Coleção pessoal de PARETA
PAZ. A palavra de três letras que move sonhos, as vezes buscada de forma contrária, na guerra, mas o sonho ideal de todo ser humano. A paz na sua essência é nada mais do que um estado de tranquilidade, ausência de pertubação, agitação, mas é sempre tão difícil de ser alcançada, principalmente pelo conceito que a paz pode ser imposta pela violência o que é simplesmente usar gasolina pra apagar um incêndio.
A busca da paz deve ser uma busca coletiva, visto que a inquietação do próximo pode de alguma forma desestabilizar a minha paz e nas condições que vivemos a paz tem sido cada vez mais um pensamento utópico, mesmo em ausência de guerra ou de qualquer tipo de conflito, teríamos ainda as doenças para tirar a nossa paz e gerar o desconforto, de forma que a paz completa tem se mostrado impossível.
Mesmo assim, podemos viver os nossos pequenos momentos de paz, que são os pedaços mais saborosos da vida. O segredo está em gerar a paz, ser um pacificador. Pacificador não é aquele que mantém a paz existente, mas sim, aquela pessoa que traz a paz para ambientes de discórdia, é um agente da paz que a leva sempre consigo onde quer que esteja. Compreenssão do outro, respeito, humildade e amor são ferramentas essenciais para isso.
No dia em que os humanos entenderem verdadeiro sentido do amor abriremos a porta para uma nova dimensão de luz. Não o amor romântico, nem o amor pelos seus amigos, amor de retribuição, não o amor que se apaga diante da primeira chuva. Mas o amor incondicional, o amor a vida, aos seres e a todas as coisas existentes, a compreenssão das coisas, misturar-se aos elementos, viver as instâncias, inspirar as verdades, transpirar liberdade, pensar poesia.
Quando ela tocou seus lábios ele foi transportado para um outro universo, como se os seus pés não mais tocassem o chão, a leveza e suavidade do seu beijo era como a doçura do orvalho que embeleza as rosas. Inspirava pólen e expirava paixão, o sangue percorria suas veias como fugitivos egípicios que renunciaram ao Faraó para encontrar o lago de água serena do outro lado do Nilo. Suas mãos percorriam seu corpo como um explorador desbravando mares, enquanto uma música entrava suavemente pelos seus ouvidos e todo um mundo existia a sua volta, de pessoas saltitantes de olhos iluminados.
Para eles, o universo se resumia em dois corpos.
Eu sempre procuro dar o máximo de mim nos meus relacionamentos. Infelizmente eu tive que conviver com o péssimo exemplo do meu pai e cristalize que um dia quando fosse maior poderia fazer tudo diferente dele, tudo belo, porquê eu enxergava uma beleza em estar entre duas pessoas que ele nunca poderia enxergar.
Mas o fim é uma constante real em tudo na nossa vida até que um dia chegue o fim da nossa vida. E assim, o primeiro, que pensei como um bobo que era eterno, o segundo, de fim drástico e que ao término quase acabou com minha saúde, o terceiro que me fez dizer que nunca mais entraria em nenhum outro ao acabar e o quarto, que era o ideal, a pessoa perfeita, o momento perfeito, um sonho de infância e se não fosse uma pequena vírgula talvez, Deus é quem sabe, seria eterno.
Então me torno cada vez mais esse ser medroso mas contraditoriamente encantado e com o sonho de fidelidade diante dos olhos. Uma mulher é inveitavelmente o meu destino, ao meu lado, comigo, aventurando-se junto, inventando canções, imagino que ela é da arte, que ela é simples, que ela é deliciosamente complicada, negra, ruiva, morena, azul, brasileira, européia, japonesa e a cada dia penetro mais surdamente nas minhas ilusões.
Não sei se o defeito está em mim, se está nela, se está nos dois, ou se a teoria do conflito inevitável também domina no amor. Mas dou mais um passo e descubro alguém distante que me encanta, o que será então? Eu ouço a música que manda acreditar nos sonhos, aquela que me diz, onnanoko, otokonoko e não consigo mais produzir mais nada na minha noite porquê essa música me lembra os momentos mais fantásticos da minha vida, mas um momento que eu devo fugir por buscar paz. E assim eu descubro que Vinicius estava certo quando dizia "que não seja imortal, posto o que é, chama/ Mas que seja infinito enquanto dure".
Complicado é ser poeta e conviver com essa realidade. Preciso de um remo.