Coleção pessoal de pao_diario
Amor verdadeiro
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros. —João 13:35
Neste ano, o Ano Novo chinês e o Dia dos Namorados, que nos Estados Unidos e em alguns outros países é celebrado hoje, caem no mesmo dia. Embora estas duas datas festivas tenham origens bem diferentes, existem algumas semelhanças na forma de comemoração. Em ambos os casos, trocam-se presentes entre os queridos, como uma expressão do amor mútuo. Seja dando rosas a quem você ama no Dia dos Namorados ou hong bao (pacotes vermelhos com dinheiro) para familiares e amigos no Ano Novo chinês, eles representam símbolos de amor.
Nosso Senhor Jesus Cristo ordenou aos Seus discípulos “ameis uns aos outros”, pois “nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:34-35).
O amor que o Senhor quer que os Seus discípulos tenham uns pelos outros é diferente do amor romântico entre os casais que se amam, e o amor fraternal entre amigos e familiares. É um amor altruísta. A palavra grega que João usou no mandamento de Jesus é ágape — o tipo de amor divino que não espera nada em troca. Foi isso que Jesus mostrou aos discípulos quando Ele “deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos” (João 13:5). É o mesmo tipo do amor que Ele revelou quando foi até a cruz por nós.
Hoje, procure por alguém a quem você possa demonstrar amor altruísta assim.
Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. —Gálatas 6:2 C. P. Hia
Jantar de reencontro
…Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro! —Apocalipse 19:9
Muitos chineses fazem grandes sacrifícios para participar do jantar anual que reúne as famílias. Celebrado na véspera do Ano Novo lunar, o jantar de reencontro geralmente acontece na casa dos pais ou do irmão mais velho.
Os chineses que trabalham no exterior precisam fazer suas reservas para a viagem antecipadamente visando garantir passagens para os voos lotados ou viagens de ônibus. Deixar de fazer reservas com antecedência significa correr o risco de perder o reencontro familiar.
A Bíblia fala de um jantar de reencontro ainda mais importante, no céu. Apocalipse 19:9 o chama de “a ceia das bodas do Cordeiro”. No entanto, ao contrário do jantar de reencontro do Ano Novo lunar, ninguém sabe a data deste evento, exceto Deus (Mateus 24:36). Nem precisamos nos preocupar em fazer reservas para a viagem.
Quem está convidado para este jantar de reencontro celestial? Todos aqueles que pertencem à família de Deus estarão lá, “aos que creem no seu nome [de Jesus]; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1:12-13).
Você estará no jantar de reencontro na eternidade? Você pode garantir seu lugar no banquete celestial confiando em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador hoje.
Crer em Cristo garante a salvação e a eternidade. C. P. Hia
Envie a luz
Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis […] resplandeceis como luzeiros no mundo. —Filipenses 2:15
O empresário americano Mark Bent investiu 250 mil dólares no desenvolvimento e na fabricação de uma lanterna alimentada por energia solar, economicamente viável. Milhares delas foram distribuídas gratuitamente ou por baixo preço às pessoas que vivem em campos de refugiados africanos. Uma carga diária de energia solar fornece sete horas de iluminação, vital para as pessoas em seus lares, escolas e clínicas médicas, onde a escuridão incentivou a ocorrência de crimes e violência.
O contraste entre a escuridão e a luz é uma imagem que sobressai na apresentação bíblica de Jesus, o Messias. “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Isaías 9:2). “A vida estava nele [Jesus] e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (João 1:4-5).
Como seguidores de Jesus, hoje temos o privilégio de sermos os portadores da Sua luz. Paulo insistiu para que os cristãos de Filipos se tornassem “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Filipenses 2:15).
Em vez de termos medo ou sermos oprimidos pela escuridão espiritual que nos cerca, podemos confiar na graça que Deus concede aos Seus filhos para resplandecerem por Ele.
Jesus veio trazer luz ao mundo de escuridão. David C. McCasland
O outro lado
…Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina… —Tiago 4:14
Quando alguém disse ao meu amigo: “Vejo você daqui um ano,” soou estranho quando ele respondeu: “Sim, do outro lado.” Queria dizer que o veria do outro lado do desdobramento de uma operação militar, que duraria um ano. Todavia, como a expressão é frequentemente usada para referir-se ao céu, fez-me refletir sobre a incerteza da vida. E pensei: Quem estará aqui daqui a um ano? Quem poderá estar nesta época do outro lado — no céu?
Com certeza não sabemos o que o próximo ano — ou hora — trará. Em sua epístola, Tiago escreveu sobre esta incerteza, e repreendeu os comerciantes gananciosos por vangloriarem-se sobre o que fariam naquele dia, no dia seguinte ou no próximo ano (Tiago 4:13). O pecado deles não era fazer planos; era esquecer-se de Deus e de modo arrogante vangloriarem-se desses planos de negócios.
Tiago lembrou-lhes: “Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tiago 4:14). Um comentarista afirma que Tiago estava destacando a tolice deles e dizendo basicamente: “Venham agora, vocês que fazem planos — vocês nem mesmo compreendem quão pouco controle têm sobre a vida em si.”
Nenhuma parte da vida está fora do controle de Deus. Portanto, ao fazermos planos, lembremo-nos: “Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tiago 4:15).
Escreva seus planos a lápis e deixe a borracha com Deus. Anne Cetas
Rico em Deus
…onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. —Lucas 12:34
Acompanho as flutuações do mercado de ações e reflito sobre os efeitos do medo e cobiça. Um personagem de um filme dos anos 80 tinha esta filosofia: “A ganância, por falta de uma palavra melhor, é boa. Ser ganancioso é certo! A ganância funciona! […] a ganância [vai] salvar […] a América!” Que pensamento tolo!
Lembro-me daquela ocasião em que um homem pediu a Jesus que atuasse como mediador e fizesse seu irmão dividir a herança. Jesus recusou-se a atender ao pedido, mas foi além, fez um ato de bondade ainda maior pelo homem. Ele revelou a motivação por trás da solicitação do homem e suas consequências: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lucas 12:15).
Jesus então contou uma parábola sobre um homem que teve uma colheita abundante e começou a fazer planos para aumentar a sua riqueza e desfrutar dela. Jesus concluiu: “Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lucas 12:20-21).
O problema da cobiça é que no final das contas nossos bens se vão. Pior ainda — nós partimos. É melhor guardarmos tesouros no céu, investir em riquezas espirituais e nos tornarmos “ricos em Deus”
Nossa verdadeira riqueza é o que investimos na eternidade. David H. Roper
Acontecimentos divinos
…em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. —Filipenses 4:6
Com suprema sabedoria Deus conduz todas as coisas na criação e através dela, não apesar dela. Por esta razão, algumas respostas de oração são de difícil comprovação.
“Somente a fé atesta a veracidade desta afirmação,” C. S. Lewis escreveu: “Nenhuma prova empírica poderia confirmá-la.” Cremos que uma oração foi respondida, não por critérios científicos que o comprovem, mas porque temos fé.
A maioria das formas pelas quais encontramos Deus — a natureza, a Bíblia, a Ceia do Senhor, a igreja, outras pessoas — incluem objetos que podemos tocar. Todavia, o próprio Deus está no reino do espírito. A oração reflete essa diferença entre nós.
Apesar de podermos pedir a Deus que intervenha diretamente, não deveríamos nos surpreender se Ele respondesse de modo mais velado, cooperando com nossas próprias escolhas. Um alcoolista ora: “Senhor afasta-me da bebida, hoje.” A resposta a essa oração provavelmente virá do seu próprio interior — de uma decisão firme ou de um pedido de ajuda a um amigo leal — ao invés de algo sobrenatural, como as garrafas de bebidas alcoólicas desaparecerem do armário num passe de mágica.
Quer Deus intervenha de maneira sobrenatural ou nos dê a capacidade de obedecê-lo, confiamos em Seu caráter. Vemos uma parceria verdadeira, íntima e entrelaçada.
Uma parte importante da oração é a disposição em ser parte da resposta. Philip Yancey
Devagar
Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada. —2 Pedro 3:9
Se surgisse um concurso para descobrir a virtude mais popular, desconfio que a “rapidez” venceria a “superioridade.” Muitas partes do mundo parecem estar obcecadas pela velocidade. Contudo, a febre da “rapidez” não nos leva a lugar algum — rapidamente.
“Chegou a hora de desafiarmos nossa obsessão em fazer tudo com maior rapidez,” afirma Carl Honoré em seu livro Devagar (Editora Record, 2005). “A velocidade nem sempre é a melhor política.”
De acordo com a Bíblia, esse autor está certo. Pedro nos advertiu que nos últimos dias as pessoas duvidariam de Deus por parecer que Ele está demorando para cumprir a promessa da Sua volta. No entanto, Pedro destaca que esta aparente demora é algo positivo. Na verdade, Deus está demonstrando Sua paciência dando mais tempo para que as pessoas se arrependam (2 Pedro 3:9), e também sendo fiel ao Seu caráter, sendo paciente ou tardio em irar-se (Êxodo 34:6).
Nós também devemos ser tardios em irar-nos — e tardios para falar (Tiago 1:19). Segundo Tiago, a “prontidão” está reservada para os nossos ouvidos. Devemos estar prontos para ouvir. Pense em quantos problemas poderíamos evitar se aprendêssemos a ouvir — escutar de verdade, não apenas parar de falar — antes de abrir a boca.
Em meio à correria para atingir nossas metas e prazos, lembremo-nos de nos apressar em ouvir e desacelerar nossos humores e nossas línguas.
Ao ser tentado a perder a paciência com alguém, pense sobre o quanto Deus é paciente com você. Julie Ackerman Link
Distraído
Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços… —Lucas 10:40
A universidade onde leciono como professor adjunto fornece laptops (computadores portáteis) aos alunos. Embora estes possam ser ferramentas muito úteis para os estudantes, descobri um aspecto em que pode prejudicar o aprendizado: Os laptops podem se tornar uma distração durante a aula.
Como os alunos fazem anotações em seus computadores, eles permanecem ligados à internet durante a aula. O problema é que eles estão mais interessados em teclar com os amigos, visitar sites de relacionamento, ou navegar na internet, do que em assistir minhas aulas.
Um computador portátil perde o seu valor no ambiente de ensino ao tornar-se uma distração — mesmo se os alunos estiverem fazendo uso adequado dele.
Coisas boas e de valor têm este poder, podem desviar nossa concentração daquilo que deveríamos prestar atenção. Foi o que aconteceu com Marta. Lucas 10:40 diz que ela estava “ocupada em muitos serviços,” o que a impedia de investir seu tempo com Jesus. Da mesma forma, um bom hobby pode ter seu valor. Porém, se ele o afastar de suas responsabilidades familiares ou do relacionamento com Deus, algumas mudanças serão necessárias.
Será que as boas opções da vida o distraem daquelas que deveriam ser suas principais prioridades? Volte — como Jesus disse a Marta — para aquilo que “é necessário.”
Fomos criados para glorificar a Deus. Dave Branon
Caminhada na lua
Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si. —Gênesis 5:24
O documentário À Sombra da Lua conta a história de Charlie Duke, um dos astronautas da Apollo 16 enviados à lua em 1972. Enquanto a nave de comando orbitava pela lua, Duke e outro astronauta pousavam o módulo lunar Orion em sua superfície. Após três dias realizando experimentos e recolhendo amostras de pedras lunares, a tripulação da Apollo 16 voltou à Terra em segurança.
Mais tarde, Charlie passou por uma transformação espiritual. Ele disse que essa transformação começou quando seu amigo o convidou para um estudo bíblico. Depois da reunião, Charlie orou a Deus: “Eu entrego a minha vida a Ti e se és real entra em minha vida.” Experimentou então, uma paz indescritível. Foi algo tão profundo, que começou a compartilhar sua história com outras pessoas. Charlie lhes dizia: “Minha caminhada pela lua durou três dias e foi uma grande aventura, mas minha caminhada com Deus dura para sempre.”
A Bíblia nos fala sobre outro homem que caminhou com Deus. “Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si” (Gênesis 5:24). Sua caminhada espiritual com Deus era tão íntima que Ele o levou diretamente para o céu (veja Hebreus 11:5).
Podemos aprender uma lição com Charlie e Enoque. Para os cristãos, não importa onde nossa jornada nos leve, nossa caminhada com Deus durará para sempre!
Mantenha seus olhos fitos na eternidade, caminhando diariamente à luz de Deus. Dennis Fisher
Como uma árvore
Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas… —Salmo 1:3
Na quietude dos meus últimos anos planejo observar o crescimento de uma árvore — uma muda de bétula que plantei há 30 anos. Ela ergue-se agora em esplendorosa maturidade, do lado da nossa janela principal — linda em todas as estações do ano.
É assim também com os nossos esforços espirituais. Podemos ter plantado, regado e dado muita atenção para as nossas “mudinhas” (aqueles que discipulamos) por algum tempo, mas somente Deus pode transformá-las em “árvores.”
De vez em quando, recebo notícias daqueles a quem ministrei há alguns anos e, para minha alegria, descubro que atingiram a maturidade e são grandemente usados por Deus — sem qualquer ajuda da minha parte. É um lembrete de que planto e rego por um tempo e ajudo outros a crescerem “em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:15). No entanto, somente Deus “dá o crescimento” (1 Coríntios 3:6-7).
O teólogo alemão Helmut Thielicke escreveu: “O homem que não sabe como se desvencilhar, que estranha a silenciosa e confiante alegria naquele que cumpre Seus propósitos sem a nossa ajuda (ou também através de nós ou apesar de nós), ou em quem faz as árvores crescerem esse homem será nada mais que uma criatura miserável em sua velhice.”
Portanto, em minha idade, ainda possa cultivar uma ou duas mudinhas, mas principalmente vou observar seu crescimento.
Aqueles que seguem Cristo podem ajudar outros a segui-lo também. David H. Roper
Uma questão de princípios
Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra. —Colossenses 3:2
Durante uma viagem vi um cartaz divulgando um seminário sobre gerenciamento de negócios. A mensagem do cartaz era intrigante: O valor de um líder é diretamente proporcional aos seus princípios. A precisão daquela afirmação me chocou. Aquilo que valorizamos molda o nosso caráter — e em última instância definirá o nosso estilo de liderança ou se seremos realmente capazes de liderar. Contudo, isto não se aplica somente aos líderes.
Para o seguidor de Cristo, os princípios são ainda mais importantes. Quando Paulo escreveu aos cristãos em Colosso, ele declarou: “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Colossenses 3:2). Ele queria mostrar que somente ao permitirmos que nossos princípios sejam motivados e moldados pelo que é eterno (não temporal) seremos embaixadores eficazes de Cristo neste mundo. Ao compreendermos que aqui somos peregrinos, não turistas, manteremos uma perspectiva clara e um coração íntegro — e poderemos servir ao Salvador com maior eficácia.
Dizem que vivemos num mundo que conhece o custo de tudo, mas o valor de nada. Entretanto, neste mundo do “aqui e agora” nós, os seguidores de Cristo, somos chamados a construir nossos princípios alicerçados nos valores eternos. Em outras palavras: A eficiência de um cristão é diretamente proporcional aos seus princípios.
Apegue-se firmemente ao que é eterno, e sem firmeza ao temporário. Bill Crowder
O que farei?
Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando- -vos a vós mesmos. —Tiago 1:22
Meu mentor e melhor amigo há anos diz que ao estudar a Bíblia a sua meta é sempre a aplicação pessoal. Admiro a ênfase que ele dá à prática daquilo que se aprende, pois é muito fácil para nós; que estudamos, debatemos, ensinamos e escrevemos sobre a Bíblia apresentarmos apenas uma abordagem intelectual sobre a Palavra.
Oswald Chambers declarou: “Existe o perigo dos filhos de Deus tornar-se familiarizados demais com aquilo que é sublime. Falamos tanto sobre estas maravilhosas realidades que esquecemos de praticá-las em nossas vidas. É perigosamente possível confundir a exposição da verdade pela própria verdade; acreditar que porque somos capazes de expor sobre estes temas, também os praticamos.”
Tiago nos lembra que aquele que “considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tiago 1:25). A questão principal não é o que é pregado ou escrito, mas o que é feito.
Ao estudar a Palavra de Deus, minha primeira pergunta não deveria ser: “O que direi sobre isso?”, mas “O que farei sobre isso?”
Dar um passo de obediência equivale anos de estudo sobre este assunto. —Chambers David C. McCasland
Hora de mudar
…Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora. —Lucas 7:39
Uma vez um amigo me disse: “Em minha vida, já vi muitas coisas mudarem e discordei de todas elas!” Talvez ele tenha exagerado nesta afirmação, porém, muito de nós concordaríamos que também não gostamos de mudanças — especialmente se elas envolvem alterações em nossos hábitos e atitudes.
Essa foi uma das razões por Jesus ter sido tão impopular entre os fariseus. Ele desafiou o sistema de boas obras e autojustificação estabelecido há muito tempo. Pense na ocasião em que a “pecadora” entrou na casa do “santo” da cidade relatado em Lucas 7. Simão, o fariseu, não se impressionou com a profunda demonstração de afeto da mulher por Jesus. Lendo os pensamentos de Simão, Jesus imediatamente desafiou a percepção falha que ele tinha da sua própria bondade, contando a história de dois devedores — um que devia muito ao seu senhor e outro que devia pouco. “Qual deles, portanto, o amará mais?”, perguntou Jesus (Lucas 7:42). Obviamente aquele a quem mais se perdoou. Falando sobre a atitude de Simão, que sentia-se bem consigo mesmo e com sua postura individualista, Jesus declarou: “aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama” (Lucas 7:47).
O desafio é claro. Embalados por nossa própria bondade, nosso amor por Jesus desvanece ao esquecermos que estamos entre os que foram “grandemente perdoados.” Se isso acontecer, prontos ou não, é hora de mudar!
Quando Deus inicia mudanças, Ele geralmente começa conosco. Joe Stowell
A Influência da Intercessão
Vez por outra, em minhas reflexões, me questiono se alguém está orando por mim. Às vezes, sinto isso ao acordar pensando em uma canção sem qualquer motivo aparente. Em outros momentos, percebo a presença e a bondade de Deus inesperadamente surgindo em minha vida.
Em tais momentos surpreendo-me por eles desconcertarem os meus sentimentos. Em parte sinto-me grato por pensar que alguém intercede por mim. Por outro lado, posso sentir-me desanimado. Se outra pessoa pode influenciar os meus mais profundos pensamentos apelando aos céus em meu favor, eu me questiono, o quanto de mim está sendo moldado pela oração dos outros?
A inquietação escondida em minha pergunta lembra-me como somos propensos a esquecer a interação existente entre as nossas próprias escolhas e as intercessões de outros por nós. De acordo com a Bíblia…
Nosso crescimento e saúde espiritual não dependem somente de nós. O apóstolo Paulo afirmou isto ao dizer aos seguidores de Cristo que ele estava orando para que o Senhor abrisse os olhos dos seus corações, possibilitando-os crescer em seu conhecimento de Deus e a perceber o quanto ele os amava (Efésios 3:14-21; Colossenses 1:9-11).
Paulo acreditava — como confirmam as Escrituras, que o nosso crescimento espiritual pode ocorrer através das orações de outros em nosso favor.
Nosso crescimento e saúde espiritual também dependem da maneira como reagimos quando Deus responde às orações que outros fizeram por nós. Apesar do mistério de como Deus responde a estas orações nos fazer questionar sobre quem está controlando as nossas vidas, não precisamos nos preocupar com isso, mesmo que a nossa percepção seja alterada pelo resultado da intercessão de outros — ainda temos o direito de escolher.
Isto quer dizer que aceito pacificamente a oração intercessória? Gostaria de dizer que sim. No entanto, se a oração intercessória é tão importante, nem quero lembrar quantas vezes deixei de cumprir minhas promessas de orar pelos outros. E quando orei continuamente por aqueles que realmente amo — sem resultados visíveis — me questiono o porquê de minhas orações serem incapazes de tocar o coração de Deus.
Se as nossas orações pelos outros parecem não fazer diferença em suas vidas — significa que estamos desperdiçando nosso tempo? Veja as respostas que encontrei.
De acordo com a Bíblia, intercessão é…
Uma oportunidade para demonstrarmos nossa fé. Quando percebemos que Deus não está respondendo as nossas orações pelos outros, enfrentamos uma escolha importante: desistir de Deus ou usar a ausência de uma resposta visível para testar nossa confiança naquele que nos incita a orar continuamente uns pelos outros.
Deus considera nossa fé mais preciosa do que o ouro (1 Pedro 1:7). Sua decisão de não conceder tudo que lhe pedimos imediatamente, nos dá uma oportunidade importante e imensurável para confiarmos nele.
Uma prioridade de amor. A nossa preocupação pelos outros algumas vezes faz-nos sentir o desamparo. Lamentamos que podemos somente orar. No entanto, ao considerarmos a intercessão como último recurso, podemos estar desvalorizando uma das maneiras mais importantes de demonstrar o verdadeiro amor.
Se aceitarmos a visão neotestamentária de que a oração é uma maneira de demonstrar nosso amor (Colossenses 4:12-13), então interceder uns pelos outros é uma das ações mais urgentes que podemos praticar.
Um compromisso de nossa interdependência. Quando oramos uns pelos outros seguimos o exemplo do apóstolo Paulo. Ele pediu que os leitores de suas cartas orassem por ele (Romanos 15:30-32), da mesma forma que pediu ao Pai Celestial para abrir os olhos espirituais daquele por quem ele estava orando (Efésios 3:14-21).
O exercício da paciência. Orar uns pelos outros sem resultados visíveis pode causar desânimo e provocar a desistência. Quando não vemos as respostas vindas de Deus, somos propensos a concluir que se Ele fosse responder nossas orações, a estas alturas já as teria respondido. Porém, a paciência é uma das dimensões mais importantes da oração intercessória. Ao orarmos diligentemente para que Deus dê graça àqueles que amamos para esperarem nele, compartilhamos da mesma paciência que alicerça e enriquece profundamente o coração daqueles que têm fé (Romanos 5:3-4; Hebreus 11:1-2,13-16).
Ajudamos uns aos outros a preservar a sua confiança em Deus através da prática constante da intercessão. Ao exercitarmos a paciência através da oração, nos posicionamos ao lado dos incontáveis que esperam no Senhor já descobriram, “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30:5).
Um compartilhar da esperança. Se já experimentamos a bondade e a sabedoria divina, a intercessão pode ser uma maneira de ajudarmos uns aos outros a voarmos juntos nas asas da esperança.
Poucas coisas são mais importantes do que experimentar, em meio aos problemas e no decorrer dos tempos, a confiante expectativa de que Deus mostrará que Ele merece nossa confiança.
Por ser esta esperança um dos itens centrais da Bíblia, o apóstolo Paulo poderia escrever “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15:4). Com a mesma importância, Paulo prosseguiu demonstrando que o Deus a quem oramos é a fonte da nossa esperança. Dessa maneira ele escreveu em forma de oração: “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo” (Romanos 15:13).
Pai Celestial, pela Tua Palavra reconhecemos que o Teu Filho e Espírito já estão intercedendo em nosso favor (Romanos 8:26; Hebreus 7:24-25). Neste momento pedimos Tua ajuda para juntarmo-nos a Eles na prática daquilo que o Senhor nos convidou a fazer (1 Timóteo 2:1). Por favor, eleva as expectativas de nossos corações pela Tua capacidade em ajudar aqueles que nos são queridos… quando ajoelharmos uns pelos outros. Mart DeHaan
Seja luz!
Pois, outrora, éreis trevas, porém agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz. —Efésios 5:8
Um amigo meu tem a oportunidade de assistir ao maior campeonato de futebol todos os invernos, como jornalista. Seu trabalho é entrevistar os atletas cristãos e as equipes do Campeonato Nacional para um programa de rádio evangélico.
Há alguns anos, ao iniciar seu trabalho cobrindo importantes competições, decepcionou-se com a atmosfera interesseira e egoísta reinante durante a semana de competições. “Achei aquele lugar muito escuro”, ele diz.
Um dia contou a um antigo jogador de futebol, cristão, como estava se sentindo. O atleta olhou para este meu amigo e disse: “Irmão, você está sendo uma luz nesse lugar escuro.” Esse comentário fez meu amigo lembrar-se do motivo por estar lá e o ajudou a renovar sua empolgação em servir a Deus onde existe a necessidade da luz do evangelho. O comentário o impulsionou a deixar que sua luz brilhasse.
Talvez você trabalhe em um ambiente onde Deus não seja reconhecido, a fé seja escarnecida, e a vida ímpia, aplaudida. Talvez você sinta que esteja indo para “um lugar muito escuro”.
Por que não ser uma luz (Efésios 5:8) — com seus sorrisos, palavras e ações bondosas, e trabalho diligente? Peça a Deus oportunidades para compartilhar as boas-novas de Jesus Cristo. Talvez você seja a única luz que o seu colega de trabalho verá no dia de hoje.
No mundo escuro, o nosso testemunho por Cristo é a luz. Dave Branon
Transpondo a cortina
Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. —Lucas 23:43
O pastor e autor Erwin Lutzer escreveu: “Um minuto após você transpor tranquilamente a cortina aberta, você será acolhido pessoalmente por Cristo, ou vislumbrará os primeiros sinais de sombras que jamais conheceu. De um jeito ou outro, seu futuro estará irrevogavelmente definido e eternamente inalterável.” Lucas registrou uma narrativa curta, no entanto, poderosa; que mostra dois homens na iminência de transpor a cortina da morte. Quando Jesus estava sendo crucificado, havia dois ladrões pendurados ao Seu lado. De acordo com o Evangelho de Marcos, os dois homens proferiam insultos a Jesus (Marcos 15:32).
Um dos ladrões, entretanto, mudou a atitude do seu coração ao perceber a inocência de Jesus, reconheceu seu próprio pecado e destino. Ele repreendeu o outro ladrão, e pediu a Jesus que lembrasse dele quando entrasse em Seu reino. Essas palavras demonstraram arrependimento e uma fé simples. Jesus respondeu: “[Eu] te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:43). A salvação para o homem foi imediata. Ele soube naquele dia onde iria passar a eternidade.
Compreender que somos pecadores e o ato de colocar nossa confiança na morte e ressurreição de Jesus, nos asseguram, imediatamente, o saber, onde passaremos nossos eternos amanhãs ao transpormos a cortina final.
Confie em Jesus hoje, para preparar-se para o amanhã. Marvin Williams
Complete a carreira
Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. —1 Coríntios 9:24
Spiridon Louis não é muito conhecido ao redor do mundo, mas na Grécia, sim, como resultado de sua vitória, quando os Jogos Olímpicos foram reiniciados em Atenas, em 1896.
Os gregos saíram-se muito bem durante a competição daquele ano — ganharam mais medalhas do que qualquer outra nação. O evento que veio a ser motivo de verdadeiro orgulho para os gregos, porém, foi a primeira das maratonas. Nessa corrida de 40 quilômetros 17 atletas competiram, mas Louis foi o vencedor — um trabalhador comum. Louis foi honrado pelo rei e pelo país por seus esforços, e se tornou um herói nacional.
O apóstolo Paulo usou a corrida de distância como um exemplo da vida cristã. Em 1 Coríntios 9:24 ele nos desafiou não apenas a correr, mas a correr para ganhar, dizendo: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”. Paulo não apenas ensinou isso, mas também viveu e escreveu em sua última epístola: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7). Havendo terminado sua corrida, Paulo aguardava alegremente receber a coroa da vitória do Rei dos céus.
Assim como Paulo, complete a sua corrida de distância, neste mundo, para vencer — e para agradar ao seu Rei.
A corrida cristã não é uma corrida de curta distância — é uma maratona. Bill Crowder
Horas de quietude
Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso. —Salmo 23:2
A palavra conectado resume a nossa experiência de vida atual. Muitas pessoas raramente vão a qualquer parte sem um telefone celular, iPod, notebook, ou pager. Tornamo-nos acessíveis 24 horas por dia. Alguns psicólogos veem essa compulsão pela conexão como um vício. No entanto, um número crescente de pessoas limitam propositalmente o uso de tecnologias. Ser um “não-tecno” é sua maneira de preservar as horas de quietude, enquanto limitam o fluxo de informações que chegam às suas vidas.
Muitos seguidores de Cristo acham que um tempo diário de leitura da Bíblia e oração são essenciais em sua caminhada de fé. Essa “hora de quietude” é um desligamento das perturbações externas com o fim de aproximar-se de Deus. Os “pastos verdejantes” e as “águas de descanso” do Salmo 23 são mais do que uma idílica paisagem campestre. Eles falam de nossa comunhão com Deus por meio da qual, Ele restaura nossas almas e nos conduz em seus caminhos (v.3).
Todos nós podemos conseguir um tempo para estar com Deus, mas fazemos isso? No livreto “7 Minutos com Deus”, de Robert Foster, ele sugere um modo de começar: Inicie esse tempo com uma breve oração pedindo direção, então leia a Bíblia por alguns minutos, e termine com um curto período de oração que inclua adoração, confissão, agradecimento, e súplica por outras pessoas. É vital reservar hoje um tempo para se conectar com o Senhor, que é a nossa vida.
Investir tempo no relacionamento com Deus é tempo bem gasto. David C. McCasland
O samurai inglês
…nesse tempo eu era copeiro do rei. —Neemias 1:11
Crê-se que William Adams (1564–1620) tenha sido o primeiro homem inglês a chegar ao Japão. O shogun japonês reinante, afeiçoando-se a Adams, fez dele seu intérprete e conselheiro pessoal, nos assuntos das potências orientais. Com o tempo Adams foi brindado com duas espadas de distinção de um Samurai. Isso demonstrou o quanto os japoneses reverenciavam Adams. Como prestou bons serviços ao seu rei estrangeiro, foi também recompensado com maiores oportunidades de influência.
Séculos antes outro homem em país estrangeiro também teve influência sobre seu rei. Neemias era um copeiro do rei persa Artaxerxes (Neemias 1:11). Na corte real, o copeiro devia testar o vinho antes de ser dado ao rei, para protegê-lo de envenenamento. Essa posição, porém, significava também que ele tinha os ouvidos do rei como um conselheiro de confiança. A integridade de Neemias, seus dons administrativos e sabedoria fizeram dele um confidente para seu governante, o que abriu caminho para a reconstrução dos muros de Jerusalém.
Como Neemias, cada um de nós também recebeu uma esfera única de influência. A criação de filhos, o trabalho na comunidade ou na igreja e o emprego são esferas onde podemos exercer um efeito benéfico sobre outras pessoas. O Senhor colocou alguém em sua vida a quem você pode influenciar?
Um pequeno exemplo também pode servir de grande influência para Cristo. Dennis Fisher
Consequências adiadas
…convertei-vos ao Senhor, vosso Deus; […] e se arrepende do mal. —Joel 2:13
Aprendi a me comportar bem, quando criança, pois os adultos me recompensavam pelo bom comportamento e da mesma forma me puniam pelo mau. Isso funcionou bem, porque a recompensa vinha geralmente logo após o comportamento, estabelecendo uma relação indiscutível entre causa e efeito. Quando cheguei à idade adulta, entretanto, a vida se tornou mais complexa, e as consequências de minhas ações já não eram sempre imediatas. Quando me comportei mal sem sofrer nada por isso, comecei a pensar que não importava para Deus aquilo que eu fazia.
Algo semelhante aconteceu com os filhos de Israel. Ao desobedecerem a Deus e não sofrerem de imediato nenhuma consequência desagradável, disseram: “…o Senhor abandonou a terra, o Senhor não nos vê” (Ezequiel 9:9), demonstrando crer que Deus havia perdido o interesse neles e não se importava com o seu mau comportamento. No entanto, eles estavam errados. Cansado de sua desobediência, Deus finalmente disse: “…nenhuma das minhas palavras; e a palavra que falei se cumprirá…” (Ezequiel 12:28).
Quando Deus atrasa a disciplina, não é por indiferença; é por Sua própria natureza — Ele é gracioso e demora em se irar. Alguns veem isso como permissão para pecar, mas Deus pretende que seja um convite ao arrependimento (Romanos 2:4).
Admitir o seu erro é a única maneira de endireitá-los. Julie Ackerman Link