Coleção pessoal de PikEnA069
- Só me diga agora se você ainda pode me amar ou não, depois de tudo o que a fiz passar. Pode? - sussurrou ele.
- Que tipo de pergunta idiota é essa?
Ele me olhou através dos cílios longos, os olhos dourados suaves, mas de certo modo, ainda em brasa.
- Prometo ama-lá para sempre... a cada dia da eternidade. Quer se casar comigo?
Havia muitas coisas que eu queria dizer, algumas não muito boas e outras mais revoltantes de pieguice e romantismo do que ele sonhava que eu seria capaz. Em vez de me constranger com qualquer das opções, eu sussurrei um "sim".
- Obrigado - disse Edward simplesmente. Ele pegou minha mão esquerda e beijou a ponta de cada um dos dedos antes de beijar a aliança que então era minha.
Durma, minha Bella. Tenha sonhos felizes. Você foi a única que tocou meu coração. Serei sempre seu. Durma, meu único amor.
Mesmo eu lutando pra não pensar nele, eu não lutava pra esquecê-lo. Eu tive medo que - tarde da noite, quando a exaustão pela falta de sono quebrasse minhas defesas - que eu acabasse me dando por vencida. Eu tive medo que minha mente fosse como uma peneira, e que algum dia eu não lembrasse mais a cor exata dos seus olhos, a sensação do toque da pele fria dele, ou da textura da voz dele.
Eu podia não pensar nisso, mas eu precisava me lembrar disso. Porque só havia uma coisa na qual eu precisava acreditar pra ser capaz de viver - eu precisava saber que ele existia. Isso era tudo. Tudo mais podia ser suportado. Contanto que ele existisse.
- Bella! - Ele voltou toda a força de seus olhos dourados e abrasadores para mim.
- Que é? - murmurei, distraída.
- Divirta-me! - insistiu ele.
Infância não é a partir do nascimento com certa idade para uma certa idade.
A criança se torna um adulto, e esquece das coisas infantis.
A infância é o reino onde ninguém morre.
– Edna St. Vincent Millay
PREFÁCIO
Eu já tive muito mais experiências de quase morte do que era necessário, isso não é exatamente uma coisa a qual você se acostuma.
No entanto, enfrentar a morte novamente parecia estranhamente inevitável. Como se eu realmente estivesse marcada pelo desastre. Eu escapei vez após outra, mas ela continuava vindo atrás de mim.
Ainda assim, essa vez era tão diferente das outras.
Você pode correr de alguém que você teme, você pode tentar lutar com alguém que você odeia. Todas as minhas reações eram direcionadas a esses tipos de assassinos — os monstros, os inimigos.
Quando você ama a pessoa que está te matando, não te restam opções. Como você poderia correr, como você poderia lutar, quando fazer isso machucaria o seu amado? Se sua vida fosse tudo o que você tem a dar ao seu amado, como você seria capaz de não dá-la?
Se fosse alguém a quem você realmente ama?
Às vezes eu me perguntava se via as mesmas coisas que o resto do mundo.Talvez houvesse um problema no meu cérebro.
Nunca pensei muito em como morreria - embora nos últimos meses tivesse motivos suficientes para isso (...). Sem dúvida era uma boa forma de morrer, no lugar de outra pessoa, de alguém que eu amava. Nobre, até. Isso devia contar para alguma coisa.
O jeito como eu sinto por você nunca vai mudar. É claro que eu te amo - e não há nada que você possa fazer pra mudar isso!
- E então o leão se apaixonou pelo cordeiro... - murmurou ele.
Virei a cara, escondendo os olhos enquanto me arrepiava com a palavra.
- Que cordeiro imbecil - suspirei.
- Que leão masoquista e doentil.
Salvar sua vida tinha sido a única coisa certa que eu fiz desde que a conheci. A única coisa de que não me envergonhava...
A única coisa que me deixava feliz em existir!
De três coisas eu estava convicta. Primeira, Edward era um vampiro. Segunda, havia uma parte dele - e eu não sabia que poder essa parte teria - que tinha sede do meu sangue. E terceira, eu estava incondicional e irrevogavelmente apaixonada por ele.