Coleção pessoal de Paysano
O Medo do Amor
Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.
O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.
E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.
Se você quer ser minha namorada
Ai, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarzinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber porquê
Porém, se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois.
DEFINIÇÕES
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta
um capítulo.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a ideia cansa de procurar e para.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Paixão é quando apesar da palavra "perigo" o desejo chega e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não... Amor é um exagero... também não.
Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação,
Esse negócio de amor, não sei explicar.
Porque eu sou INTEIRA OUTONO!
Primavera, Verão, Inverno gosto de todas essas estações, mas a que mais me fascina e me faz renascer com dias de céu azul, brisas geladinha, sol que aquece, entardecer alaranjados e noites mais estreladas do que nunca! Esse é o MEU OUTONO!
Você deve estar se perguntando “Mas OUTONO? A estação onde não se é nem frio e nem calor, onde árvores, flores e pastagens secam e suas folhas caem, onde não se ouve o canto dos pássaros? Como renascer quando tudo, teoricamente, está morrendo?”.
É justamente no OUTONO que toda a natureza se desfaz de tudo aquilo que não lhe serve mais, de tudo aquilo que um dia já lhe deu vida, beleza, frutos e flores, mas que hoje não lhe são suficientes para continuar e que ficaram na memória como lembranças boas e algumas nem tão boas assim, para dar lugar ao novo, ao desconhecido, a uma nova vida na primavera.
Eu nasci numa manhã de outono e assim como ele me desfaço daquilo que não me serve mais, guardo na lembrança, as coisas boas e as não tão boas assim, e dou lugar aos novos planos, novas pessoas, novas folhas, flores e beleza na minha vida.
É nessa estação que me pego olhando para o céu com aquela brisa batendo no rosto e vendo minha vida passar na minha frente como se fosse um filme, avaliando tudo colocando na balança pra ver se valeu a pena ou não.
Já zerei algumas vezes, sem ganho e nem perdas, e isso é extremamente frustrante, você percebe que não fez nada nem de bom e nem de ruim na vida, tive perdas também... mas nunca superaram os ganhos e é por isso que me faz querer ter sempre mais pra minha vida, superando todas as expectativas.
Ah aquele pôr do sol laranja misturando-se com o azul, o amarelo e o vermelho! Como aquele calor invade meu coração e me enche de esperança, amor e fé...
Não existem palavras suficientes pra expressar a sensação de paz que invade todo o meu ser ao ver um espetáculo fabuloso da natureza, julgada tão irracional e que nós, seres humanos, dignos de uma razão incontestável e que vangloriamos isso aos quatro ventos, não somos capazes de fazer nada parecido!
É nessa época do ano que coloco meus pensamentos a me guiar, a traçarem o melhor caminho... ponho-me a pensar e, assim como os ursos, espero o inverno passar como se tivesse num sono profundo, onde só os meus sonhos, desejos e fantasias tem a chance de se manifestar, como se fossem sementes sendo semeadas para que no calor e nas chuvas da primavera floresçam com vitalidade e beleza!
Mas não é só por isso que sou outono... o outono tem seu charme com suas paisagens lindíssimas, desperta nas pessoas um comportamento mais afetuoso para com os seus, é com mais freqüência que se pode ver pessoas andando pelas ruas de braços dados, abraçados em busca do calor um do outro, cafés sempre cheios de pessoas conversando, comidinhas gostosas e bem quentinhas, a cama quentinha ao dormir parece até mais aconchegante, a elegância das pessoas ao se vestirem é inevitável... AMO TUDO ISSO!
Não é à toa que a data comemorativa mais romântica do ano, o dia dos namorados, se festeja NO OUTONO! Não que as outras estações não sejam boas ou menos especiais... adoro todas mas sou completamente apaixonada pelo outono!
O VERÃO com a sua beleza rara, com o sol batendo a pino, que anima a todos a saírem da toca! Não esquecendo que verão sem MAR e sem CARNAVAL não é verão!
A PRIMAVERA com a sua beleza divina da vida, do acordar da natureza, do renascer pro novo e com um perfume inebriante, diga-se de passagem, com o canto dos pássaros que fazem você se sentir como se fosse um deles!
O INVERNO... esse tem cara de ranzinza, com aparência gélida e pálida, parece que sempre está de mau humor, mas sem ele o que seria de nós? É com esse jeito, que às vezes mete medo em muitos, faz com que todos tenham a mesma vontade, a de ficar juntinho uns com os outros.
Não poderia esquecer de salientar sua beleza tão peculiar! Seu amanhecer é sempre de tirar o fôlego... alguns lugares tudo vira gelo em outros ele cobre tudo e todos com o seu manto branco e gelado de neve, flocos de neve caindo do céu causando um impacto impressionante.
Como viram, cada uma tem sua particularidade, você já parou pra pensar qual delas faz com que você voe? Te dá aquele friozinho na barriga? Te faz sentir aquele entusiasmo só pelo ato de olhar pela janela e vê a vida borbulhando lá fora?
É por isso que digo que sou inteira outono... porque só o outono é capaz de fazer acontecer tudo isso e muito mais na minha vida!
CONVERSA COM O AMOR
Hoje eu encontrei com o amor
Estivemos conversando por longas horas...
Perguntei pra ele qual o significado do seu nome
Ele disse:
Não tenho definição se quer saber o quem eu sou
AME
Pois só quem ama sabe quais são as minhas
Sensações, mas mesmo assim não saberá me descrever.
Perguntei o motivo da sua existência
Calmamente ele respondeu:
Para tornar as pessoas e o mundo mais belos,
Unir os corações e fazer com que as pessoas tenham um
Motivo para viverem...
Perguntei também de onde ele veio
Ele falou que veio de Deus, dos Anjos, das estrelas, da lua, do mar, do oceano, da chuva, dos rios, do vento, do furacão,
Das montanhas, dos vales, da rosa, do lírio,
Do frio, do calor, da primavera, do outono,
Do inverno, do verão,
Da lágrima, da dor, do sorriso e daquilo que não se define e não tem fim.
Questionei por que às vezes as pessoas sofrem por amor
Triste Ele me disse que muitas pessoas não sabem amar
Não tem confiança, brincam com os sentimentos
E não sabem lidar com ele. Disse-me também que a sua essência é a confiança mútua, que um grande amor pra acontecer só depende de nos, mas devemos ter paciência e sabedoria para lidarmos com ele, pois o amor é algo inexplicável que não se entende: se vive.
Não se compra, porque ele está dentro de nos, dos corações.
É preciso fazer uma viagem ao nosso interior para que se encontre com ele.
Nessa conversa com o amor aprendi que é preciso amar para depois ser amado... é preciso sofrer para não magoar as pessoas. O amor não é
Fácil de ser vivido, nas se você quiser terá um verdadeiro amor...
O amor me pediu para dizer pra quantas pessoas eu pudesse que amar é viver ,é sorrir e sonhar, por isso ame, ame sem medo de sofrer. Ame sem medo de ser feliz!!!
Pois na vida tudo passa... principalmente o tempo...e um dia você poderá olhar para trás e chorar por não ter tido um grande amor, não ter lutado ou feito uma loucura por alguém, ou sorrirá de felicidade por ter um grande e eterno amor
Mesmo que não esteja mais do teu lado, mas que um dia te fez feliz e você também o tenha feito.
Aprendendo com as águias
De todas as aves, a que mais amo e admiro é a águia. Ela é usada como símbolo dos que confiam em Deus. Representa coragem e resistência.
Acredito que, se balizássemos nossas vidas pelos princípios instintivos das águias, seríamos muito mais fortes, determinados, corajosos, confiantes, criativos. Experimentaríamos abundantemente a paz, o equilíbrio e a genuína liberdade de ser e estar no mundo.
Aprendi a amar e admirar a rainha das aves depois das valiosas informações que obtive sobre sua trajetória de vida:
1ª - Quando seu filhote ainda mal consegue voar, a águia destrói o ninho com o propósito de impedir que sua cria volte à comodidade. Leva-o às alturas e de lá o atira no abismo da atmosfera a fim de despertar nele a poderosa força de rei das aves. E nós, humanos, o que fazemos com nossos filhos? Também os preparamos para serem independentes e atuarem com coragem e determinação no mundo?
2ª - A águia é filha do sol. Desde pequena, aprendeu a sorvê-lo pelos olhos. Para ensinar essa lição, a mãe-águia segura o filhote em direção ao sol. Acostuma seus olhos ao resplendor solar. É por isso que as águias, desde pequenas, têm os olhos da cor do astro rei. E nós, humanos, o que fazemos com nossos filhos? Também, desde a mais tenra idade, ensinamo-los a sorverem a intensa luz do amor e da ternura, do apreço e da gratidão, da justiça e da solidariedade, da fé e da determinação, da humildade e da flexibilidade, da confiança, da alegria e da paz de espírito, da contribuição?
3ª - O urubu (como a águia) domina as alturas. Porém ela é infinitamente superior. Jamais se contenta com uma alimentação fácil. É das alturas que observa sua ágil e saudável presa. De lá se lança velozmente, empreendendo-lhe a perseguição. Após capturá-la, abate-a e alimenta-se das melhores partes, deixando os restos para os urubus. E nós, humanos, buscamos uma alimentação mais saudável ou preferimos a comodidade dos alimentos prontos, repletos de produtos químicos?
4ª - O que faz a águia diante da tempestade? Onde ela se abriga? Ela não se abriga. Abre suas possantes asas, que podem voar a uma velocidade de 90km/h, e enfrenta a tempestade. Depois de superá-la, voa tranquila, acima da turbulência das nuvens. Ela sabe que as nuvens escuras, a tempestade e os choques elétricos podem ter uma extensão de trinta a cinqüenta metros, mas lá em cima brilha o sol. E nós, humanos, o que fazemos diante das tempestades da vida?Escondemo-nos em ostracismo ou as enfrentamos com coragem e confiança - certos de que, após as dificuldades, conquistaremos a vitória?
5ª - Finalmente, a águia também morre. No entanto, jamais encontraremos seus restos mortais em qualquer lugar. Sabe por quê? Porque, quando ela sente que chegou a hora de partir não se lamenta nem fica com medo. A águia procura o pico mais alto, tira as últimas forças de seu cansado corpo e voa para as montanhas inatingíveis. Aí espera resignadamente o momento final. Até para morrer ela é extraordinária. E nós, humanos, como agimos diante do inevitável? Revoltamo-nos ou aceitamos partir, deixando para o mundo doces lembranças de alguém que ocupou responsavelmente este tempo e espaço no universo; alguém que fez a diferença; alguém que nasceu e viveu intensamente, e não apenas existiu?
Todos nós trazemos em nossa essência uma águia adormecida. Despertemo-la, enquanto há tempo.
Reverência ao destino
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
A vida construiu meus caminhos, eu andei por ela, as vezes sorri, as vezes chorei, mas sou grato por tudo o que vivi, pois estes caminhos ainda que tortuosos, me trouxeram até você.
Cuidado
Quero plantar flores nos caminhos por onde passar
construir pontes pra você cruzar
derrubar muros para que possa atravessar
pintar o céu de estrelas pra te iluminar
renovar sua esperança quando você desanimar
estar presente em dias de festa pra comemorar
mas, principalmente em dias de pranto pra te abraçar
quero dias de sol pra passear e de chuva pra gente brincar
quero parceria, sintonia, melodia, poesia
quero sua alegria (sorrisão) assim que acordar
colo pra te ninar
anjo pra te guardar.
Sem sonhos, as perdas se tornam insuportáveis, as pedras do caminhos se tornam montanhas, os fracassos se transformam em golpes fatais. Mas, se você tiver grandes sonhos... seus erros produzirão crescimento, seus desafios produzirão oportunidades, seus medos produzirão coragem.
Suportando a dor, descobrimos a fortaleza; superando os obstáculos, abrimos os caminhos; admitindo os erros, conquistamos a evolução; reformando os passos, aprendemos a ter fé; no silêncio da solidão, enxergamos o egoísmo; no autoconhecimento, encontramos a vida; na certeza do sol, voltamos a sorrir.
Eu gosto de quem facilita as coisas. De quem aponta caminhos ao invés de propor emboscadas. Eu sou feliz ao lado de pessoas que vivem sem códigos, que estão disponíveis sem exigir que você decifre nada. O que me faz feliz é leve e, mesmo que o tempo leve, continua dentro de mim.
Eu quero andar de mãos dadas com quem sabe que entrelaçar os dedos é mais do que um simples ato que mantém mãos unidas. É uma forma de trocar energia, de dizer: você não se enganou, eu estou aqui. Porque por mais que os obstáculos nos desafiem o que realmente permanece, costuma vir de quem não tem medo de ficar.
A PIPA E A FLOR
Era uma vez uma pipa.
O menino que a fez estava alegre e imaginou que a pipa também estaria. Por isso fez nela uma cara risonha, colando tiras de papel de seda vermelho: dois olhos, um nariz, uma boca...
Ô pipa boa: levinha, travessa, subia alto...
Gostava de brincar com o perigo, vivia zombando dos fios e dos galhos das árvores.
- “Vocês não me pegam, vocês não me pegam...”
E enquanto ria sacudia o rabo em desafio.
Chegou até a rasgar o papel, num galho que foi mais rápido, mas o menino consertou, colando um remendo da mesma cor.
Mas aconteceu que num dia, ela estava começando a subir, correndo de um lado para o outro no vento, olhou para baixo e viu, lá num quintal, uma flor. Ela já havia visto muitas flores. Só que desta vez os seus olhos e os olhos da flor se encontraram, e ela sentiu uma coisa estranha. Não, não era a beleza da flor. Já vira outras, mais belas. Eram os olhos...
Quem não entende pensa que todos os olhos são parecidos, só diferentes na cor. Mas não é assim. Há olhos que agradam, acariciam a gente como se fossem mãos. Outros dão medo, ameaçam, acusam, quando a gente se percebe encarados por eles, dá um arrepio ruim elo corpo. Tem também os olhos que colam, hipnotizam, enfeitiçam...
Ah! Você não sabe o que é enfeitiçar?!
Enfeitiçar é virar a gente pelo avesso: as coisas boas ficam escondidas, não têm permissão para aparecer; e as coisas ruins começam a sair. Todo mundo é uma mistura de coisas boas e ruins; às vezes a gente está sorrindo, às vezes a gente está de cara feia. Mas o enfeitiçado fica sendo uma coisa só...
Pois é, o enfeitiçado não pode mais fazer o que ele quer, fica esquecido de quem ele era...
A pipa ficou enfeitiçada. Não mais queria ser pipa. Só queria ser uma coisa: fazer o que a florzinha quisesse. Ah! Ela era tão maravilhosa! Que felicidade se pudesse ficar de mãos dadas com ela, pelo resto dos seus dias...
E assim, resolver mudar de dono. Aproveitando-se de um vento forte, deu um puxão repentino na linha, ela arrebentou e a pipa foi cair, devagarzinho, ao lado da flor.
E deu a sua linha para ela segurar. Ela segurou forte.
Agora, sua linha nas mãos da flor, a pipa pensou que voar seria muito mais gostoso. Lá de cima conversaria com ela, e ao voltar lhe contaria estórias para que ela dormisse. E ela pediu:
- “Florzinha, me solta...” E a florzinha soltou.
A pipa subiu bem alto e seu coração bateu feliz. Quando se está lá no alto é bom saber que há alguém esperando, lá embaixo.
Mas a flor, aqui de baixo, percebeu que estava ficando triste. Não, não é que estivesse triste. Estava ficando com raiva. Que injustiça que a pipa pudesse voar tão alto, e ela tivesse de ficar plantada no não. E teve inveja da pipa.
Tinha raiva ao ver a felicidade da pipa, longe dela... Tinha raiva quando via as pipas lá em cima, tagarelando entre si. E ela flor, sozinha, deixada de fora.
- “Se a pipa me amasse de verdade não poderia estar feliz lá em cima, longe de mim. Ficaria o tempo todo aqui comigo...”
E à inveja juntou-se o ciúme.
Inveja é ficar infeliz vendo as coisas bonitas e boas que os outros têm, e nós não. Ciúme é a dor que dá quando a gente imagina a felicidade do outro, sem que a gente esteja com ele.
E a flor começou a ficar malvada. Ficava emburrada quando a pipa chegava. Exigia explicações de tudo. E a pipa começou a ter medo de ficar feliz, pois sabia que isto faria a flor sofrer.
E a flor aos poucos foi encurtando a linha. A pipa não podia mais voar.
Via ali do baixinho, de sobre o quintal (esta essa toda a distância que a flor lhe permitia voar) as pipas lá em cima... E sua boca foi ficando triste. E percebeu que já não gostava tanto da flor, como no início...
Essa história não terminou. Está acontecendo bem agora, em algum lugar... E há três jeitos de escrever o seu fim. Você é que vai escolher.
Primeiro: A pipa ficou tão triste que resolveu nunca mais voar.
- “Não vou te incomodar com os meus risos, Flor, mas também não vou te dar a alegria do meu sorriso”.
E assim ficou amarrada junto à flor, mas mais longe dela do que nunca, porque o seu coração estava em sonhos de vôos e nos risos de outros tempos.
Segundo: A flor, na verdade, era uma borboleta que uma bruxa má havia enfeitiçado e condenado a ficar fincada no chão. O feitiço só se quebraria no dia em que ela fosse capaz de dizer não à sua inveja e ao seu ciúme, e se sentisse feliz com a felicidade dos outros. E aconteceu que um dia, vendo a pipa voar, ela se esqueceu de si mesma por um instante e ficou feliz ao ver a felicidade da pipa. Quando isso aconteceu, o feitiço se quebrou, e ela voou, agora como borboleta, para o alto, e os dois, pipa e borboleta, puderam brincar juntos...
Terceiro: a pipa percebeu que havia mais alegria na liberdade de antigamente que nos abraços da flor. Porque aqueles eram abraços que amarravam. E assim, num dia de grande ventania, e se valendo de uma distração da flor, arrebentou a linha, e foi em busca de uma outra mão que ficasse feliz vendo-a voar nas alturas.
Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá a falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.
Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer “me perdoe”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”. É ter humildade da receptividade.
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz. E, quando você errar o caminho, recomece. Pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.
FOLHA AMASSADA
Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva à menor provocação.
Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.
Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva, e entregou-me uma folha de papel lisa e me disse:
A M A S S E – A!
Com medo , obedeci e fiz com ela uma bolinha.
- Agora, deixe-a como estava antes. Voltou a dizer-me.
Óbvio que não pude deixá-la como antes. Por mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas.
O professor me disse, então:
- O coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.
Assim, aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente.
Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado.
A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar.
Quando magoamos alguém com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais...
Alguém já disse, certa vez:
- Fale somente quando suas palavras possam ser tão suaves como o silêncio.
Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro.
Acredite, principalmente em seus sentimentos!
No momento em que duas pessoas se tornam amigas, elas de uma certa forma se isolam das demais. [....] A comunidade pode até repeli-las e suspeitar delas. Os líderes no geral fazem isso. Os diretores de escolas, os administradores de comunidades religiosas, os capitães de navios, podem sentir-se preocupados quando surgem amizades fortes entre pequenos grupos de seus agregados.
[....] O conceito que valoriza a coletividade acima do indivíduo necessariamente também desacredita a Amizade; ela é uma relação entre homens em seu mais alto nível de individualidade. Isola os homens do “conjunto” como a própria solidão poderia fazê-lo; e mais perigosamente ainda, pois os isola em grupos de dois ou três [....] Dizer, “Estes são meus amigos” é o mesmo que dizer, “Estes não são”.
Todo nome que dão a um círculo de amizade é quase sempre depreciativo. Na melhor das hipóteses chamam-no de “grupo”, “roda”, “gang” [....] Os que só conhecem pessoalmente a Afeição, o Companheirismo e Eros consideram os Amigos como “pedantes convencidos que se julgam bons demais para nós”. Esta é naturalmente a voz da inveja, mas ela sempre faz a acusação mais verdadeira...
[....] Sozinho, entre companheiros que não me compreendem, eu mantenho certos padrões e pontos de vista timidamente, um tanto envergonhado por admiti-los e um tanto duvidoso de que possam ser certos. Mas basta estar de volta aos meus Amigos e em meia hora, ou mesmo dez minutos, esses mesmos padrões e conceitos se tornam de novo indiscutíveis. A opinião desse pequeno circulo, enquanto estou nele, supera a de mil outras pessoas: à medida que a amizade se robustece, me sentirei assim, mesmo quando meus amigos estão distantes, pois todos queremos ser julgados por nossos iguais, por aqueles que são “segundo o nosso coração”.
Apenas estes conhecem na verdade nossos pensamentos e só eles julgam segundo padrões que reconhecemos. É deles o louvor que cobiçamos e a censura que tememos.
[....] É fácil ver, portanto, por que as autoridades não vêem com bons olhos a Amizade. Cada amizade verdadeira é uma espécie de secessão, e mesmo rebelião. Pode ser uma rebelião de pensadores sinceros contra erros aceitos ou de maníacos contra o bom senso aceito; de verdadeiros artistas contra a arte popular inferior, ou de charlatões contra o gosto civilizado; de homens bons contra a maldade social ou de homens maus contra a bondade. Qualquer que seja ela, não irá agradar os que estão Em Cima.
Os homens que possuem amigos fiéis são menos fáceis de manejar ou “alcançar”; mais difíceis de corrigir por parte das boas autoridades e de corromper por parte das más. Assim sendo, se nossos senhores [....] de maneira sutil [....] vierem a ter êxito em produzir um mundo em que todos são Companheiros e ninguém é Amigo, terão removido alguns perigos, e terão também tirado de nós aquilo que é quase nossa mais forte proteção contra a servidão absoluta.
Os perigos porém são perfeitamente reais. A Amizade (como os antigos descobriram) pode ser uma escola de virtude; mas também (como não perceberam) uma escola de vício. Ela é ambivalente. Torna melhores os homens bons e piores os maus.
Fica evidente que o elemento de divisão, de indiferença ou surdez (pelo menos em alguns assuntos) às vozes do mundo exterior, é comum a todas as amizades, sejam elas boas, más, ou simplesmente inócuas. Mesmo que a base comum da amizade não seja nada mais momentoso do que colecionar selos, o círculo correta e inevitavelmente ignora a opinião de milhões que a consideram como uma ocupação tola, e dos milhares que são apenas diletantes [....] Da mesma forma que sei que eu seria um intruso num círculo de golfistas, matemáticos ou motoristas, reivindico o mesmo direito de considerá-los intrusos no meu.
As pessoas que aborrecem umas às outras devem encontrar-se poucas vezes, as que interessam uma à outra, muitas vezes. O perigo está em que esta indiferença ou surdez à opinião externa, embora justificada e necessária, pode levar a uma indiferença ou surdez totais [....] A surdez parcial, nobre e necessária, encoraja a surdez total que é arrogante e desumana [....] A surdez parcial e justificável é baseada em certo tipo de superioridade - mesmo que se tratasse de um conhecimento superior a respeito de selos. O senso de superioridade vai então ligar-se à surdez total. O grupo irá desdenhar e ignorar os que se acham fora dele; tornando-se, com efeito, algo muito semelhante a uma classe. Um círculo social é uma aristocracia autonomeada.
[....] Numa boa Amizade cada membro se sente humilde em relação aos demais. Vê que eles são esplêndidos e se julga com sorte por estar entre os mesmos [....] Mas, infelizmente, esses eles, de um outro ponto de vista, são também nós. Assim, a transição da humildade individual para o orgulho corporativo é muito fácil [....] Já vimos isto sendo feito pelos “ veteranos” na escola falando na presença de um aluno novo, ou dois “permanentes” no Exército diante de um “temporário ”; tais pessoas se expressam com grande intimidade a fim de serem ouvidas. Todos os que não fazem parte do círculo precisam saber que não estão nele. A Amizade pode em análise final não ter base alguma, exceto o fato de ser exclusivista. Ao falar a um Estranho, cada membro tem prazer em mencionar os outros pelo primeiro nome ou por um apelido; não apesar de que, mas porque, o Estranho não saberá a quem se refere.
[....] Podemos detectar assim o orgulho da Amizade em muitos círculos de amigos. Seria precipitado supor que o nosso possa estar livre desse perigo, pois, como é natural, exatamente nele é que seríamos mais lentos em reconhecer essa falha.
A amizade é até mesmo angelical, mas o homem precisa ser triplamente protegido pela humildade se quiser comer o pão dos anjos sem risco.
Dependendo da semana, tenho de uma a cinco consultas. Psicólogo? Consultório? Que nada, apenas coloco duas de minhas muitas personalidades - e olha que não sou geminiana - pra conversar. A Camille madura, séria, racional - típica psicóloga - e a Camille sentimental, turbilhão de emoções, muitas vezes infantil e sonhadora, precisando de alguém que traga seus pés ao chão. E ainda é de graça.
Mas aconselho todos a fazerem isso: procurar um canto que gostem, confortável, colocar uma boa música, talvez até um bom cheiro, e começar a conversar com si próprio. Melhor que muita análise por aí.
Quando falamos em voz alta tudo que nos incomoda - ainda que para nós mesmos, somente - o problema vai diminuindo, se dissolvendo, as vezes até some de vez. E com isso, ainda não corremos o risco de magoar outra pessoa em um ato impensado. Palavras podem doer mais que gestos, mas se agredirmos a nós mesmos, o perdão vem fácil. O esquecimento também.
Ah, como eu adoro ser a psicóloga de mim mesma, me conhecer mais e melhor a cada “sessão”. Isso tem feito eu me amar, me respeitar e me admirar mais do que nunca.
Tenho me aceitado melhor; e com isso, venho conseguindo demonstrar aos outros quem eu realmente sou, do que eu realmente gosto, sem me preocupar com julgamentos, dedos apontados e etc.
Aprendi a ver que se libertar de pudores, regras rígidas de comportamento e forma de pensar, é bom em inúmeros sentidos: primeiro, quando você faz o que gosta, da forma que gosta, quando quer, sendo dono de si mesmo e se sentindo livre, é mais feliz. A vida fica mais leve, mas bonita de ser vista e vivida. Além disso, quando se caem as velhas máscaras - o que é um processo lento e as vezes um pouco doloroso, visto que de tanto usadas, elas se entranham em nossa pele - é como um divisor de águas. Só continua ao seu lado quem realmente te ama e te aceita.
E então, a vida muda. Mas isso tudo é muito lento. Minha vida, por exemplo, mesmo depois de algumas tardes e noites no divã, ainda está mudando aos poucos. Ainda tô insatisfeita com muita coisa - dentro e fora de mim.
Mas o que mudou radicalmente foi a minha forma de me enxergar. Jogando fora o padrão alheio, e me aplicando dentro do meu padrão, me sinto mais feliz.
Desisti de tentar me mudar pra agradar aos outros, entende, caro leitor? Agora só vou mudar o que EU não estiver gostando.
Vou continuar olhando apaixonadamente pra lua sempre que ela aparecer, acordando mal humorada de manhã, detestando os dias de domingo, comendo chocolate mesmo sabendo que depois vou me xingar um pouco, lendo o horóscopo e crendo piamente no que ele diz, bagunçando o quarto logo depois de ter trabalho pra arrumar, jogando roupas dentro do armário. Vou continuar ouvindo Taylor Swift, escrevendo histórias de amor, chorando ao ver filmes considerados bobos, acreditando em Romeu e Julieta, parando e voltando a roer unha e tentando aprender a tocar violão sozinha. Vou continuar rindo de tombos e tropeços, chorando quando vir uma criança morrer de fome na rua, tendo nojo do mundo quando leio ou vejo um jornal, mas amando o mundo quando olho da minha janela, da janela do carro ou enquanto dou minhas voltas por aí. Vou continuar me surpreendendo com as pessoas - como cada um é diferente do outro, deitando no travesseiro e imaginando aquela pessoa que está longe mas eu queria perto, lembrando das coisas boas que me aconteceram, organizando minha semana - mesmo sabendo que não vou fazer metade do que está nos planos, na data certa - e planejando começar aquela dieta pra perder aqueles quilinhos - mesmo sabendo que eu vou continuar comendo tudo e ficando irritada quando a blusa evidencia a presença de uma barriga, variando de humor e de opiniões. Vou continuar rindo da vida, amando escrever e tirar fotografias, detestando ler, planejando ir pra São Paulo, Minas Gerais, Inglaterra, França - mas esses planos eu quero cumprir mesmo, hein -. Vou continuar sonhando com uma foto na sacada de Julieta em Verona, um encontro romântico sob as luzes de Paris. É isso, vou continuar sonhando. Sempre que a realidade apertar, sempre que as coisas estiverem ruins, vou fechar os olhos.
Eu sou assim. E não vou mudar - não por ser teimosa, mas por me amar exatamente como eu sou.
Que o Anjo do Amor preencha teu coração!
Que o Anjo da Alegria ilumine teu sorriso!
Que o Anjo da Justiça te alerte sempre!
Que o Anjo da Amizade te ampare com carinho!
Que o Anjo do Perdão te fortaleça!
Que o Anjo da Luz te ilumine e te mantenha como
sua emissária, espalhando luzes para todos que
cruzarem teu caminho!
Se você adora o seu amigo ou amiga, saiba que essa é a semana do amigo, e você pode mandar um belo poema de amizade para seu querido amigo de todas as horas, e nós daqui do Alienado colocamos esse poema pra você se inspirar.
Amizade
Muitas pessoas irão entrar e sair da sua vida
mas somente verdadeiros amigos deixarão pegadas no seu
coração.
Para lidar consigo mesmo, use a cabeça,
para lidar como os outros, use o coração,
raiva é a única palavra de perigo.
Se alguém te traiu uma vez, a culpa é dele;
Se alguém te trai duas vezes, a culpa é sua.
Quem perde dinheiro, perde muito,
Quem perde um amigo, perde mais.
Quem perde a fé, perde tudo.
Jovens bonitos são acidentes da natureza:
Velhos bonitos são obras de arte.
Aprenda também com o erro dos outros,
você não vive tempo suficiente para cometer
todos os erros.
Amigos você e eu…
Você trouxe outro amigo…
Agora somos três…
Nós começamos um grupo…
Nosso círculo de amigos…
E como um círculo,
não tem começo nem fim…
Ontem é história:
Amanhã é mistério,
Hoje uma dádiva,
É por isso que é chamado presente…
Esses poemas servem para mostrar aos amigos, a tamanha importância dele em nossa vida, pois sem uma amizade verdadeira, não se é possível ser feliz, poder estar em paz, pois sempre precisamos de uma pessoa para nos consolar, para sair e nos fazer rir ou até mesmo para emprestar um ombro amigo para que possamos chorar nossas mágoas.
Existem diversos poemas de amizades espalhados pela internet mundo afora, sendo que eles falam de um determinado tema em específico, seja um pedido de desculpas, seja para mostrar a importância de um amigo em nossas vidas.
Alguns desses poemas já são famosos e conhecidos na internet, por via email, por via orkut ou até mesmo por twitter, que são sites de relacionamento bastante usados por todo o mundo, e acabam sendo fontes fiéis de divulgação desses poemas, não somente desses, mas sim também deles.
Se você quer fazer alguma homenagem a algum amigo, mande a ele um poema, pois isso sempre agrada quem recebe, fazendo com que a pessoa fique muito grata por você ter lembrado dela dessa maneira tão linda e carinhosa. Veja outros poemas de amizades:
“A amizade consegue ser tão complexa…
Deixa uns desanimados, outros bem felizes…
É a alimentação dos fracos
É o reino dos fortes
Faz-nos cometer erros
Os fracos deixam se ir abaixo
Os fortes erguem sempre a cabeça
os assim assim assumem-os
Sem pensar conquistamos
O mundo geral
e construimos o nosso pequeno lugar
deixando brilhar cada estrelinha
Estrelinhas…
Doces, sensiveis, frias, ternurentas…
Mas sempre presentes em qualquer parte
Os donos da Amizade…”
“Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações.
pois boas lembraças, são marcantes,eo que é
marcante nnca se esquece!Uma grande amizade
mesmo com o passar do tempo é cultivada assim!”
A solidão amiga
A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão... O que mais você deseja é não estar em solidão...
Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música... Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida.
Faço-lhe uma sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros mais solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, "parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis". A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como motivo de meditação: "Como se comporta a Sua Solidão?" Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.
Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: "Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você." Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.
Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond acha que sim: "Por muito tempo achei que a ausência é falta./ E lastimava, ignorante, a falta./ Hoje não a lastimo./ Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim./ E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,/ que rio e danço e invento exclamações alegres,/ porque a ausência, essa ausência assimilada,/ ninguém a rouba mais de mim.!"
Nietzsche também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões da saúde. Incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca. Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em comunhão com a natureza. Elas não vêem as árvores, nem as flores, nem as nuvens e nem sentem o vento. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo falatório vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um artifício para evitar o contato conosco mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que "o inferno é o outro." Sobre isso, quem sabe, conversaremos outro dia... Mas, voltando a Nietzsche, eis o que ele escreveu sobre a sua solidão:
"Ó solidão! Solidão, meu lar!... Tua voz - ela me fala com ternura e felicidade!
Não discutimos, não queixamos e muitas vezes caminhamos juntos através de portas abertas.
Pois onde quer que estás, ali as coisas são abertas e luminosas. E até mesmo as horas caminham com pés saltitantes.
Ali as palavras e os tempos/poemas de todo o ser se abrem diante de mim. Ali todo ser deseja transformar-se em palavra, e toda mudança pede para aprender de mim a falar."
E o Vinícius? Você se lembra do seu poema O operário em construção? Vivia o operário em meio a muita gente, trabalhando, falando. E enquanto ele trabalhava e falava ele nada via, nada compreendia. Mas aconteceu que, "certo dia, à mesa, ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção ao constatar assombrado que tudo naquela casa - garrafa, prato, facão - era ele que os fazia, ele, um humilde operário, um operário em construção (...) Ah! Homens de pensamento, não sabereis nunca o quando aquele humilde operário soube naquele momento! Naquela casa vazia que ele mesmo levantara, um mundo novo nascia de que nem sequer suspeitava. O operário emocionado olhou sua própria mão, sua rude mão de operário, e olhando bem para ela teve um segundo a impressão de que não havia no mundo coisa que fosse mais bela. Foi dentro da compreensão desse instante solitário que, tal sua construção, cresceu também o operário. (...) E o operário adquiriu uma nova dimensão: a dimensão da poesia."
Rainer Maria Rilke, um dos poetas mais solitários e densos que conheço, disse o seguinte: "As obras de arte são de uma solidão infinita." É na solidão que elas são geradas. Foi na casa vazia, num momento solitário, que o operário viu o mundo pela primeira vez e se transformou em poeta.
E me lembro também de Cecília Meireles, tão lindamente descrita por Drummond:
"...Não me parecia criatura inquestionavelmente real; e por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos... Distância, exílio e viagem transpareciam no seu sorriso benevolente? Por onde erraria a verdadeira Cecília..."
Sim, lá estava ela delicadamente entre os outros, participando de um jogo de relações gregárias que a delicadeza a obrigava a jogar. Mas a verdadeira Cecília estava longe, muito longe, num lugar onde ela estava irremediavelmente sozinha.
O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz companhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação. Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma cidadezinha do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a infelicidade. Comparei-me com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca fui convidado a ir à casa de qualquer um deles. Nunca convidei nenhum deles a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E sofri muito. E nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a música clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão...
A sua infelicidade com a solidão: não se deriva ela, em parte, das comparações? Você compara a cena de você, só, na casa vazia, com a cena (fantasiada ) dos outros, em celebrações cheias de risos... Essa comparação é destrutiva porque nasce da inveja. Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói. Dói uma dor da qual pode nascer a beleza. Mas não sofra a dor da comparação. Ela não é verdadeira.
Mas essa conversa não acabou: vou falar depois sobre os companheiros que fazem minha solidão feliz.