Coleção pessoal de PAULOEMILIOAZEVEDO

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Poeta adora falar sobre sol e lua... Que vontade de ser uma estrela tem esse sujeito!

O escritor é um narrador arrogante. Quem faz a ficção é o leitor.

O principal meio de transporte do ser humano é o desejo.

Arte é
Artesão

Adoro voz. Acho que voz tem corpo na boca.

Amigo a gente faz assim - pega na mão. Se não der para o alcançarmos com a mão, a gente pensa nele de coração e põe a mão no peito para ouvi-lo soluçando.

Arquibancada de estádio de futebol é igual missa de domingo - um senta e levanta danado esperando Deus marcar um gol pra libertar o delírio

Deus inventou o whatss app, o diabo seus grupos.

Viver sem religião pode às vezes ser uma benção. Viver sem fé pode se tornar uma desgraça.

A internet é igual ao Funk. Todo mundo tem medo, mas ninguém para de usar. Parece uma parada tipo "pulsão da morte" em Lacan - dor e prazer. Pronto é isso: Mr. Catra é a reencarnação de Freud.

O leitor quando aplaude o livro (ou o autor) ovaciona sempre um teatro vazio.

A sensação de que não estamos acompanhando a velocidade das coisas é correspondente a de que não estamos saindo do mesmo lugar. Viver passou a se tornar uma armadilha à culpa, de que quanto mais se faz mais se tem a sensação de que não se cumprira tudo. Essa respiração ofegante de acordar com a sensação de débito é a ilustração perversa da correria ou o ante passo da ansiedade, é aí que mora a ilusão ou se encontra a porta de entrada de qualquer substância de fuga, super estimulação ou controle.

Se a gente não puder ser junto para a vida toda, nenhum minuto mais terá o valor de eternidade como sempre foi.

A covardia é a liberdade dos fracos.

O poeta é autor de suas próprias ciladas. As que tentam lhe aplicar, em geral, não cai. Já a capacidade de autossabotagem impressiona.

Desafio do criador: passar de uma forma estéril para estéreo.

Ficar cansado logo no início é angustiante porque pressupõe a inviabilidade de realização do percurso adiante.

Tenho tendência maior em acreditar nas pessoas que começam regimes aos domingos.

A esperança é o algoz gentil da felicidade.

O tédio é um luxo e a melancolia um capricho. Poetas são lixos radioativos da solidão.