Coleção pessoal de pedropaulompn
“A Educação está cada vez mais desprovida de professor-leitor-investigador, desvanecendo a paixão de ensinar, que se colide com o descaso do aprender, pois a cultura de “não aprender para ensinar” está disseminada em faculdades e universidades abarrotadas de alunos, que passam pelas suas dependências e saem tão vazios quanto entraram.”
Entender o valor do conhecimento exige sensibilidade e orientação na busca de discernimento para apreender os valores da vida e inseri-los de forma que estes promovam a autovalorização que determina os valores que preenchem as nossas ambições humanas, pessoais e profissionais. Pois transitar pelas trilhas do ser humano sem abrir chagas exige conhecimento denso, habilidade para não tropeçar nas cicatrizes de sonhos e desejos fracassados, provocados principalmente pela deficiência de conhecimento.
“Sabemos que é impossível conter o desenvolvimento, pois a própria procriação da raça humana exigirá novos espaços para a convivência em sociedade. Contudo, podemos desacelerar os passos do extermínio dando atenção ao planeta, cada vez mais estressado, prestes a atingir o seu limite de produção.”
“A febre da era digital contaminou todo o sistema pelo vírus “ctrl”: ctrl t, ctrl c e ctrl v... Capa, contracapa, uma breve introdução para dissimular... Uma unidade, um semestre ficam para trás... Ninguém leu, ninguém investigou... Ninguém aprendeu... Pois ninguém ensinou... Todos copiaram.”
“Contender entre si tornou-se hábito, rotina... Uma regra cada vez mais imposta na sociedade do consumo desenfreado, e poucos se preocupam com o amanhã, o futuro das novas gerações, pois é típico da natureza humana viver o hoje, aproveitando o agora como o último instante de celebridade, convertendo, assim, a existência no “1, 2, 3 e já”. Quem não pegou carona no vácuo perdeu a vez, pois o amanhã é um passo tão distante que não deve ser ensaiado, muito menos precipitado. Simplesmente, pode não existir.”
“É preciso reformular esse sistema ultrapassado que, em plena era digital, enfrenta dificuldades para resolver problemas históricos como a indisciplina, a avaliação e a inclusão de novas tecnologias, pois o avanço que proporciona a estrutura para crescer, atrair novas ferramentas e promover o tão sonhado progresso da aprendizagem se desequilibra e erra o ícone “professor” para que este abra uma janela no universo da sala de aula para iluminar vidas.”
“A humanidade é persistente no propósito de destruir, irracional na busca de divisas, irresoluta ao extremo, como uma máquina que confia na força bruta para triturar, ultrapassar... Abrir caminhos pelas entranhas da vida e avança alimentada pelo combustível tecnologia, que seduz, fascina e a impele a enveredar pela rota traçada por esse predador, pois ele, o desenvolvimento econômico, que está provocando a explosão populacional, exige cada vez mais da natureza: mais cidades; mais alimento; mais desmatamento; mais indústrias; mais automóveis; mais residências; mais esgoto lançado nos rios; mais lixo hospitalar, eletrônico, tóxico... E mais dióxido de carbono e metano disseminados na atmosfera.”
“Não carecemos de professores que apenas ensinem o ABC, a formar sílabas, palavras... A ler para decifrar os códigos do mundo... Precisamos de educadores que despertem a paixão de aprender dos seus alunos com aulas dinâmicas, prazerosas... Educadores que estudem para melhorar a prática; investiguem para descobrir novas formas de ensinar nesse manancial de informações que se tornou a sala de aula, provocada pelo mundo globalizado.”
“Infelizmente, os políticos do nosso país ainda não atingiram um grau de maturidade ou de responsabilidade para cientificarem de que a floresta, principalmente a Amazônica, é a veia de escape da vida, por ser responsável pela absorção do veneno que as ações do homem espargem na atmosfera: o dióxido de carbono e o metano. Destruí-la é construir uma fornalha que, ao atingir o seu limite de temperatura, não permitirá manutenção para reverter o erro.”
Se a cidadania e a ética não imperarem, a inclusão continuará sendo um mito, como consequência de uma escola que prega a profecia de que a criança aprende com a própria experiência, mas, se não cumprir o seu papel de integradora, promovendo o processo ensino-aprendizagem num ambiente agradável, esse crescimento dificilmente acontecerá.
“O crime contra a vida vem tirando da família a autoridade de educar com princípios,
pois o alvo não é mais o “ser correto”, e sim o “ser destaque”,
imperando a consangüinidade.
O individualismo delimita territórios, direitos, deveres, transformando o casamento numa união de interesses que dispensa a burocracia jurídica, os protocolos religiosos, a base maior do matrimônio — o amor —, pois o sonho de esposo e esposa como uma só carne se torna apenas a satisfação dos prazeres da carne,
para não terem comprometimento e poderem negociar deveres, compromissos, obrigações... E “valore$”.
“A sociedade contemporânea é inteiramente desprovida de conteúdo, pois segue as tendências que se sobrepõem aos deveres. Nesse universo artificial, “nada” tem tanta importância que um gesto contido é motivo de discórdia; um simples olhar torna-se razão de descontentamento; uma palavra é o bastante para despertar a fúria que explode em forma de ódio a ponto de o abstrato tornar-se tudo.”
“Se usássemos nós como ponto de partida, aumentaríamos gradativamente as oportunidades de chegarmos ao eu de todos nós, e entenderíamos o quanto temos que buscar para atingir a grandeza de ser — ou, pelo menos, o autoconhecimento — e não termos de pagar um alto preço para aprender que o conhecimento maior pertence ao Ser Maior; tentar atingi-lo é procurar o sobre-humano.”
Educação é a junção de valores, princípios... Contudo, a divisão de deveres entre família, escola, governo e sistema é o caminho... Se esses elos não se acoplarem, dificilmente seremos vitoriosos, mesmo com professores “embriagados de amor” pela arte de ensinar.
“A mente da criança é um universo que absorve tudo à sua volta, um terreno fértil. Se os responsáveis pela sua formação não depositarem uma semente de qualidade, as ervas daninhas dos problemas sociais, familiares e educacionais a transformarão em devoradores de valores.”
“Educar é como a arte de cultivar a terra: estabelece habilidades, competências, atenções especiais, sensibilidade para aprender com o tempo, tirar lições da semente que busca germinar num meio infestado e aprender como preparar o terreno, o momento de semear, de regar... A hora de colher... Se não ficar atento às mudanças, ao tempo da semente, pode perder tudo.”
“Pais devem ser a âncora, a rota, a voz e o silêncio. A âncora que ampara, proporciona segurança, estaciona num porto seguro; a rota que conduz ao crescimento humano e pessoal através da experiência; a voz para falar — não para conter, mas para indicar o caminho —; e o silêncio para ouvir os medos, captar as fraquezas, entender as inseguranças e as necessidades de uma criança que necessita de gestos de carinho, palavras de incentivo, atitudes corretivas e calor humano para formar o elo do afeto. Afinal, crescer é tão difícil quanto nascer. Há que se estar pronto para enfrentar os desafios de um novo mundo.”
A cultura de um povo é o seu maior patrimônio
Preservá-la é resgatar a história, perpetuar valores,
é permitir que as novas gerações não vivam sob as trevas do anonimato.
Se as leis deixarem de ser meros projetos constitucionais;
As camadas conquistarem a igualdade perante o governo;
A educação ser prioridade;
A política deixar de ser uma transição
Entre a campanha e a eleição.
Haverá justiça no Brasil.