Coleção pessoal de PatriciaRebelo
Hoje agradeço-te. A ti, à tua dureza, à tua frieza, à tua incompreensão e indiferença.
Hoje, não sei, francamente, o que sinto. É uma mistura de sentimentos.
Mas, sei que, não te quereria de volta. Desejo-te, o melhor, mas só isso. Longe.
Durante muito tempo, quis ter-te de volta. Quis, que voltássemos a ser apaixonados, um pelo outro. Confesso que me enganei!
Não vou morrer por te amar. Pelo menos, não, no real sentido da palavra. Mas, vou-me arrastando e sentido a dor, que o nosso não reconhecimento me causa. Repito, não vou morrer por amor. Mas, vou sentido o desgosto, e esse tipo de morte é mais ingrata.
Sabes, o que aprendi, com a tua ausência? Que ninguém morre, por sofrer, por amor. Pelo menos, não, no sentido literal, da palavra.
Hoje somos estranhos. Até há uns tempos, era isso que doía, o facto de sermos estranhos. Hoje... Hoje, somos apenas, uma lembrança do que fomos. Hoje, passamos e já não nos reconhecemos. Ainda dói. Mas é uma dor diferente. Hoje dói termos chegado a este ponto. Ontem doía, porque te amava. Hoje desapego-me.
Podias, ter partido, de uma forma mais simples, sabias? Partido, sem nunca, ter entrado na minha vida.
Dizem que, as melhores coisas, aquelas realmente importantes, guardamos para nós. Dizem que, escondemos do resto do mundo, por ser algo tão importante e especial.
Um dia gostava de ir falar com a tua ausência. Bater à porta, e dizer, minha amiga, temos muito que conversar.
Sim... é possível amar de novo, conhecer alguém, deixá-lo entrar, deixá-lo pertencer e deixar-me pertencer.
Sim... é possível amar de novo, conhecer alguém, deixá-lo entrar, deixá-lo pertencer e deixar-me pertencer.
Bolas, raio de fotografia, tão perfeita. Bolas, o nosso olhar ser mesmo nosso, e não para a máquina.
Nem todos os casais têm A TAL música… Nós, temos uma banda sonora inteira, só nossa…
Era, impossível, conseguir escolher, apenas, uma.
Desapegar, mostra que conseguimos ser bem mais fortes, do que antes. E conseguimos, efetivamente. Ninguém morre por se desapegar. Ninguém sofre uma vida inteira por desapego. Sofre-se, por se querer continuar, no meio dos medos. É, por isso, que se sofre. Pela incerteza do que acontece depois. Pelo medo do vazio. Porque o desapego, é simplesmente, uma mudança em nós.
Há sempre uma música. Aquela, que define um casal. Aquela, com que cada casal, se identifica. Aquela, que cada casal, tem orgulho de dizer que é a sua música.
Nós nunca tivemos a dita música… não porque, não quiséssemos ou que não encontrássemos… Simplesmente, não tivemos, porque eu nunca me consegui decidir nem encontrar apenas a dita música para nós.
Sempre considerei que éramos, e que somos ainda (mesmo que afastados), um conjunto de várias músicas, de diferentes estilos, diferentes cantores, ou seja, uma miscelânea.