Coleção pessoal de pedrok-rp

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A liberdade, esse bem que nos permite desfrutar dos outros bens.

É preciso saber o valor do dinheiro: os pródigos não o sabem e os avaros ainda menos.

A sisudez é a armadura dos parvos.

A devoção encontra, para praticar uma má ação, razões que um simples homem jamais encontraria.

É uma infelicidade que existam tão poucos intervalos entre o tempo em que somos demasiado novos e o tempo em que somos demasiado velhos.

Os homens sentem uma grande atração pela esperança e pelo receio, e uma religião sem inferno nem paraíso não poderia agradar-lhes de modo algum.

A adversidade é nossa mãe; a prosperidade é apenas uma madrasta.

Se a mulher nos ama, até as nossas insuficiências nos desculpa, mas se não nos ama, não desculpa nem as nossas prioridades.

Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois boas leis há por toda a parte.

Nas mulheres jovens, a beleza supre o espírito. Nas velhas, o espírito supre a beleza.

Demora apenas 20 anos para um liberal se tornar um conservador sem mudar uma única ideia.

A boa educação não está tanto no fato de não derramar molho sobre a toalha de mesa, mas em não perceber se outra pessoa o faz.

Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.

Tarado é toda pessoa normal pega em flagrante.

Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos.

Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível.

Dinheiro compra tudo. Até amor verdadeiro.

Só não estamos de quatro, urrando no bosque, porque o sentimento de culpa nos salva.

No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.

A morte de um velho amigo é uma catástrofe na memória. Todas nossas relações com o passado ficam alteradas.

Deus só freqüenta as igrejas vazias.

Copacabana vive, por semana, sete domingos.

Não ama seu marido? Pois ame alguém, e já. Não perca tempo, minha senhora!

A fome é mansa e casta. Quem não come não ama, nem odeia.

Todo ginecologista devia ser casto. O ginecologista devia andar de batina, sandálias e coroinha na cabeça. Como um são Francisco de Assis, com a luva de borracha e um passarinho em cada ombro.

A verdadeira grã-fina tem a aridez de três desertos.

No passado, a notícia e o fato eram simultâneos. O atropelado acabava de estrebuchar na página do jornal.

Não reparem que eu misture os tratamentos de tu e você. Não acredito em brasileiro sem erro de concordância.

Nossa ficção é cega para o cio nacional. Por exemplo: não há, na obra do Guimarães Rosa, uma só curra.

Os magros só deviam amar vestidos, e nunca no claro.

Um filho, numa mulher, é uma transformação. Até uma cretina, quando tem um filho, melhora.

O cardiologista não tem, como o analista, dez anos para curar o doente. Ou melhor: - dez anos para não curar. Não há no enfarte a paciência das neuroses

Não há ninguém mais vago, mais irrelevante, mais contínuo do que o ex-ministro.

Nunca a mulher foi menos amada do que em nossos dias.

O Natal já foi festa, já foi um profundo gesto de amor. Hoje, o Natal é um orçamento.

Enquanto um sábio negro não puder ser nosso embaixador em Paris, nós seremos o pré-Brasil.

Se eu tivesse que dar um conselho, diria aos mais jovens: - não façam literatice. O brasileiro é fascinado pelo chocalho da palavra.

Qualquer menino parece, hoje, um experimentado e perverso anão de 47 anos.

Quero crer que certas épocas são doentes mentais. Por exemplo: - a nossa.

Sexo é para operário.

Desconfio muito dos veementes. Via de regra, o sujeito que esbraveja está a um milímetro do erro e da obtusidade.

Falta ao virtuoso a feérica, a irisada, a multicolorida variedade do vigarista.

Oitenta por cento do sucesso é aparecer.

A mesmice se encontra no repeat, basta concertar os erros.

Coração de mulher fútil é igual cela de cadeia. Tem sempre um vagabundo novo.

"O que se atrai com o fútil, se distrai com o inútil."

O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida.

Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos. Foi a idade da sabedoria, foi a idade da tolice. Foi a época da fé, foi a época da incredulidade. Foi a estação da luz, foi a estação das trevas. Foi a primavera da esperança, foi o inverno do desespero. Tínhamos tudo diante de nós, não havia nada antes de nós. Todos íamos direto para o céu, todos íamos direto para o outro lado.