Coleção pessoal de PaulaFreitas

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Perda da inocência

Menina que senti coisas bobas, que ama como uma trouxa, que chora mares que a banha. Mar que lava sua alma inocente de garota, que de inocente não tem nem os dentes, que crava no corpo estupendo daquele ser demente, que na hora do amor não a tratou como deve, deixando sangue em seus dentes, e marcas em seu corpo que não é mais inocente.

Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já.

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida.

Saudade é sentir que existe o que não existe mais.

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam.

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

Não vou mentir, eu morro de ciúmes do seu passado, consigo sim me conter, mas sério, me dá uma coisa ruim de imaginar que não estive sempre aqui, ao seu lado. Às vezes você vem com essas neuras de outros tempos, como se eu fosse errar como os outros erraram, é nesse momento que respiro fundo pra não gritar: 'EU NÃO SOU ELES'. Tá, mas deixa te pedir: Me dá um desconto? Sabe, quando eu pirar com aquele ex curtindo coisas suas, quando eu pedir 'quem é esse aqui', quando eu insinuar algo desconfiado. Apenas releve, me faça rir, me faça sentir que cada centímetro do seu corpo e do seu sentimento me pertence.

Eu sei que você me vê como uma base forte na sua vida, mas eu não sou de aço, às vezes essas coisas que eu finjo não dar bola me doem. Quando isso ocorrer apenas ria, apenas me chame de bobo daquele jeito que só você sabe.

Eu nem sempre sou forte, mas quando eu fraquejar apenas lembre de onde vem minha força: De você!

Sua presença cura tudo, então, por favor, me ame até quando eu menos parecer merecer e eu estarei ao seu lado sempre.

Cada vez que eu chorei você morreu um pouco…

Seu amor sempre veio acompanhado com resquício de abandono. Eu não precisei te matar das minhas lembranças, você foi sumindo de mim por conta própria cada vez que me deixou chorando sozinha.

Tentei me convencer de que estava tudo bem, que só a sua presença me bastava. Era tudo coisa da minha cabeça. Talvez eu estivesse exagerando, ninguém consegue dar tanta atenção a um outro ser humano. Mas ninguém é tão ocupado, não é? Quando percebi isso, outro pedaço seu virou fumaça.

Um casal é feito de duas partes, lutando constantemente para ser uma. Então, por que eu me sentia numa batalha de uma pessoa só?

Te perdi dentro de mim e tentei te ganhar todos os dias. Antes mesmo de saber que eu nunca poderia ter alguém que nunca levantou uma bandeira por mim. Sempre foi tempo perdido e o pior é que mesmo que você já soubesse, me deixou continuar.

Mais uma vez eu chorei, você já quase não existia.

Prometi a mim mesma que não me daria por vencida enquanto não tivesse a certeza que fiz tudo para retomar os laços. Te chamei, te liguei, fiquei parada na sua porta, toquei a campainha, pedi abrigo no seu peito. Sem resposta.

Então eu chorei. Derramei litros de sonhos de um futuro que nunca iria acontecer. Chorei porque eu quis tanto e tive tão pouco. Foi tão promissor no começo, você fez direitinho. Soube prometer tão bem quanto soube não cumprir. Mas é grandioso se render, aceitar que o barco não vai navegar nem com a maior das correntezas.. Eu chorei por você. Você morreu pouco a pouco. Não existe mais.
(Najara Gomes)

Libertei meus sonhos que fizeram do tempo uma moldura na parede e toda vez que vem chuva e vento eles se transformam em pássaros.

Os olhos dela...
Antes flores e perfumes, agora cimento duro.
Antes terra fértil, agora deserto
Antes maresia e pássaros, agora silêncio e solidão.

E quando eu tinha você
Me sentia leve a ponto de querer voar
Eramos dois pássaros em uma só direção
Mas aí você se deu conta, de que voar acompanhada nao te agradava mais
E hoje
Voar è só mais uma coisa pra se fazer sem você

Azar de quem não chorou ao som de uma canção de amor, que não riu dos pássaros voando por aí... Que não se inebriou com o aroma e com as cores das flores. Azar de quem amou pouco e com esse pouco nada soube da vida.

Prendem pássaros em gaiolas, como se seus gritos de socorro, travestidos de boas melodias, fosse mais lindo do que sua liberdade.

Olhando a extrema beleza dos pássaros amarelos calculo o que seria se eu perdesse totalmente o medo. O conforto da prisão burguesa tantas vezes me bate no rosto. E, antes de aprender a ser livre, tudo eu aguentava – só para não ser livre.

Acho que paixão é tipo um cavalo dentro de si, não tem problema em se apaixonar desde que saiba doma-lo

Não tem jeito ...
Uma hora a saudade aperta
o coração sufoca
o vazio nos doma
e a tristeza de tudo toma conta.

É quando o silêncio
entra e nos acaricia.

Já não sei quem mora em mim
Se sou eu ou outro ser
Que doma e nem sempre é domado
Causando confusão

Em uma competição de cavalos, o cavalheiro doma bem o seu animal, mas pode perder a competição da língua santificada se deixar por mal ser dominado pelo Bicho.

Ela sabia que havia diferença entre os finais felizes e os finais necessários, mas ainda assim insistia em acreditar que, do seu jeito torto, devagar, e cheio de ilusões, era capaz de modificar a realidade e enxergar felicidade nas circunstancias miúdas, muitas vezes esquecidas e despercebidas. Ela apostava mais na doçura que na amargura, e tinha uma fé inabalável de que, mesmo que seu caminho estivesse mais nublado que ensolarado, Deus sussurrava em seu ouvido: “não desista, menina!”

Ela não fingia ser assim. Nem tampouco se esforçava. Tinha nascido poesia, e se encantava com pequenos galanteios, letras de música falando de saudade, versos de Caio Fernando Abreu num livro antigo e cheiro de café numa livraria charmosa. Não sabia guardar rancor, se esforçava para se desapegar daqueles que a rejeitavam e rascunhava sonhos num caderno doado.

Ela acostumou-se a ser poesia, a enxergar poemas, a extrair delicadezas, a desejar gentilezas. E acabou calculando errado. Na sua mente tão congestionada, permitiu que ele, tão frio e errado, ali fizesse morada. Dentro do seu coração generoso, não cabiam dúvidas e divagações. E por isso ela insistia em ver nele versos que ele nunca soube ler. Ela teimava em ouvir dele poemas que ele nunca quis recitar. Ela esperava dele danças que ele nunca ousou convida-la para dançar. Ela dançava sozinha, escutando em seu ouvido canções que ela jurava que ele havia composto para eles, mas era tudo fruto de sua imaginação, de seu encanto pela vida, de sua alma colecionadora de ilusões.

Um dia ela acordou e percebeu que talvez a felicidade também tivesse a ver com pontos finais. Que estava na hora de guardar seu amor por dentro e direcionar seu afeto para si mesma. Começou a entender que não era fácil desistir dele, porque, mais do que ama-lo, amava a sensação que ama-lo lhe provocava. Devagar descobriu que poderia fazer poesia do vazio e das esperas. E que, em algum lugar, não muito longe dali, haveria um menino poema como ela, capaz de lembra-la todos os dias que é preciso força e coragem para insistir na doçura num mundo cheio de amargura…

— Fabíola Simões

Guerra perdida
(Em piegas confissão)

Eu tentei te esquecer, eu tentei.
Implorei uma trégua ao coração,
mas, em rebeldia, ele, tão atrevido,
bateu mais forte e me disse: – Não!

Eu tentei te esquecer, eu tentei...
Busquei outros lábios, outro rosto,
mas jamais consegui encontrar
o encanto e a doçura do teu gosto.

Eu tentei te esquecer... Ora, eu tentei!!!
Até em sonhos eu fugi de ti,
mas, contigo em meus pensamentos,
confesso que sempre amanheci.

Eu tentei te esquecer, sim, eu tentei...
Encarei como feitiço, doença, uma cilada,
mas a paixão de corpo era também de alma,
e então eu já não pude fazer mais nada.

Ah, eu tentei te esquecer, como eu tentei!
Mas não era pra ser, agora bem compreendo.
Admito: perdi a batalha, perdi essa guerra.
Em teus braços, eu me entrego. Eu me rendo!

Poema: Anne Mahin
Arte: Emilia Wilk

Seja como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo,
amor pra valer, só acontece uma vez
acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de
nós é a metade de uma laranja, e que a vida
só ganha sentido quando encontramos a
outra metade.

Não contaram que já nascemos inteiros,
que ninguém em nossa vida merece carregar
nas costas a responsabilidade de completar
o que nos falta: a gente cresce através da
gente mesmo. Se estivermos em boa companhia
é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar que só há uma
fórmula de ser feliz, a mesma para todos,
e os que escapam dela estão condenados
à marginalidade. Não contaram que estas
fórmulas dão errado, frustram as pessoas,
são alienantes, e que podemos tentar outras
alternativas.

Cada um vai ter que descobrir sozinho.
E aí, quando você estiver muito apaixonado
por você mesmo, vai poder ser muito feliz
e se apaixonar por alguém.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.