta eternidade dentro desse coração mui, desesperado
Num ritmo acelerado, tentando ser calmo
Tentando viver normalmente, sem se ser um medíocre
Sem se ser um qualquer
E é tão difícil de se conseguir
Agora já estou muito mais além de toda a razão
Tudo é relativo
E as minhas noites são todas miragens da minha cama quando penso a noite
A noite me pensa
Ainda acordado eu vou, é noite, eu vou à sacada
Dar uma sacada
E por coincidência, a noite está límpida
Uma carruagem passou por ela, limpando as estradas do céu
Um disco voador, sempre que corro perigo ele vem
Sobre o meu endereço a pousar em cima na laje
Naqueles momentos em que só você vê o que vê
Não há problema de um pensamento acelerado e sim, um pensamento lento
Não julgue o fruto da minha imaginação, eu sei que são frutos
E eu, sou como a árvore
Os meus dias são
Mas da sacada elas me lançam suas sacadas
E são muitos fleches de luz sob mim
E eu penso ser possível olhar para cima e ainda assim estar olhando para baixo
Uma ilusão ou impressão de ótica ou, apenas imaginação pra ótica
(edson cerqueira felix)
desperto com um beijo
Meu amor!? Eu quero que saiba, que me perdendo
Contigo eu me encontrei, de verdade
Em você, o melhor de mim
Em você, o melhor em mim
Até o mel, eu descobri que é diferente
No entanto, sem experimentar
Mas em você, eu pude provar do que é mais doce
Você é a abelhinha que faz o mais doce
Do néctar na minha boca
Oh, como eu te queria até depois do amanhã
Oh como eu te queria, até depois de um futuro
Até o futuro vir a ser o início
Comigo e com você
(edson cerqueira felix)
descalço na chuva
Vai chover amanhã, embora o tempo haja bom, vai chover
O tempo está perfeito, mas vai chover uma chuva
Com gotas que caem tão suavemente do céu
É uma chuva que quase ninguém esperava
Talvez ocorra por motivo de força maior
É chuva que ninguém quer tocar,
Que talvez caia, do meu olhar. Do poder de amar
(edson cerqueira felix)
delírio
Olhando de fora, ou, olhando assim, parece, é um homem e uma mulher
Mas na verdade o que parece são dois deuses em plena harmonia
E de tanta perfeição que há, que se vê
Talvez sejam semi-deuses, é, é isso, semi-deuses
Tão cheios, de uma coisa que eu não sei dizer o que é
Não sei dizer o nome, mas é algo excelso
Não é, simplesmente nobre, é um algo suave, diferente, único
Eu não sei explicar, mas sei o que vejo
Cada um conhece ao outro sem erro, como se fossem
Duas peças que se encaixassem de uma maneira a formarem uma paisagem
Sentimental
Uma paisagem emocional, uma paisagem que cura a minha loucura
(edson cerqueira felix)
CONSIGO TAMBÉM
A prima Vera nova veio
E restaurou
As estações da natureza
E o verão
Viram que chegou
Educado onde o clima é
Mais respeitado
E vem trazendo
Consigo também
A época da colheita
Frutífero verão os 0lh0s das crianças
A benção da estação
(EDSON CERQUEIRA FELIX)
COMO UMA GOTA QUE SAI
Óh menina, áh óh!
A manhã já vem chegando
E eu só sei dizer: Áh Óh
É a dor que vem chegando
Por isso eu digo áh óh
Ela chora quando eu digo áh óh
O sol já está brotando com passarinhos cantando
E até que enfim vem chegando
Por isso eu digo aquela mesma coisa
Até que como uma gota cai
Óh até que enfim o prazer chegou
Quando como uma gota que sai
A dor de dente saiu
EDSON CERQUEIRA FELIX
ciclopes
É claro, como humano, eu tenho fome
Hora mais acentuada, hora menos...
Mas está escrito que nem só de pão, de comida, vive o ser físico
Mas também de algo imaterial, até porque, não se trata de apenas
A carne e os ossos, mas também o entendimento,
As emoções, a sabedoria, o amor
Qualidades impalpáveis, que porém, caracterizam-se
Então, eu seria um irracional pior que qualquer outro,
Se eu não notasse que preciso de coisas além de comida e roupa
Há uma necessidade inerente aos seres, como a de olhar o céu
E as estrelas, ver e admirar flores em sua estação
Ler um livro, ou se reunir em grupo, com pessoas de compartilhável
...Interesse
Mas a minha fome não é carnívora, nem canibal
E não é cúmplice de violência
Do derramar de sangue inocente
De seres, tão animados quanto a sua gente
Irracional, irracional é a sua fome de carne, igual a de um canibal
(edson cerqueira felix)
CAROL
Óh frasco bonito de mais perfumado perfume
Ao brilho da luz, um lume
E arcano perfume assim dás
Nos teus cabelos encontrei uma mina
De mineral desconhecido
Tua boca tem gosto de léshem
Sem a minha nem léshem
Descubro o teu castelo de fadas
E no prazer, por favor me fadas
Vou trabalhar no vaso qual oleiro
Alisando, esculpindo a forma
Dando as saliências com as mãos puras
Beijando da boca da realização
E comendo a tua semente com a tua fruta
Doce no paladar de águas
Represadas em tua cintura
EDSON CERQUEIRA FELIX
caminho estreito
Fico de fato, não, não é a campanha ou a exclamação do famoso:
Digo que fico!, não.
É apenas o começar do fim, quando o assunto sobre
Ficar em dúvida na solidão sobre retroceder ou não...
Retroceder pra onde?
Na solidão, sozinho de verdade, vem pensamentos, de retroceder
Por um pouco de companhia, com antigos amigos
Nas fileiras de uma comunidade cristã
E apoiar de alguma maneira ou participar com eles, de coisas
Inclusive, que eu não mais acredito
E por assim, um pouco de amigos “supostos”, me envolver
Ou como dizem lá, me pôr num jugo desigual com eles
Pois evoluí muito eu acho, e lá, a merenda, continua
De recém nascidos, ou melhor, bebês na base de leite
Eu peço desculpas se lhes ofendo, se lhe ofendo. Mas,
A solidão me faz pensar que seria uma “saída” desse dilema, mas também
Acho, que não é tão fácil assim, eu, meio que tendo de fechar os olhos
Para participar das crenças deles
Mas daí pensando e até aqui, eu acho mesmo, que não devo ser
Um covarde e levar a minha senda, o meu caminho, como um homem
E na minha senda, eu sinto que não dá pra ir de mãos dadas com ninguém,
E sim, apenas solitário
(edson cerqueira felix)
BRILHANTES NO TETO DA CAVERNA
Muitos diamantes enfeitam o teto da caverna
Uns diamantes mais-grandes, maiores
Outros mais-pequenos, menores
Muito bem incrustados no teto da caverna
Um telhado de brilho cravejado de brilhantes
Cintilam os brilhantes nas suas belezas
Como piscares de olhos cintilam tão bem
E bonitos também. E nunca se cansam de brilhar
O brilho de cristais na rocha, o teto da caverna
(EDSON CERQUEIRA FELIX)
BORBOLETINHA NO COLO DO VENTO
Vento cortês a cortejar a borboletinha amarelinha
Escondendo-a no inverno no lugar sagrado
Aquecida pelo coração do vento que é como
Cera quente da vela perpétua derretida que queima
E alumia a luz ideal com doces memórias de uma
Bailarina dos vôos na primavera daquela que voa
Como, com a beleza de uma flor. Vento amigo
Que beija, conduz, guarda e preserva e que é um
Tapete mágico da linda borboletinha amarelinha
(EDSON CERQUEIRA FELIX)
ARMADA COM BELEZA
Autor: Edson Cerqueira Felix
Localização: Paraíba do Sul
Homenagem: Cantor George Michael, Poeta Jorge Cardozo e Poeta Luiz Coelho Medina
Reminiscências e luminiscências
De uma beleza
De minha essência tanta
Para os meus caprichos
Que ao não olhar o interior de ti
Ah, de ti
Me distraí, me enganei e ali me perdi
Pois olha só, a beleza lesa
Quem diria, um artifício para distrair, enganar
Iludir e subtrair
Roubar!
Pois toda aquela beleza lesou e foi tão vã
E va-dia na noite
Um chamariz e chafariz de beleza
Isca armada com leveza para pessoa armada com beleza
Como uma sereia que derruba
A embarcação com sua arpa nas mãos e o seu lamento
Aparentemente doce nos lábios
Serei-o
Ah beijei com amor eu sei
Ah amei quando generoso lhe toquei e contagiei
Oh me desarmei
Com o seu medo que armei!
No oceano
Qual RMS Titanic naufraguei
Pra levar luz na escuridão onde cheguei
(Te amei meio inteiro com tudo d’um coração
Louco de emoção em toneladas;
Mas não corte meus cabelos)
Data: 13-01-2018
apoio
Quando os meus “amigos”, supostos, se tornam meus inimigos
Revelando nunca terem sido amigos mesmo
Quando eu for pressionado até o parapeito da casa
Au me desequilibrar
Um anjo (?), irá me apoiar
E Deus (?), tudo em um sonho de revelação irá tornar
Mas o toque sobrenatural tem a mão de Jah (!)
(edson cerqueira felix)
ancorada no meu coração
É meu amor, eu sinto que eu posso
E se eu for daqueles que só se importam com o hoje
Eu já estaria vivendo aquilo que eu acharia no futuro
Eu estaria te esperando em vão
Mas eu ouvi alguém dizer, com uma certa notabilidade
Sobre que não se ama em vão
Bom, pronto, já me consolou (!). De verdade
Mas se eu não quero esperar em vão
E parece que é o que está acontecendo
Por que eu continuo?
Eu só sei que eu e você demos fruto,
Um fruto perfeito que eu guardo no coração
A arca do nosso pacto
E através desse fruto eu me alimento eternamente
E mato a fome dos famintos e aos sedentos eu lhes mato a sede
Com suco dessa fruta
Vendo um pouco para os gananciosos
E fico rico com o ouro e com a carência deles
Sou como a mãe deles
(edson cerqueira felix)