Coleção pessoal de Parabellum

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De quem nos ama, esperamos sobretudo de um pouco de tempo.

O perigo não está na multiplicação das máquinas e sim no número cada vez maior de pessoas habituadas, desde a infância, a só desejar o que as máquinas podem dar.

É um grande engano pensar que o homem mediano só tem paixões medianas.

⁠Temperança é o poder de se contentar com pouco. Mas não é o pouco que importa. É o poder. E o contentamento!

⁠⁠A vida é curta demais para contentar-se com palavras.E difícil demais, porém, para dispensá-las.

Cansamo-nos de agir e até de pensar, mas jamais nos cansamos de amar.

Viver para os outros é não somente a lei do dever como da felicidade.

Ninguém possui outro direito senão o de sempre cumprir o seu dever.

Tudo é relativo, eis o único princípio absoluto.

Saber para prever, a fim de poder.

A moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas.

A liberdade é o direito de fazer o próprio dever.

⁠É por isso que vivemos sós: Porque ninguém pode viver em nosso lugar. O isolamento numa vida humana, é a exceção. A solidão é a regra. Ninguém pode viver em nosso lugar, nem sofrer ou amar em nosso lugar. É o que chamo de Solidão: Nada mais é do que outro nome para o esforço de existir.

Como o sangue se vê melhor nas luvas brancas, o horror se mostra melhor quando é cortês. Pelo que se relata, os nazistas, pelo menos alguns deles, distinguiam-se nesse papel. E todos compreendem que uma parte da ignomínia alemã esteve nisso, nessa mistura de barbárie e civilização, de violência e civilidade, nessa crueldade ora polida, ora bestial, mas sempre cruel, e mais culpada talvez por ser polida, mais desumana por ser humana nas formas, mais bárbara por ser civilizada. Um ser grosseiro, podemos acusar seu lado animal, a ignorância, a incultura, pôr a culpa numa infância devastada ou no fracasso de uma sociedade. Um ser polido, não. A polidez é, nesse sentido, como que uma circunstância agravante, que acusa diretamente o homem, o povo ou o indivíduo, e a sociedade, não em seus fracassos, que poderiam servir de desculpa, mas em seus sucessos.

Se queres amar a vida, eu preferiria dizer, se queres apreciá-la lucidamente, não te esqueças que morrer faz parte dela. Aceitar a morte -a sua, a dos próximos- é a única maneira de ser fiel à vida até o fim.
Mortais e amantes de mortais: é o que somos e o que nos dilacera. Mas essa dilaceração que nos faz homens ou mulheres, também é o que dá a vida o seu preço mais elevado.
Se não morrêssemos, se nossa existência não se destacasse assim contra o fundo tão escuro da morte, seria a vida tão preciosa, rara, perturbadora? “Um pensamento insuficientemente constante sobre a morte, escrevia Gide, “nunca deu valor suficiente ao mais ínfimo instante de vida.”
Portanto é preciso pensar a morte para amar melhor a vida -em todo caso, para amá-la como ela é: frágil e passageira- para apreciá-la melhor, para vivê-la melhor, o que é uma justificação suficiente para este capítulo.

O simples vive como respira, sem maiores esforços nem glória, sem maiores efeitos nem vergonha.
A simplicidade não é uma virtude que se some à existência.
É a própria existência, enquanto a ela nada se soma.
Por isso é a mais leve das virtudes, a mais transparente e a mais rara.

O amor e a solidão sempre andam juntos;não são dois contrários, mas como que dois reflexos de uma mesma luz, que é viver. Sem essa luz, a filosofia não valeria uma hora de esforço.
(Em o Amor a Solidão)

A polidez é a origem das virtudes; a fidelidade, seu princípio; a prudência, sua condição.

O mundo move-se tão depressa atualmente, que uma pessoa que diz que alguma coisa não pode ser feita é em geral interrompida por alguém que já o está a fazer.

Existe algo muito mais escasso, fino e raro que o talento. É o talento para reconhecer os talentosos.