Coleção pessoal de PensandoComOCoracao
Não há coisa que mais embriague do que a perturbação de alma, a tristeza que conduz o homem à morte.
A castidade das viúvas é dificílima, porque se vêem obrigadas a lutar incessantemente contra a lembrança dos prazeres que gozaram.
Cristo não viu nossa miséria de longe, não nos amou à distância: desceu e veio viver a nossa vida, fazendo-se Deus-conosco! Por isso, Ele é o verdadeiro Bom Samaritano, o verdadeiro modelo daquele que “se faz próximo” do próximo: viu-nos à margem do caminho da vida; viu-nos roubados e despojados de nossa dignidade de imagem de Deus; viu-nos totalmente perdidos… Ele se compadeceu de nós, desceu à nossa miséria, fez-se homem para nos curar e elevar. Nele se revela a plenitude do amor a Deus e aos outros: “Deus quis por Ele reconciliar consigo todos os seres que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz”.
Sê o próximo inteligente, ativo e compassivo com todo aquele que precisar de ti. Pois, como ensina São Tomás: “quando o homem é amado, Deus é amado já que o homem é imagem de Deus”. Quem ama de verdade Deus, ama também os seus iguais, porque verá neles os seus irmãos, filhos do mesmo Pai, redimidos pelo mesmo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Temos este mandamento de Deus: que o que ame a Deus ame também o seu irmão” (1 Jo 4, 21).
Na parábola do bom samaritano, Santo Agostinho identifica o Senhor com o bom samaritano, e o homem assaltado pelos ladrões com Adão, origem e figura de toda a humanidade caída. Levado por essa compaixão e misericórdia, o Verbo Eterno desce à Terra para curar as chagas do homem, fazendo-as suas próprias.
A santidade, a que todos os batizados estão chamados, não consiste tanto em não pecar, mas em amar, em fazer coisas positivas, em dar frutos de amor de Deus.
Perder de vista o projeto de Deus, para nós é perder de vista a própria vida, o sentido da existência! Não esqueçamos, para não sermos enganados: fechados para a verdadeira vontade do Senhor não encontraremos a realização verdadeira! E este é o drama do mundo atual, que se julga maior de idade e, portanto, independente de Deus. Na verdade é um mundo ateu, porque é um mundo autossuficiente, que só confia de verdade na sua filosofia, na sua tecnologia, na sua racionalidade pagã e na sua moral fechada para o Infinito!
Este é o meu próximo: um homem, um homem qualquer, alguém que necessita de mim. O Senhor não introduz nenhuma especificação de raça, amizade ou parentesco. O nosso próximo é qualquer pessoa que esteja perto de nós e necessita de ajuda. Nada se diz do seu país, nem da sua cultura, nem da sua condição social: um homem qualquer.
Em sua célebre oração fúnebre, testemunhou o santo Bispo a respeito do imperador Teodósio a quem impôs severa penitência por crime cometido: "Eu amava este varão, porque lhe agradavam mais as repreensões que as adulações. Como Imperador, não se envergonhou da penitência pública, e depois chorou seu pecado todos os dias que lhe restaram".
Admoestação de Ambrósio ao Imperador Teodósio:
"Vejo que por desgraça, ó Imperador, não medes a gravidade do fato sanguinário ordenado por ti (...) Não acrescentes um novo crime ao que já te pesa. Retira-te e submete-te à penitência que Deus te impõe. Já que imitaste David no crime, imita-o também na penitência!"
As coisas que não se veem são muito maiores do que as que se veem, porque as que se veem são temporais, as que não se veem, porém, eternas. (2 Cor 4,18)
Da mesma forma que Eva foi formada do lado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração transpassado de Cristo morto na cruz.” (Luc. 2, 85-89)
No início se davam sinais aos não crentes. A nós, porém, na plenitude da Igreja, importa compreender a verdade. Já não por sinais, mas pela fé.
O Custo para se possuir o Reino de Deus:
Que ninguém diga, ao ver como outros deixam grandes bens: «Gostaria de imitar aqueles que assim se desprendem do mundo, mas não tenho nada para deixar.» Deixais muito, meus irmãos, quando renunciais aos desejos terrenos. Com efeito, os nossos bens exteriores, mesmo sendo pequenos, são suficientes aos olhos do Senhor, pois Ele vê o coração e não a fortuna. Ele não pesa o valor mercantil do sacrifício, mas a intenção daquele que o oferece. […] O Reino de Deus não tem preço e, no entanto, para ti custa exactamente aquilo que tens. […] A Pedro e a André custou o abandono duma barca e dumas redes; à viúva, duas pequenas moedas; a outro, um copo de água fresca (Mt l0,42). O Reino de Deus, como dissemos, custa aquilo que tens. Vedes, meus irmãos, como é fácil adquiri-lo e precioso possuí-lo?