Coleção pessoal de pedinoh
Corre um rio em meio a seca. Um rio de lágrimas, de sofrimento, de morte. Um rio caudaloso de injustiça, de milhões destinados a Copa, de hipocrisia política e de esquecimento do povo nordestino. Corre também um rio perene que atravessa qualquer estiagem sempre firme e forte, um rio de esperança e de fé, e é somente este que abastece a vida desse povo tão sofredor.
Nos dias de hoje,
o que o presente diria do presente,
o que o futuro diria do futuro,
o que a liberdade diria da liberdade,
o que a felicidade diria da felicidade,
o que o dia diria da noite,
o que a noite diria do dia,
o que o Sol diria da Lua,
o que a Lua diria do Sol,
o que a saudade diria do desejo,
o que o desejo diria da saudade.
Diz-se, que sem amor não se diz nada,
nos dias de hoje...
Elas me usam, encarceram meus sentimentos, me acorrentam em seus encantos, e por mais que eu fuja, e fujo, ainda sim sou de todas, eterno amante das palavras.
O retrato já não porta sentimento, o sorriso fosco porta o retrato, o porta retrato retrata a ausência, a vida porta e retrata o porta retrato.
Experimente substituir; a ofensa pelo elogio, a crítica pela solução, a discussão pelo diálogo, a indiferença pela compreensão, a descrença pelo otimismo, o "eu" por nós. Experimente experimentar.
Veio e foice rápida afiada delirante, foice loucura terebrante, foice corte era cortante, foice amor. Tudo que foi foice, se foi.