Coleção pessoal de paulogenrofh
E lá, bem no fundo, eu sempre fui aquele medo infantil de errar, de perder as coisas por um descuido. E, talvez por ironia, eu sempre acabo perdendo mesmo, quem sabe por excesso de zelo. Olhando pra trás eu só consigo contemplar ruínas de sonhos gigantes, que nunca consegui tirar do meu sono e trazer pro mundo dos acordados.
O mais intrigante nisso tudo, é que aqueles destroços e cacos ainda brilham, como se pudessem voltar à vida em um simples estralar de dedos, e eu sorrio, um sorriso meio que triste, admito, mas sincero, e por instantes eu imagino como seria se tudo voltasse a se erguer, aí eu paro por um momento, e concluo que o que passou, passou.
Nada volta, por mais que ressuscite por alguns minutos, não pertence mais ao presente. Se passou tem que ficar no passado. Naquele cemitério lúdico de sonhos intermináveis, bonitos e felizes, mas que sempre serão sonhos, e nada mais.
Sabe quando nada no mundo é capaz de te fazer feliz? Quando você sai por aí distribuindo sorrisos, mesmo sabendo que não tem motivos pra isso, pelo contrário, queria chorar, se desmanchar em lágrimas amargas que inundam a alma, sabe? Quando o amor lhe vira as costas e o relógio corre contra você. Quando tudo está perdido e nem mesmo uma taça de vinho é capaz de fazer companhia. Naqueles dias ensolarados, com a cortina do quarto fechada e um travesseiro em cima do rosto pra deixar o sono mais escuro, como se aquilo fosse resolver todos os problemas do mundo.
Eu paro e me pergunto o que é isso. Perco horas pensando, tentando decifrar o que se passa dentro de mim. Mas nada parece esclarecer tamanho vazio. É como se nada mais me despertasse emoções, é como se a vida já não me sorrisse mais. Tudo se perdeu. Tantos amores, amigos, risos, e aquela felicidade que só ficou na promessa. O vento bate na porta, não sinto mais frio, nem medo. As sombras enchem o meu ser, e eu não ligo, sou indiferente. Morro aos poucos, existo num mundo ao qual não mais pertenço, e essa sensação de vazio incompreensível aumenta mais e mais, e me sufoca. Minhas lágrimas transbordam e a vida, perdida, vai ficando pra trás. Nada me traz de volta a vontade de sorrir, nada me faz sentir a vida novamente.
Não estou mais aqui. Sentado, no vazio da minha alma, me deparo com lembranças, doces, amargas, mas há algo diferente, pois não sinto mais a doçura dos momentos alegres, e não consigo me frustrar relembrando passagens tristes da minha existência; mais uma vez me encontro indiferente à minha essência. Passo por cima de tudo. Passo por cima de todos. Quero pedir socorro, mas eu, eu não consigo. Eu quero correr, fugir disso, mas estou paralisado, e não é por medo, não é por hesitação, é por não conseguir, não tenho mais forças pra sofrer. Eu quero viver, mas isso é sinônimo de sofrimento, e francamente, eu não posso mais. Foi o sofrimento vital que me trouxe até aqui, e no fundo desse poço eu não encontro forças pra realicerçar a minha vida. Eu queria sorrir com vontade, não por obrigação, como faço. Queria ter um abraço caloroso, um olhar franco, mas ultimamente tudo em mim tem sido volúvel e superficial.
Eu disse “te amo” e dei um beijo na testa de quem não merecia. Demonstrei meus sentimentos a quem não reparava e me importei com quem só me tinha como uma opção. Foi isso que me destruiu. Eu queria concertar, mas não há mais tempo. Queria ter força pra reconstruir tudo, mas tenho certeza de que não posso mais. Passei por tanta ingratidão e tanto desamor, estou curtido disso tudo, e não quero passar novamente por tantos excessos. Minha vida se esvaiu aos pouquinhos, e eu deixei que isso acontecesse. Fui relapso com o meu ego, deixei que ele se dilapidasse. E agora, bem, agora eu vou fechar os olhos, e deixar que o mundo se exploda sozinho. Pode ser que assim as coisas parem de ser responsabilidade minha.
As horas passam tão depressa, eu queria poder prender o tempo. Queria poder ter o tempo que me fosse necessário pra te falar de tudo que eu sinto, ou melhor, o tempo necessário pra criar coragem de um dia te falar o que há dentro do meu coração. Eu queria prender o tempo, não pra viver pra sempre, mas pra poder aproveitar cada minuto que passa rápido demais. Queria ter o poder de voltar àqueles momentos alegres que vivi ao teu lado. O poder de passar voando por aqueles em que te magoei e, por algum motivo, tenha vindo a te fazer chorar. Queria ter o tempo necessário pra fazer uma eterna prece de agradecimento por tudo que vivi. Um eterno pedido de felicidade para todos aqueles que, por alguma razão, hoje choram. O tempo desmedido pra amar, ser amigo, dar conselhos, nadar, voar, ser feliz.
Tempo suficiente pra ter filhos e netos, e ensinar a eles tudo que aprendi com a vida, nesse tempo tão finito e ao mesmo tempo tão infindável. Queria poder dominar o relógio que faz os ponteiros correrem. Saber dar a cada minuto, alegre ou triste, o valor que lhe é devido, e aprender mais e mais a cada segundo. Quero o tempo suficiente pra jamais ficar entediado, pra não me atrasar pra uma entrevista de emprego, e nem pra buscar minha filha na escola. Tempo pra ligar e dizer aos meus pais o quanto eu os amo, e para ouvir deles o quanto é recíproco esse amor. Tempo pra estar com os meus amigos, conversar por longas horas, e rir por minutos inacabáveis.
Hoje eu só quero tempo. Pra me balançar na rede, pra estar com quem eu gosto, pra falar coisas bonitas, escrever frases de efeito, produzir algo útil. Tempo pra rezar, agradecer pela vida. Tempo pra pedir mais um minuto aqui, pra pedir mais um minuto pra poder dar um sorriso, e multiplicá-lo, tempo pra viver em mundo de paz. Pra ver o sol nascer de novo, e pra ver a lua iluminar os corações apaixonados. Só tempo, pra poder ver o quão maravilhosa é a vida, pra poder aproveitá-la ao máximo. Pra mais um suspiro de paixão, mais uma taça de qualquer bebida quente num anoitecer de inverno. Eu só queria controlar as horas.
Depois de tantas chegadas e partidas nesse aeroporto da vida, finalmente, encontrei a pessoa que mereço. Aquela que me fez sorrir, que me mostrou um sentimento adormecido no fundo da minha alma. A melhor de todas não é perfeita, é simplesmente aquela que se encaixou em mim, que me fez saber que todos temos defeitos, e que, se realmente gostamos, desfrutaremos dos bônus e arcaremos com os ônus da personalidade. Foi a pessoa que me aconchegou em seu abraço, que encaixou seu beijo no meu, que me fez um dos mais felizes do mundo pela trivialidade da sua presença.
Foi um primeiro beijo dentro da igreja, uma longa caminhada, conversas, beijos, abraços, foi tudo, e foi tão bom. Um pedido de namoro dos mais bobos, e aquela vergonha meio sem tamanho. Pequenos detalhes que fazem tudo isso se tornar especial. Prestar atenção e me perder nos seus olhos verdes foi mágico, assim como tê-la entre meus braços. Nada no mundo poderia ser melhor, e a vida fora dali não existia. Éramos eu e ela, e o resto, bem, era só o resto e não importava mais.
É engraçado quando a gente não acredita em destino e, de uma hora pra outra, começa a justificar os acontecimentos com “foi o destino”, desde os sonhos até o perfume: “foi o destino”. Sinceramente, eu quero que dure, e que seja doce. Eu quero protegê-la dentro do meu abraço, fazer o mundo sumir outra vez. Hoje minhas preces são de agradecimento, de manhã, de noite, e a única em que me atrevo a fazer um pedido é sempre a mesma: que seja verdadeiro, e que dure.
A questão, muitas vezes, não é desistir, mas sim não ter mais condições de sofrer. Afinal, aprendi da pior maneira aquilo que Shakespeare ensinou: “não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido, o mundo não pára pra você consertar”, senti na pele todo o movimento do mundo enquanto eu, ajoelhado chorando, tentava reunir novamente os inúmeros pedaços em que se partira meu coração.
Senti na pele tanta indiferença e rejeição por parte daquelas pessoas que amei, mas aprendi que não posso acorrentá-las a mim, por mais que eu queria, elas não são minhas, e não seriam felizes ao meu lado. É difícil, admito, ficar parado olhando aquele ser que tanto amei indo embora, sabendo que é pra nunca mais voltar, mas eu fecho os olhos, e com força, as guardo no mais fundo do meu coração, de onde ninguém jamais vai conseguir tirá-las.
Idas e vindas fazem parte da vida, sorrisos e lágrimas também. Nada no mundo é como a gente quer. Tento fazer da minha tristeza uma poesia, nada no mundo é mais belo do que sorrir com o coração chorando, é mostrar que a caminhada tem chance de valer a pena, e vai ser mais longa enquanto eu tiver um sorriso no rosto. O que é meu, às mãos me há de vir, não sei se por meio do destino, ou de qualquer outra coisa, mas é a ordem natural das coisas, tudo acontece no momento certo, com as pessoas certas.
Eu sinto falta, falta de tudo aquilo que outrora me preenchia, me fazia feliz. Sinto falta das pessoas que passaram pela minha vida, até daquelas que me fizeram sofrer, pois foi com elas que aprendi a ser forte. Sinto falta de coisas ridiculamente pequenas, que faziam cheios os meus dias. Falta de um abraço, de um sorriso, de um beijo, e às vezes, eu sinto falta de um olhar procurando o meu. Isto não é saudade, pois a saudade a gente mata com a presença daquilo que falta, isto é nostalgia, e isso, sim, é impossível exterminar.
Eu sinto falta do calor dos abraços da pessoa amada. Sinto falta de um banho de chuva. São pequenas coisas que não me permito mais fazer. Sinto falta da felicidade que solava a minha porta. Sinto falta dos sorrisos que eram sinceros e, mesmo sem motivo, vinham à minha face involuntariamente. Sinto falta da vida, pois hoje vivo num vazio tão grande, e nada, nada mesmo, é capaz de me preencher de uma forma completa. Eu queria voar, correr, que fosse, fugir daqui, conhecer pessoas novas, largar a mesmice, eu sinto falta do novo.
Tudo poderia ser tão diferente, mas, foram tantas decepções, que hoje eu simplesmente quero, mas não me permito, tenho medo. Medo de sofrer, de chorar. Medo de me apegar às coisas, e às pessoas mais ainda. Tenho tanto receio de sentir dor. Não teria se fosse aquela dor que se cura com remédios, mas, infelizmente, a dor que a vida causa não tem outro remédio senão o tempo, e eu sei, por experiência própria, que ele não é um bom analgésico, demora pra curar, e deixa a ferida aberta, e se for pouco, qualquer coisa vai abri-la novamente e vai doer mais, e vai demorar mais pra cicatrizar, se um dia cicatrizar.
É, meu amigo, a vida é isso, pessoas que se vão, lembranças que ficam. Um movimento circular infinito, que se faz redoma à nossa existência. Às vezes a vida e esse círculo parecem ser tão cruéis conosco, não é mesmo? E parece também que por mais que passe, e por mais que nos submetamos aos caprichos dessas duas coisas inexplicáveis, nunca aprendemos nada, nem com as lágrimas, nem com os risos.
Pessoas entram e saem de nossas vidas a todo o momento, algumas deixam um pouco de si, outras nada; algumas levam um pouco de nós, outras, também nada. Há alguma que nos fazem pensar que só nós nos importamos, e que elas são simplesmente indiferentes a nós, e a tudo que nos fizeram sentir. Indiferentes ao nosso carinho, e àquela sensação de prazer que tínhamos ao lado delas. Não são pessoas vazias, algumas simplesmente têm medo de se machucar, ou até mesmo não saber corresponder aos nossos sentimentos da forma que esperamos.
As lembranças vão se acumulando, cada vez mais, dentro do nosso coração e se transformam nas maiores riquezas que acumulamos durante nossa caminhada. Riquezas que ninguém jamais será capaz de nos tirar, pois existem algumas que se acomodam no mais profundo da nossa alma, lugar especial, trancado com uma chave que só nosso coração possui. Elas são deliciosas, e tem sabor de tudo que há de bom no mundo. São como anotações de tudo que aprendemos, é a nossa bagagem, badulaques que vamos carregar ao longo da vida, com prazer.
Pessoas e lembranças são os motivos das nossas vidas. Não tem uma vida vazia aquele que tem amigos ao seu lado, nem aquele que tem um coração repleto de boas lembranças. São duas peças essenciais ao quebra-cabeça da existência. As melhores maneiras de levar os dias é ser uma fábrica de boas lembranças, junto com as pessoas que nos fazem bem, fazer de cada um dos dias um dia especial, junto com aqueles que jamais nos abandonarão.
Hoje eu me sento na janela, sozinho, acendo um cigarro, pego meu copo de uísque e passo horas e horas admirando tudo aquilo que vivi. Lembranças tão boas que felizmente não se perderam, mas que infelizmente se tornaram lembranças, nada mais do que isso. Doces momentos da vida, momentos que passaram pra nunca mais voltar. Pessoas que foram embora, e algumas que estão por ir. Logo, o que sou será lembrança, e o que acontece nesse momento também, porém, não sei se tudo se transformará em boas lembranças.
As horas passam, mais um cigarro, e agora começa e chover. A solidão é minha companheira, o brilho da chuva me traz mais e mais lembranças, meu coração se enche de saudade, a procura de respostas às perguntas que só o tempo irá responder, às perguntas que só o tempo ainda poderá fazer. São porquês inexplicáveis, falhas na memória, que não me permitem lembrar como foi que consegui chegar até aqui, na solidão.
Dizem que o inconsciente humano bloqueia a memória, naqueles momentos que nos trarão, no futuro, más recordações. Será que meu inconsciente bloqueou também todo o caminho que trilhei pra estar aqui, agora? Eu queria ao menos saber o que me tornou vazio, o que me faz viver de lembranças, apenas. Acho que essa é mais uma das muitas respostas que só virão com o tempo. Esperar, é o que se tem a fazer.
É, pensando bem, ultimamente quem me faz feliz tem sido você, e vai continuar sendo você por muito tempo ainda, peço por isso todas as noites, todas as vezes que acordo e meus pensamentos me levam ao teu lado. Há sorrisos meus que só você é capaz de me arrancar. Coisas pequenas, que só valem a pena porque eu sei que te tenho por perto.
A vida te guardou pra mim, e hoje nada poderia, nem me faria, mais feliz do que o fato de poder te fazer feliz. À madrugada, não raras vezes, perco o sono, e faço mil planos, tenho mil desejos, mil coisas boas pra te dar, muito mais que mil sorrisos pra tirar dos teus lábios tão bonitos, muito mais do que mil sorrisos pra iluminar o teu rosto delicado. Não dormir de tanta felicidade é uma coisa que há muito não me acontecia.
E tenho vontade de te fazer morrer de amor, e te deixar ficar nos meus braços, até sabe Deus quando, sempre pra sempre, quem sabe. Fico pensando em todas as pequenas coisas que nos rodeiam, e percebo que a cada dia que passa te quero um pouco mais. Mais ao meu lado, mais sorridente, mais feliz. Quero ser o motivo dos teus sorrisos, assim como você é o motivo dos meus, a cada manhã nova que a vida me dá.
Mil coisas boas eu tenho pra te dar, mil coisas bonitas pra te dizer, mil abraços, mil segredos, e apenas um sentimento, mais forte e muito maior do que esses milhares de coisas tão bonitas. É isso que tenho pra oferecer. Meu coração, pra você, e pra ninguém mais, minha pequena.
Alguns dias se passaram. Os encontros começaram a ficar mais longos, os beijos mais doces, os abraços mais apertados, e até as mãos já estão mais bobas. Tudo aumenta, o carinho, a vontade de estar perto, a única coisa que diminui é a duração das horas, pois o tempo corre quando eles estão juntos, e os minutos encolhem enquanto suas bocas perdem-se num beijo repleto de bem-querer.
Ela acha que ele é maluco, ele sabe que é, mas por ela. Ele sabe que ela é perfeita pra ele, não quer perdê-la, e reza e pede por isso. Eles não planejaram gostar um do outro, aconteceu. Os astros, o destino, a vida, seja lá o que for, fica a critério de cada um, os guardou um para o outro, e isso é mágico.
Ele faz o que pode, e iria até o fim do mundo para vê-la sorrindo. Ela se faz em sua essência tudo aquilo que ele procurava. Ele, aos poucos, vai percebendo que a cada dia que passa ela se torna mais especial e mais elementar à sua felicidade. Ela se entrega um pouco mais a cada gesto de carinho.
Eles são enamorados, e todo o mundo pára quando seus corpos se encaixam num abraço, onde ela está protegida, e ele se faz mais completo. Eles estão ali, um para o outro, naquele lugar só deles e tão especial. Ele faz promessas, e ele vai cumpri-las. Ela acredita, ela vai ver tudo se tornar real.
Eles são apaixonados, e isso vai amadurecer. Ele é crianção, mas gosta dela. Ela é séria, crescidinha, mas gosta dele. Eles são paradoxos, ele bruto, ela meiga. Eles são iguais, em cada pequenino chamego. Diferentes e iguais, eles se completam de maneira linear, eles se aperfeiçoam. São abençoados.
Minha menina,
Me diga, como posso escrever em preto e branco enquanto tu colores minha vida? Como posso falar sobre tristeza enquanto tu a tiras de mim, e em seu lugar despeja alegria, roubando toda a cena? Ah, anjo, nasci com a alma impar e nunca gostei de ser assim. Não sei ser impar. Até tentei uma vez e assumo que sofri horrores para conseguir ser só. Mas sabe, de repente deu tanta vontade de me somar a ti. Deixa eu virar par contigo?
Sei que não passo de um escritor de guardanapo e que minha poesia não é a mais belas, mas esses dias tenho escrito com toda a doçura que me resta transformando-te em personagem para poder não tirar-te de mim; compartilhar, nem que seja com as palavras, este amor que é tão nosso; abrir uma válvula de escape para tantos sentimentos confusos. Quem disse que consigo, e que quero, me livrar deles? transformando-te em personagem só me apaixono mais. Qualquer dia desses mando um conto de minha autoria, um dos mais bonitos, mas que não mostro para ninguém por puro ciúmes, pois há “você” em cada espaço, vírgula e ponto.
O morno nunca me bastou. Não me basta encher enquanto posso transbordar e não me bastará te fazer bem enquanto posso dar o meu melhor. Prometo, pequena, que não lhe faltará afeto, que bastará olhar para o lado quando quiser encontrar alguém por ti, que precisando, roubo até tuas tristezas e sorrio chorando pra te ver bem. Espero que minha intensidade não incomode, mas caso isso aconteça, me dobro e me rasgo em dois para ser mais leve. Prometo.
Segundo o princípio da predestinação, já nascemos com um caminho traçado e tudo em nossas vidas acontece por algum motivo. Não sei se acredito muito nisso embora torça, com todas as minhas esperanças, que nosso futuro seja à dois e que esse tal de destino nos queira juntos. Mas se ele não quiser, provaremos para ele que o amor é maior que qualquer palavra, mesmo que seja escrita no livro da vida, não é?
Anjo, permita-nos. Vamos somar?
Eu joguei esse amor ao vento, com medo, fechei os olhos molhados e pedi pra que ele não se dissipasse com a brisa. Alguns momentos depois eu estava ainda de olhos fechados, sem saber o que houvera acontecido, hesitando abri os olhos, devagar, bem devagar, e percebi que ainda pairava no ar todo aquele sentimento tão bonito, e, para minha surpresa, havia ali uma força, que antes eu não conseguia enxergar. E, nesse momento, toda a insegurança que me tomava, ela sim, foi-se embora com a brisa, ficou a certeza de um amor, um amor que não permite espaços, tão menos permitirá o abandono, um amor bonito e forte, insolúvel, verdadeiro.
E basta um “oi, amor” pra que meu coração dispare e pra um sorriso bobo se fixar na minha cara o dia todo. E naqueles dias em que tua ausência se faz presente, as horas passam devagar, o relógio se arrasta e a vontade de estar ao teu lado só faz aumentar. É querer estar junto, precisar estar perto, essas coisas que sentimos quando temos uma pessoa única, assim, como você, que me faz feliz pela trivialidade da tua existência. Desde que te conheci, não tive dúvida, bastou um olhar e poucas palavras, pra eu ter certeza que seria você a pessoa que mudaria a minha vida, pra melhor. Eu sei que é pouco, mas meu coração é tudo que tenho, e agora ele é teu, só teu.
Eu vou te demonstrar carinho, amor, mesmo se um dia a distância se fizer presente, vou largar tudo pra viver contigo, pra te ver sorrindo mais uma vez, que seja. Te mostrar meu amor com palavras, gestos, com tudo que me permitir. Hoje a única certeza que tenho quanto ao futuro é que vou te amar sempre, de longe, de perto, do jeito que for, e certeza de que esse sentimento só tende a crescer. Te peço desculpas, de novo, por tudo que já fiz de errado, e por toda essa minha imperfeição, pois continuo sendo aquele garoto cheio de feitos que você conheceu, e se apaixonou, mas principalmente, sou aquele garoto cada vez mais cheio de um sentimento bonito, puro e sincero, que tem uma espécie de bloqueio, que o deixa incapaz de se imaginar ao lado de outra pessoa, que não consegue fazer planos para o futuro sem te colocar neles, que não acredita que alguém possa o fazer mais feliz do que você o faz, ao qual você ensinou o valor de um amor. Te amo, te amo, te amo... vou repetir isto pra sempre, pois um dia te prometi nunca desistir de você, e pode ter certeza que vou cumprir esta promessa, vou estar ao teu lado, até que o teu último suspiro nos separe, ou que esse último suspiro seja meu, e todas as outras promessas que falei baixinho, ao pé do teu ouvido, eu vou cumprir também.
Pode até parecer mentira, mas eu te odeio. Odeio o quanto te preciso, o quanto estou entregue a você, odeio o quanto não me importam mais as outras coisas da vida, é nos teus braços que eu quero permanecer, não existe outro lugar que me dê mais paz. Odeio o fato de não te esquecer nas 24 horas do meu dia, e o modo como ninguém mais será capaz de me preencher de maneira tão real. Odeio o modo como você faz besteira e, com esse teu sorriso lindo, esse teu cabelo lindo, esse teu jeito meigo, essa tua pele cheirosa, me abraça, e eu esqueço de tudo. Odeio o modo como eu sempre, sempre, serei idiota e correrei atrás de você, por mais que tudo me diga que não devia, vou ir atrás, te alcançar e voltar a correr ao teu lado.
Eu me perdi por você, e acabei me encontrando. Descobri que quero meu coração preso ao teu, pra sempre. Descobri que quero te trancar dentro de mim, e jogar a chave fora. E eu odeio, sim, odeio o modo como sou teu, loucamente, estupidamente, desvairadamente teu, idiotamente, inegavelmente, teu; só teu. Odeio o modo como isso já se faz ser a minha essência, odeio amar seguir a minha vida contigo, porque preciso de ti, preciso de proteger. Odeio o modo como descobri que posso amar, te amar, logo isso, que sempre pensei ser minha única incapacidade. Odeio amar até os teus defeitos, odeio te amar, a ponto de não sentir nem mesmo raiva. É verdade, sim, com todo meu ódio, eu te amo, te amo, te amo...
É mesmo assim, a todo momento a vida nos surpreende, quando pensamos ter encontrado o sossego de verdade, algo, ou alguém, aparece e te deixa inquieto, sem palavras, e te faz repensar todas as coisas que vinha dizendo, e reavaliar todas as coisas que pensava sentir. Essa "coisa" acontece, e te confunde, te deprime, e oprime, obrigando a decisões drásticas, sob o risco de perder o que é verdadeiro. Enquanto um amor te abandona num caminho, do qual você acaba gostando, e não desistindo de seguir e que, às vezes, parece errado, mas se você conseguir analisar a situação, de fato, verá que o mundo gira, 360º certinhos, e de um modo ou de outro, a vida te traz quem realmente te merece. Por mais que a decisão seja difícil, dificílima, aliás, ela é necessária, pois é dela que vem a nossa tão desejada utopia da felicidade. A vida acaba por te surpreender, nos últimos instantes de um ano que acaba, te faz mudar de desejos no último minuto antes da virada da meia noite, te faz querer que aquilo se torne verdade, como nunca nessa vida desejou qualquer outra coisa. É.
Nem tudo pode ser eternamente perfeito, a não ser que tenhamos como conceito de eternidade tão somente o momento enquanto duram as alegrias e tristezas da vida. Podemos ser felizes eternamente, em um lapso de tempo, questão de segundos, podemos fazer disto o tão sonhado “pra sempre”; podemos petrificar nossas mágoas, que não duraram tanto, e fazê-las eternas do mesmo modo, mas então, fica a dúvida: o que realmente vale a pena eternizar? Dores, tristezas? Ou as nossas alegrias, nossos momentos em que o riso foi a única coisa que poderia sair de nós?
Tudo na vida passa, numa revoada, tudo vai embora, e permanecem lembranças de bons e maus momentos. Lembranças de coisas que nos fizeram sorrir, e também nos fizeram chorar… mas, então, vem o questionamento, novamente: Por quê vale realmente a pena fazer a eternidade real?
Numa vida-aeroporto, as pessoas vêm, deixam marcas, algumas boas, outras nem tanto, mas não há quem parta sem deixar nada; mesmo os que não nos deixam lembranças agradáveis, de um dado momento, sabemos que algo bom realmente existiu, e deve permanecer, isso sim, na nossa eternidade.
E o que nos faz seguir, vacilando, mas indo, é a tão sonhada plenitude da vida, que parece tão, mas tão difícil, que muitos desistem, e se contentam apenas com a medíocridade do orgulho, porque perderam pessoas realmente especiais, e não tem coragem de ir atrás, e fazer um novo começo, sem final. Puro orgulho, que machuca, faz sofrer, e termina com os corações. Expectativa de vida frustrada, e impossível de ser mudada de outro modo que não seja a aceitação de que nada é perfeito, e que tudo tem uma solução.
Jamais se faça desapego, não deixe o amor escapar, não faça por onde aprender a valorizar o que você tinha, por não ter sido capaz de dar valor no momento em que possuiu de verdade. Dói muito mais na pessoa que parte, ver tudo que sentia se esvair no chão causa uma náusea tremenda, uma dor impossível de descrever.
Jamais julgue um erro, tenha ciência de que você também errou, e por errar está onde está agora. Jamais esqueça de perdoar, pois todo ser humano é passível de cometer erros, sem exceções. Eu errei, você errou, continuaremos errando, até chegar o momento certo de acertar, e isso só depende de nós.
Às vezes a gente se joga e se quebra porque, na realidade, o chão é duro quando a gente encontra com ele. Mas a vida é feita de riscos, ela maltrata, te pega pelos cabelos e te chaqualha, te faz acordar nos momentos de dor, pisa no teu pescoço, e grita na tua cara: "aqui os fracos não têm vez!", e só te resta levantar, e com o coração em mil pedaços sorrir, pra continuar a caminhada, até encontrar outro abismo pra se jogar, de cara, com toda a força.
Nem sempre a gente tem o ímpeto de se jogar com tanta força, porém, mesmo sem querer, é necessário; e se tu não vai por si só, a vida chega e te empurra, faz o tombo ser mais violento, e faz os cortes serem mais profundos. É isso aí, meu amigo, a vida não perdoa quem brinca, com ela é tudo ou nada. Depende das nossas atitudes, pois são elas que definem o tudo ou o nada, que às vezes vêm disfarçados, um do outro. Um tudo vazio, ou um nada repleto de surpresas boas.