Coleção pessoal de PAULOEMILIOAZEVEDO

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Gostaria de ter sentado à mesa com Jesus e Nietzsche. Obviamente, Deus no centro da mesa como pauta da refeição.

De nada adianta o sol bater na sua janela e você não abri-la.

O choro é bonito. O pranto não é. O choro é o silêncio de dentro da gente que transborda e o pranto é o grito em desespero que deságua.

Pensador vivo tem que parecer póstumo para ter valor social.

A tristeza é quiçá, bonita. Feio é o desencanto.

Escrever menos pro umbigo e mais com o ventre.

A forma de olhar para um corpo depende das lentes de cada cultura.

O poeta, o que faz? Ele é solitário na escrita e solidário com as palavras.

Ou acorda ou a corda há de enforcar o despertar.

Infelizmente o corpo sempre paga nas nossas tantas vontades, de fazer muito (ao mesmo tempo), querendo descobrir o corpo. Ao descobri-lo, às vezes deixamos ele sem coberta, mais fragilizado. Os acidentes (e enfermidades) sofridos no corpo, em geral, ocorrem nessa zona de classificação.

A fotografia é a arte do fixo mover-se.

Alguns chegam na hora certa, outros retardam demais a partida.

Ensinar (assim como aprender) é um ato político a favor da vida e não uma política de educação em favorecimento de partidos.

Ou muda ou emudece.

É na ponta dos dedos que medimos o tamanho das palavras escritas, na ponta da língua que as dizemos, com todo o corpo que as ressignificamos.

A meia gratidão, derivação medíocre da ingratidão, é a estrutura materna (enraizada, uterina) encontrada no traidor para justificar sua mais nova investida de fraqueza de caráter.

Um dia olhei profundamente para o corpo e pensei: a revolução não se faz com aspas.

A ternura é a irmã caçula do amor.

A indiferença é o sintoma obscuro do desafeto.

Não há nada mais violento e fundador que a inteligência. Sobre a ignorância (ou preconceito), não se conhece nada mais totalitário e brutal.