Coleção pessoal de pandavonteese

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É somente nas misteriosas equações do amor que qualquer lógica ou razão pode ser encontrada. Você é a razão de eu estar aqui hoje, você é a razão de eu existir, você é todas as minhas razões.

Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.

A crueza do mundo era tranquila. O assassinato era profundo. E a morte não era o que pensávamos.

Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Porém, mesmo você rindo de mim, eu só conseguia te olhar com ternura, e por mais frio que estivesse, quando eu deitasse do seu lado, você me olhava com paixão e calor. O que me aquecia desde a pontinha dos dedos do pé, até dentro de mim toda. E assim passou noite após noite, brigas por posse de cobertor, olhares cheio de calor, piadinhas no meio da noite, tudo isso recheado de amor...

Lidar com os 14°C, complementados por chuva e vento, deixou uma sensação térmica jamais imaginada por esses meus nervos sensitivos. Como pode, ser tão frio em algo que nem era, tão tão frio assim. Ver o Zé Maluquinho, com a blusa aberta, fazia meu cérebro dar um nó; 'Está tão frio mesmo ou é loucura minha?'

Chorei, chorei, 'lixiviei' minha alma. Sendo que lixiviar é: O carregamento das particulas para área mais profunda do solo. Talvez seja isso que eu esteja fazendo.. Levando minhas tristezas para o mais profundo. La em baixo. Espero que de certo. Eu só espero.

Na verdade Mazília para ela já morreu, sem que Biela percebesse. Mazília - o seu piano, seu harmonium, as suas belezas - Era mais uma camada de terra no coração.

[..]Devido ao sono, convesso que cheguei a pensar que fosse o filho de Fubá, de tão carinhosa, estava irreconhecivel. Fiz um cafuné na cabeça dela e parece que ela agiu de uma forma como nunca tivesse recebido tal carinho, e de fato.. nunca havia recebido. talvez fosse exagero meu devido ao sono, mas há de confessar que ela estava mais dengosa do que nunca, não sei o porque e tão pouco interessa, mas estava. Quando pego ela e a coloco do outro lado para eu poder voltar a dormir, ela se levanta e vai aos meus pés dando voltas e mais voltas, como se não fosse cedissimo e ninguém estivesse dormindo na cama. Querendo brincar. Mas logo as 2 da manhã? Tinha coisas mais interessantes para eu poder fazer essa hora. Se bem que com todo esse dengo dela, fiquei até interessada em poder brincar. Quando coloquei ela do meu lado para poder voltar a dormir, ela começou a brincar.. Cm meu rosto. o que não foi tão legal pois começou a me machucar realmente.
E assim, sem mais aguentar coloquei ela para fora, meio sonambula ainda, mas consegui chegar na cozinha. E soltei um breve - 'Dorme bem minha fubazinha'

Não zombe de mim por algo que eu li, se não entendes é porque realmente não tem a alma e o prazer de uma leitora como eu. Não te esnobo por isso e tão pouco venho a tirar sarro.

As vezes tento te trazer as mais belas poesias que alguém um dia escreveu, mas não consigo traduzir tudo isso. Mas como dizem os mestres: o amor que se mede, não é tão grande quanto se parece; Por isso nunca irei conseguir demonstrar por palavras algo que eu sinto por você.

Embora Mazília estivesse viva, a sua lembrança lhe chegava como lembrança de gente morta, como a neblina da mãe longíqua. Como se tivesse morrido e não voltasse nunca mais. Ou se voltasse, ai sim ela via medo, seria uma pessoa inteiramente diversa.

Sozinha no quarto era quando se sentia mesmo miserável. E ruminava a sua dor, se repetia, o grande ressentimento que afundava dentro dela.

Um dia sentiu que precisava parar de pensar em como tudo tinha começado, como ela deixou que tudo começasse. Sentiu que precisava mudar, precisava fazer alguma coisa para acabar com aquele sofrimento tão fundo, tão continuado. Se não fizesse nada, se cultivasse a sua dor, tinha a certeza de que não lhe restaria outro caminho senão se embrenhar no mundo, virar coisa, morrer.

Nada parecia mudar e tudo mudava para ela, sem que pudesse perceber. [...]Ela se acostumava com aquela vida que seria agora sempre a sua vida.

Depois, muito depois, foi que começou a dar conta de si, como se voltasse de um mundo de brumas, como se acordasse de um sono pesado, despovoado de sonhos.

E sou meu próprio frio que me fecho
longe do amor desabitado e líquido,
amor em que me amaram, me feriram
sete vezes por dia em sete dias
de sete vidas de ouro,
amor, fonte de eterno frio

Eterno é a flor que se fana
se soube florir
é o meninno recém-nascido
antes que lhe deem nome
e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto de enlaçar e beijar
na visita do amor às almas
eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força
[o resgata.

O quarto em desordem.

Na curva perigosa dos cinquenta
derrapei neste amor. Que dor! que pétala
sensível e secreta me atormenta
e me provoca à síntese da flor

que não se sabe como é feita: amor,
na quinta-essência da palavra, e mudo
de natural silêncio já não cabe
em tanto gesto de colher e amar

a nuvem que de ambígua se dilui
nesse objeto mais vago do que nuvem
e mais defeso, corpo! corpo, corpo,

verdade tão final, sede tão vária,
e esse cavalo solto pela cama,
a passear o peito de quem ama.

A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas, por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede.