Coleção pessoal de Peter2008
Irmão não é aquele que saiu do mesmo lugar que você, mas aquele que está no mesmo lugar, quando você precisa dele.
É engraçado juntar as palavras "explicação" e "amor" na mesma frase.
Eu tenho em mim, apoiado em experiências pessoais, e de pessoas que conheci, que o único momento da vida em que tentamos explicar o amor é quando estamos com medo de amar. É como se, ao torná-lo algo racional, pudéssemos nos livrar dele antes que nós cause problemas.
Se Freud um dia tentou explicar o amor, certamente foi em um momento assim.
Antigamente eu achava que ninguém tinha a fórmula da felicidade.
Hoje, eu acho que todos têm, a fórmula para a felicidade do outro
Ninguém morre por causa de um amor não correspondido.
Mas, há quem deixe de viver por isso.
O que é a mesma coisa que morrer.
Não estrague sua vida tentando me fazer sofrer, eu não mereço. Se tiver que estragar a vida de alguém pra se vingar de mim................estrague a sua mesmo.
Sempre vi a vida como um laboratório e a mim mesmo como um aprendiz do grande cientista do universo.
Sempre brinquei de misturar sentimentos e atitudes, os únicos elementos de que dispunha.
Sempre acreditei que a mistura exata de ambos me conduziria à fórmula da cura de todos os males, aquela que a literatura chama de felicidade eterna.
Confesso que algumas vezes acreditei ter chegado à descoberta, mas com o passar do tempo a felicidade foi se dissipando e ficou em mim apenas a sensação de ter voltado ao começo.
Talvez, a felicidade sem intervalos não exista, ou, quem sabe, talvez a felicidade seja o próprio intervalo.
De talvez em talvez eu sigo minha busca sem intervalos, para descobrir, talvez, que a felicidade eterna é o intervalo que começa somente depois do fim.
BOA E IRÔNICA VIDA
Boa, porque me permitiu envelhecer para ver que eu não tinha problemas quando jovem.
Irônica, porque se tivesse me permitido ver antes, eu não teria me preocupado com eles. Guardaria aquela energia toda para me preocupar com os que tenho agora.
Só espero que quem fez a vida não a tenha feito de ciclos. Detestaria descobrir aos 148 anos que também não tenho problemas hoje.
Posso não ter mais o mesmo humor e a mesma disposição para me reciclar
PERDI A CONTA DE MIM MESMO.
Quantas vezes minha vontade foi feita ou negada pelos sins e nãos que falei?
Quantas vezes eu disse um, querendo dizer o outro?
Quantas vezes meu sorriso estampou minha alegria e quantas outras ele escondeu minha tristeza?
Quantas vezes eu escolhi quem me acompanhava e quantas eu escolhi apenas não ficar sozinho?
Quantas vezes usei meu silêncio para encobrir meu conteúdo e quantas outras falei sem parar para esconder meu vazio?
Quanto sou do que quis ser e quanto sou do que quiseram que eu fosse?
Sou fruto de poucas escolhas e infinitas renúncias.
Minhas escolhas fizeram de mim o que sou e minhas renúncias fizeram de mim o que deixei de ser.
Minha inspiração não acabou, mas o sono toma conta de mim.
Como inspiração não se desperdiça, pretendo continuar escrevendo após adormecer.
Se pretendem continuar me lendo, sonhem comigo.
Quando eu era criança, ficava pensando nas coisas que faria quando fosse adulto.
Hoje adulto, fico pensando no que deixei de fazer quando era criança.
Bora viver na prática, antes que a velhice chegue e faça o ciclo se repetir.
Ensinaram-me que falar de boca cheia é feio;
Que falar sozinho é loucura;
Que falar dos outros é intriga;
Que falar de nós mesmos é falta de humildade;
Que falar sem consentimento é intromissão;
Que falar de coisas que não sinto é falsidade;
Que falar mentiras é errado, mas que falar verdades pode ser cruel.
Como se vê, ensinaram-me a ficar de boca fechada, mas nunca me disseram que eu não podia escrever.
Sempre tive mais facilidade em perdoar as pessoas do que a mim mesmo.
Acho que é porque o perdão, pra mim, sempre exigiu um certo distanciamento, até a poeira baixar.
Eu ainda não aprendi a ficar longe de mim.
Curve-se ao tempo e entregue-se às mudanças.
Às vezes, é preciso sentar-se no banco do passageiro e deixar a vida pilotar.
Talvez a felicidade seja uma reta paralela à própria vida. Isso resumiria a árdua tarefa de encontrá-la a uma simples olhadinha para o lado.