Coleção pessoal de Paulinhas2
Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas, por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não tem máscara.
Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo e perdoo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre.
Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.
Cartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel.
Tudo se perdeu, as letras não conseguem se definir.
Nada mais pode ser reencontrado.
Nada mais pode ser consertado.
Por que?
Nada mais tem porque,
Nada mais tem razão,
Nada mais existe.
É tarde.
É inútil.
Sinto-me como um fantasma.
O que será de mim?
Sou vazio,
Sou lágrima.
O que será de mim agora?
Já não o tenho mais.
Já não ouço sua voz.
Já não sinto seu cheiro.
O que será de mim agora que já sei que não posso mais contar com você?
Sou ave sem ninho,
Sou corpo sem alma.
Sou apenas escuridão.
Sou só tristeza.
Mergulho no mar da minha vida,
defloro o desconhecido
e faço florir meu ser.
Na magia do mistério,
sou imigrante
de mundos diferentes
que me identificam
e me acolhem.
Diante do revelado,
calo-me.
E, neste silêncio,
a paz se propaga.