Coleção pessoal de pablodanielli

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A duvida que existe


Sempre existe a duvida, questionamentos sobre ser ou não ser, o que é ser ético, correto, justo. Mas como definir tais parâmetros diante de tantas mudanças, diante de tantas opiniões diferentes, a vida geralmente tratada como um mero jogo de interesses, públicos ou privados, aonde somente existem dois tipos de pessoas, as que ganham e as que perdem.
Somos meramente frutos daquilo que consumimos, fato mais do que comprovado, não temos o direito de julgar, pedir ou exigir de alguém algo com o qual provavelmente não esta adaptada ou acostumada a fazer. A sociedade usa quase sempre da hipocrisia para demonstrar seus valores, quase sempre não éticos, pendendo para qualquer lado, ou geralmente o de maior poder.
Todos são na verdade pequenas peças em um gigante tabuleiro, um jogo de xadrez jogado de forma intocável, por grandes corporações, mídias que tentam moldar opiniões e governos que jogam de acordo com seu interesse partidário. Muitos peões para poder sacrificar, com discussões vazias, distrações, enquanto a verdadeira maquina se movimenta de forma voraz, aniquilando sonhos, flores e poesias, dilacerando esperanças com o descaso social, criando uma divisão hierárquica praticamente inigualável, fruto da obsoleta mente da grande população.
Estamos vivendo tempos difíceis, aonde pensar e agir, é tão raro quanto uma espécie em extinção, se bem que ao pensar desta forma o ser humano é uma raça que está prestes há não existir mais, apenas coexistir. Porque seremos tantos recebendo ordens de tão poucos, que o futuro nada de interessante nos reserva.
O que promete vir no horizonte são apenas nuvens pesadas, distante de um mundo colorido que sempre se sonha, pois estamos acomodados em nossos sofás adquirindo mais e mais informação desnecessária, deveríamos como solução emergencial, criar um fundo para pagar as pessoas para pensar, um bolsa “mental”. Para quem sabe assim atrair as pessoas para a liberdade de expressão, de criação, a liberdade cultural, poder agir por si mesmo e analisar e lutar pelo que é certo e não simplesmente aceitar verdades impostas.
Se não for esse o caminho certo a percorrer, indiquem um novo, se a porta que adentramos nos levou para o nada, talvez devêssemos derrubar algumas paredes, pois estamos chegando ao exato momento, que se não agirmos, estaremos assinando nossa sentença de escravidão mental, absoluta e irreversível. E que os macacos tenham pena de nós, porque ninguém mais terá.

A identidade de um país

O Brasil é um país defasado culturalmente, vivemos apenas de passado, um breve passado, nos dias atuais somos um aglomerado sem qualquer expressão artística. Um país com tais dimensões e com tantas pessoas deveria não ser apenas o celeiro de alimentos do mundo, mas ser também um armazém de ideias para todos, deveríamos respirar arte e cultura, as ruas deveriam estar cheias de manifestações e pessoas mostrando seus talentos.
Embora tenhamos alguns artistas de destaque e quando falo isso não me refiro na musica, o que falta é reconhecer e lapidar novos talentos e isto nos leva ao ensino, que não por culpa dos professores que lá estão, operando diariamente pequenos milagres com o pouco que tem em mão. Sim, pela falta de estrutura de nossas escolas, pela falta de investimento real na educação, deveríamos ter adotado o ensino integral, dois turnos, não apenas de aulas básicas, mas inserir além do conteúdo programado, aulas de artes, filosofia, sociologia, entre outras tantas atividades culturais e esportivas para moldar o caráter dos alunos, preparar para a vida, torna-los melhores cidadãos.
O dever de um governante é lutar para que o povo que o elegeu seja livre para pensar, agir e falar, não ficar dependente de uma ou duas pessoas, deve desenvolver seres pensantes e pedantes. Mas embora sejam apresentados teorias e argumentos para tais fatos, tudo passa pela escola, do ensino fundamental ao superior, devemos pensar na educação não como algo altamente lucrável,mas como uma oportunidade de criar novos talentos, moldar uma identidade forte para o Brasil.
E todo esse descaso reflete no nosso presente, e vai interferir no nosso futuro, não se pode se surpreender o sucesso de produtos considerados absolutamente banais, pois está se criando uma sociedade extremamente banal, na forma de agir, pensar e falar.
Coloco em desafio para a mente, de uma forma rápida, buscar na memória quantos artistas plásticos, pintores, escritores, coreógrafos entre tantas outras formas de arte, cultura podemos nos lembrar de prontamente, não me refiro aos consagrados de décadas atrás, mas os dos dias de hoje.
Somos uma nação sem cultura, somos pessoas programadas para não desenvolver pensamentos e não procurar se envolver com tais formas inteligentes de vida. Os poucos que se destacam nos dias de hoje, deveriam ser proclamados heróis da resistência, pois viver da arte nos dias de hoje ao menos nesse país chamado Brasil é um ato de bravura, de esperança e dedicação. Embora nossos governantes teimem em dizer que não.

Aonde esta nosso Jiminy Cricket?

O Brasil é um país de conto de fadas, absolutamente irreal e fantasioso, aonde todos vivem em um eterno faz de contas. Aonde a televisão faz de conta que passa alguma coisa útil, aonde as pessoas fazem de conta que se importa com alguma coisa e aonde os políticos fazem de conta que falam e se importam com a verdade.
Mas se fosse para adaptar esta realidade brasileira há alguma história, provavelmente seria sobre um certo Pinóquio, aonde ele sendo um projeto de gente para suprir as necessidades e solidão de um velho, foi criado. E como em um passe de magicas, ganhou vida, uma consciência com o nome de Jiminy Cricket, popular grilo falante, sim para os que não sabiam, era inicialmente apenas um eufemismo para a expressão Jesus Cristo! Uma certa ironia da pessoa que concebeu o desenho, em colocar o nome da consciência, a pessoa que veio ao mundo para moralizar nossa já antiga e ultrapassada falta de caráter.
Mas até mesmo nesse ponto não podemos deixar de fazer comparações, tanto a população de forma geral quanto os políticos, tem um pouco de Pinóquio, nascemos muitas vezes ao acaso, assim como o personagem e descobrimos que pequenas mentiras teoricamente podem não fazer “mal”. Assim como os políticos que na sua maioria surgem sem saber de onde, e ao assumir o governo descobrem que “pequenas” mentiras nunca serão descobertas, com a diferença de que seus narizes não irão crescer.
Ai está, posta na mesa as cartas e os personagens, inevitavelmente temos que nos perguntar, onde está nosso Jiminy? A onde está nossa baleia? O quão sozinho e egoísta podemos ser aponto de incorporamos um Gepeto? Assim como os personagens, vivemos em uma época individualista, com certa melancolia e muitas mentiras, jogo de interesses, apenas visando o próprio interesse.
A diferença básica é que o conto Pinóquio, é apenas um conto, que quando criado já envolvia certos valores, há muitos e muitos anos atrás, o que é preocupante é que tais valores depois de tanto tempo passado, continuam a faltar. Precisamos nos envolver mais, pois assim como os vilões da história, temos os nossos em sua grande maioria no planalto, fantasiando nossas cabeças com falsas ironias, e nos perguntamos, aonde esta nossa consciência, nosso Jiminy, nosso grilo falante, para fazermos o que é correto, para não deixarmos simplesmente tudo como está, pois embora o conto do livro tenha um final, nossas vidas são reais e continuam.

Sejamos todos evolução

Não podemos desprezar a força das ideias, não podemos desprezar a força de um povo, não se pode negar o direito de sonhar das pessoas. De tempos em tempos, vivemos momentos de pacificação e de revoluções no mundo, mas o mais importante é que a história nos mostra que é necessário para a evolução das pessoas e de um país. No Brasil não é diferente, somos um país jovem, considerado um adolescente se comparado há países europeus, por isso não seria justo comparar tais lugares, pois ainda devemos passar por muita coisa para nos considerarmos um gigante amadurecido.
Temos algumas cidades com quinhentos outras com trezentos, poucas com cem, e muitas, mas muitas com menos de cem anos ou talvez metade disso. Por isso comparações com cidades milenares é absurda, mas é feita devida a evolução que atingimos e a velocidade com que as informações chegam até nós. Mas a evolução das cidades não se dá apenas pela sua estrutura, seu desenvolvimento industrial, mas sim pela evolução mental da sua população, pela liberdade de pensamento e de expressão nela contida. Antes de criticarmos a cidade devemos criticar a nossa “própria” estrutura.
Um povo deve ser medido pela sua cultura e não pelo tamanho de seus prédios, devemos sempre nos perguntar o que fazer para melhorarmos, nesse exato momento convido a se perguntar, quantos eventos culturais existem na sua cidade, quais são o apoio, os projetos nesta área, teatro, musica, feira do livro, artes plásticas em geral, ou nada vem sendo feito. Pergunto em quantas destas atividades você como pessoa esta envolvida?
A resposta creio, que seja a mesma de todas as pessoas, não temos tempo, preciso pagar as contas, tem que se correr atrás do dinheiro, então como criticar quem está no poder e nada faz, se nós como pessoas não fazemos por merecer?
Criticamos governantes por fazerem pouco caso da educação, da saúde, da segurança, da cultura, mas analisando de uma forma coerente, também não fazemos o mesmo ao não nos envolvermos, ao escolher apenas assistir o que acontece no país? Que direito temos de exigir quando não exigimos de nós mesmos, talvez todos e não somente os políticos, devessem dar um passo a mais para a evolução do país, a revolução da cultura, da educação, uma onda arrasadora que nos lava-se de toda hipocrisia e fizesse com que fossemos visto com outros olhos perante o mundo.
Mas para isso acontecer é necessário mais que uma ideia, mais que uma conversa de bar, uma corrente na internet, é necessário agir, sair da inércia e se levantar, fazer com que as vozes sejam o martelo que derruba os pilares corroídos de uma sociedade. E que sejam as mesmas vozes que ajudem a construir bases sólidas, abrindo uma nova perspectiva de sociedade, que se importe, evoluída intelectualmente, não dependente de opiniões obscuras e de interesses.
Pode ser um processo doloroso, que leve tempo para se tornar real, mas tem que ser feito, devemos todos estar cientes desta transição, pois se hoje respiramos a poluição de fabricas e palavras, também temos o direito de respirar a esperança e a cultura de uma nação.
Sejamos todos a mudança, a diferença e a esperança que tanto almejamos, e tudo será tão natural que não seremos lembrados por uma ou duas coisas, mas sim por ser um país multicultural.

Flutuar

Olho para o céu agora e me pergunto, se tem cabimento não enxergar teus olhos nas estrelas? Questiono-me que pecado sem fim algum homem tem que ter cometido para ser privado de tuas lembranças, que um dia já foram tão presentes em minha vida.
Aos poucos vai se caminhando e por entre tantos passos perdidos, um tropeço sempre é aceitável, embora por vezes seja na própria sombra e dela tente fugir por achar sua insistente teimosia uma grande contradição.
O ar quase sempre pesado e frio dificulta o plainar de minha imaginação, não me permitindo sonhar com o teu iluminar, fazendo meus pés criarem raízes que tentam se ramificar em um solo seco e sem vida.
Assim o cheiro da agua me apetece, quase um afrodisíaco em meio à solidão de uma selva de pedra, tuas lagrimas que um dia derramaste por falsos motivos, hoje seriam sobrevida para a falta da minha.
E em dias e noites assim, o convite para ousadia é cada vez mais real, ultrapassar os limites do corpo, por em justa prova à própria vida. Para se sentir alguma coisa além do que falam em poesias, para preencher o vazio que tem o significado da palavra nada.
Mais um momento passa, mais um fechar de olhos, mais segundos que juram passar lentamente, torturando o relógio em um canto da parede. E tantas paredes vazias, sem lembranças penduradas, mais um dia que nasce, outra noite que vem, rotina, vazio, vontades que surgem do nada, eu aqui e você como um pássaro livre, seguindo seu caminho com o flutuar das asas.

Prazo de validade

A corrupção não começa no planalto como todos pensam, ela inicia quando furamos as filas, quando tiramos vantagem em determinadas situações, em um troco errado, em uma agressão verbal ou física, os políticos são apenas o resultado final do que é o povo brasileiro.
A honestidade no Brasil tem prazo de validade, tem hora, tem momento e lugar para acabar, tudo que se precisa é o argumento certo, somos todos corruptos em um país de honestos, esperando o momento de julgar e a hora exata para se inocentar. E se não estiver em nosso raio de impacto, ignoramos, fingimos não ver, preferimos protelar ao se envolver.
Em uma sociedade que considera normal fugir de bandido, morrer em corredores de hospital, se sentir o rei no transito, corrupção é apenas um tempero tipicamente brasileiro na feijoada de janeiro a janeiro. Somos feitos de palhaços, e assim o gostamos de ser, programas ridículos na televisão, agressões aos nossos ouvidos nas rádios, e a verdade escondida, coagida em meio a tanta falsidade, falsa ideologia vendida em potes coloridos, para ser consumido quando achamos que devemos ter consciência do que acontece ao nosso redor.
E assim as capas de revistas apenas estampam nossa ignorância, nossa extrema preguiça de se informar, é difícil mudar, é difícil se adaptar, mas antes sofrer e fazer acontecer, do que deixar ao tempo e morrer. A conclusão que se chega é que o brasileiro não faz por merecer, pois isso tudo é tão normal, tudo é tão banal que impostos são apenas mais alguma coisa para assunto de filas, de mercados, de bancos e hospital.
Inversão de valores e valores perdidos, partidos ao meio, como a maioria de nossos lares, palavras jogadas como folhas ao vento, que se espalham e sujam, a calçada e quem sabe nossas memórias. Somos em nossa essência o mais primitivo dos animais, somos em nossas atitudes e pensamentos o mais ignorante deles, e não vamos pensar que logo tudo irá mudar, porque somos individualistas e simplesmente o futuro dessa forma, não há menor possibilidade de acontecer. Mas se tudo der certo o “jeitinho brasileiro” vai prevalecer.

Liberdade, um ato falho!



Existe uma corrente ilusória no Brasil de que somos livres, ora veja só, a maior carga tributaria do mundo, governo tendencioso, censura nos meios de comunicação, divisão social, preconceito dos mais variados tipos, um país de falsas ideologias que prega uma falsa moral, aonde quem acredita estar tudo bem, está acima do poder e do bem e do mal.
Trata-se a liberdade neste lugar como mercadoria, podendo ser barata ou cara, tudo dependendo do grau que você deseja, pagando você tem o direito de ir e vir, pois nem livremente podemos mais ir e vir, se não tiver para o pedágio não se vai mais adiante, irônico não? Estamos amarrados aos desejos capitalistas, ao consumismo banal que apenas serve para escalada social, sem ao menos se importar com as outras pessoas, somos seres completamente individualistas.
A liberdade é um ato falho do ser humano, um ato falho dos governos, uma ideia vendida para se esconder uma realidade de regras absurdas, muitas vezes sem pé nem cabeça, mas somos dependentes dessas regras, por não sabermos viver socialmente com os demais, somos animais com carapuças de ser humano, o instinto egocêntrico é nossa maior forma de prisão. Estamos presos aos nossos desejos, abdicamos de nossos sonhos, para compor uma imagem perfeita de pessoa, família, carreira.
Uma sociedade que procura cada vez menos se libertar, aceita pacificamente escândalos, que não luta, por estar confortável em seu manto de desejos realizáveis. A moral é apenas uma questão de quem está ou não olhando, ou dependendo da vantagem a ser tirada no futuro próximo. As bandeiras que deveríamos carregar não são as dos times de futebol, deveriam ser de protestos e reivindicações por uma sociedade livre de corruptos, livre para pensar, expressar, livre do orgulho desmedido.
Não é fácil abrir mão do conforto que podemos comprar, pode ser doloroso o processo de igualdade para todos, o tempo para isso acontecer pode ser além do que pensamos, mas é uma dor necessária, é um tempo que precisa acontecer, é uma visão que todos deveríamos ter e que lindo seria se fosse possível acontecer.

A culpa é de Darwin




Caro leitor, andei pensando muito ao ver as ultimas noticias imparciais (parcial), dos telejornais neste nobre país. São tantas coisas acontecendo, caos na educação, saúde publica, segurança e política, que refleti comigo mesmo, que o meu desejo era voltar no tempo! Sim, voltar no tempo, mas não para avisar as pessoas de como esta ruim, pois não adiantaria, não para sugerir soluções ou mostrar o caminho das coisas, pois de nada adiantaria.
O meu motivo para voltar no tempo e muitos e muitos anos atrás, seria para cometer um crime, sim, mas não se espantem, seria para o bem de todos os brasileiros, pois pensando muito sobre o que acontece no país hoje, eu mataria o Darwin, aquele da teoria da evolução, de se adaptar para sobreviver, evoluir, sei que surgem duvidas sobre isso e até certo espanto ao correr os olhos por estas linhas mal escritas.
Cheguei à conclusão de que o brasileiro é fã de Darwin, que os políticos leram e releram sua grande obra e se assim não fizeram, assimilaram suas palavras de forma inconsciente, pois para onde olhamos vemos sinais de que as pessoas desde belo país aplicam teoria tão antiga quanto nossos governantes.
Durante toda a história deste país, a população de uma forma geral se adapta as circunstancias, arrumando novas formas de conviver com a sociedade, planejando e articulando para sempre tirar vantagem. Em uma comparação grotesca, Darwin esta para políticos, malandros e corruptos, assim como Deus está para os religiosos, é uma divindade, suas palavras são seguidas e difundidas e não há perspectiva de mudanças no horizonte.
Vemos promessas, vemos acusações e vemos aperto de mãos como se tudo fosse natural, igual e banal, estamos tão acostumados com esse jogo de interesses e falta de escrúpulo que achamos tudo muito natural, não nos assustamos e nem nos indignamos mais, talvez todos sem saber aderimos a sua teoria.
Bem, talvez para não ser tão radical, nem ser acusado de assassinato de uma das figuras mais importantes da história, levaria comigo nesta viagem do tempo, jornais, revistas e demais adereços para mostrar para tal criador, que os brasileiros destorceram tal teoria. Quem sabe ao divulga-la, ele escreveria uma nota de observação ao final da sua teoria da evolução, exceto para os brasileiros, políticos, malandros e afins.

A pedra que caiu do céu

Às vezes quando não se tem nada é preciso arriscar tudo para poder ganhar, mesmo que pouco, mesmo que migalhas, pois quando as mãos estão vazias, o vento não pode ser o único peso para carregar. Muitas vezes é preciso desprender-se de tudo que é supérfluo mesmo que isso signifique ficar nu, não de roupas, mas de pensamentos, orgulho, amor e ódio.
Nem todas as nossas certezas, adquiridas através dos intermináveis dias, na rotina dos anos, na repetição de erros, nem elas, nem ao menos estas poucas são o suficiente para nos tirar do ostracismo mental, acabamos sendo pegos de surpresa com o tamanho da nossa alienação, e ficamos ainda mais espantados ao descobrirmos que a maioria gosta de estar desta forma.
Existe uma fábula quase arcaica, que se chamava a pedra que caiu do céu, aonde se mostra toda a alienação de uma sociedade, quase que primitiva pelo seu pensar. O lugar era tomado pelo nepotismo, o poder estava corrompido, existiam muitas falhas na cidade e a população era controlada por banalidades midiáticas.
Tudo absolutamente tudo era de uma organização caótica, assim todos viviam, pois era instaurada tal ordem. Dizem que certa noite, um motorista ao voltar do trabalho foi pego de surpresa, um forte barulho no capo do seu carro e tudo parou de funcionar. Saiu assustado e se deparou com uma grande pedra, aonde a fumaça saia indicando que ela vinha do céu!
Pronto, foi o suficiente para uma histeria a nível global, mídia, políticos população, uma alvoroço sem precedentes, todos questionando e produzindo teorias absurdas sobre tal fenômeno. Foram semanas e meses em cima do assunto, enquanto os problemas da sociedade só pioravam, enquanto a população era definitivamente afundada em mais e mais distrações.
Até que em um determinado momento, alguém questionou, porque tanto alvoroço em torno de uma pedra? Porque tanta importância em algo que não nos revelara nada? E assim com a primeira pergunta outros foram tomados pela duvida! Vendo que o foco das atenções estava sendo mudado, quem se viu ameaçado tento colocar outra forma de chamar atenção, novas banalidades, mas o caminho estava feito, não havia mais volta e vendo isto tentaram comprar o silêncio e vendo que a voz já estava livre nos becos da cidade tentaram repreender e por fim prender.
A pedra inicialmente foi instrumento de distração na mão de quem manipula, algumas pessoas percebendo seu formato, usou-a para instrumento de libertação, tão antigo quanto a terra, tão necessário quanto o ar. A pedra com sua forma defeituosa, feia, sem graça, sem cor, sem voz, assim como a pessoa que a observou, ao abrir os olhos, se tornou forte, belo e indispensável.
Esta fábula representa bem a nossa sociedade hoje, somos alienados, somos dispersos e estamos sendo manipulados, a nossa pedra é justamente os programas vazios, o circo armado em torno de coisas pífias. Precisamos nos despir das certezas impostas e do ciclo vicioso do poder. É necessário domarmos a pedra, aprender a usa-la e com isso mudar a sociedade.

Sobras da natureza humana


Somos escravos justos de nossos desejos e crenças, transformando a figura homem em algo absolutamente banal. Que por si só, nosso reflexo em um espelho nada tem a ver com a verdade, é capaz apenas de nos mostrar a nossa desmedida vaidade.
Um homem totalmente sem compreensão do ser, capacitado apenas para pensar no agora, no ter e no poder, exaltando apenas o material, fingindo buscar acomodar seu ego inflamado em pequenos gestos de bondade, no qual falsamente tenta lapidar sua face de benevolente.
Somos nada mais que pequenos pedaços de carne apodrecendo por tamanha luxúria que nos cerca os olhares, o cheiro que exala de cada um de nós, é a culpa, da qual não conseguimos escapar. Pois por mais que sejamos indiferentes a nossa verdadeira natureza, alguns poucos, mesmo sem perceber, carregam o fardo do conhecimento.
Somos capazes de baixar a cabeça para algo que imaginamos superior, mas somos incapazes, de aceitarmos nossas fraquezas, nossos erros diante de um semelhante, apenas movidos pelo medo, pela total duvida do que virá, pelo medo da escuridão. A ameaça de nos tornamos inválidos e fracos diante de outros é o que nos faz ser perigosos e indiferentes para nós mesmos e para a própria natureza, somos como qualquer outro animal, quando acuados, nós agredimos.
Matamos aos poucos nossa forma comum de pensar, há linha de vida pré-planejada, meticulosamente feita por nossos pais, os pais de nossos pais e os pais de vossos avós, o ciclo básico da vida, nascer, aprender, procriar e a morte. Um fluxo natural, simples sem principio heroico nenhum, afundado na repetição dos dias, asfixiando e transformando lentamente o instinto do saber.
Assim desta forma, o homem contemporâneo se torna um rabisco do que foi seu passado e uma chacota do que poderá vir há ser seu futuro, criando teorias infindáveis para acomodar seu temor, o seu não domínio sobre a própria vida, de compor-se como uma pequena parte de um gigantesco mosaico, no qual apenas é parte complementar e não essencial do seu próprio ser. Terá assim que cortar da própria alma para se libertar, admitir sua total incapacidade sobre a linha da vida, e buscar o conhecimento pleno, longe dos demais, que se encontram abitolados, no comodismo reconfortante dos seus dias. Este homem, não poderá temer a solidão e tão pouco ser chamado de louco, a liberdade requer sacrifícios.

Solos de alegria

São tantas palavras, são tantas informações, um espaço de tempo muito curto, para assimilar tudo e inevitavelmente nos encontramos em meio a um furacão de decisões para serem tomadas.
Em questão de momentos, instantes, precisamos dizer sim ou não, tomar lado defender ideias que chegamos a ficar sem saber o que fazer. Trocamos prioridades, invertemos valores e aos poucos vamos perdendo nossa humanidade ou o pouco que resta, muitas vezes em pró de algo que pouco vamos aproveitar.
É possível afirmar que mesmo diante de tanta tecnologia, com tanta informação e praticidade em nossas mãos, em muitos momentos nos encontramos perdidos e afoitos. De tanto ouvir dizer o que queremos, esquecemo-nos de ouvir a nós mesmos, para saber o que realmente é bom, a culpa não é inteiramente de influencias externas, de terceiros, mas um pouco nossa, por não saber em alguns momentos filtrar essa onda que nos tomba com tantas distrações.
Assim acabamos criando falsas expectativas, sonhos fúteis e desejos ordinários. È tão grande o tamanho de nosso consumismo, que nossos olhos acabam cegos, para o que realmente nos faz feliz, nossa preocupação em registrar tudo é tão grande que essa sede em mostrar para os outros o que fazemos, não nos deixa usufruir do momento que vivemos.
Assim nossa felicidade verdadeira acaba aos poucos se distanciando, vivemos pequenos momentos de alegria passageira, logo esquecida e devidamente documentada. Acabamos vivendo um circulo vicioso da “indústria da felicidade”, aonde para você ser feliz é necessário comprar, gastar e possuir, não sendo apenas necessário aproveitar o momento ou as pessoas que nos cercam, acabamos transformando em mercadoria o sentimento puro, tal e qual seria necessário apenas ir a uma prateleira de loja e compra-lo.
Uma dose de lagrimas, por favor! Mas de alegrias, sim! Um pacote de romantismo, e assim por diante, mas infelizmente ou felizmente não somos assim, ainda não conseguimos nos transformar em algo tão asqueroso a ponto de negociar sentimentos, mas talvez estejamos chegando muito próximos dessa realidade.
Mas que rumo tomar, quando ser contra é querer regredir, quando o desejo de algo real é considerado por muitos uma fraqueza e ter um sorriso verdadeiro é considerado uma afronta. Devemos cada um escolher o verdadeiro desejo que temos, refletir, sem se importar e querer mostrar para todos que essa reflexão é sobre você, não sendo necessário colocar em todos os lugares para aparecer. Não é uma questão apenas pessoal, mas é sobre a vida de uma forma mais ampla e abrangente, é o que esperamos e cultivamos para os próximos momentos, pois se continuar assim, provavelmente começará a comprar cd, com pequenos momentos e sentimentos para ser ouvido, pois não seremos capazes de viver algo verdadeiro, o que é triste, embora muito próximo de se realizar.

Aroma da realidade



E assim sem mais, pouco a pouco as gotas marcavam o chão de madeira velha, um barulho quase tão sutil quanto de uma folha caindo ao pé da mesa enferrujado. Gotas de um vermelho encantador, com o reflexo da luz tornando-as hora como um vinho, hora vivas como o sangue, destoavam de todo o silêncio contido no tempo.
Tempo este tão vazio quanto às lembranças, quanto às ideias, tanto quanto a falta de planos, como os corpos ali presentes e apenas presentes, seguindo suas sinas. Sem sombras, sem reflexos, sem espelhos, apenas portas e pequenas janelas, sem deixar espaço para sonhos, tão pouco espaço para esperanças, apenas sobreviver, destoados de toda a realidade, que volta e meia, retorna para lhes assombrar.
As palavras distantes, não se faziam necessárias diante de tantos murmúrios, explicar já não estava presente em suas necessidades como pessoa, tão pouco o que restava de sua dignidade, estava ausente assim como sua alegria.
Os meses passam, fevereiro, março, maio, agosto, da vida, das sobras, da esperança em Deus, dor lentamente assimilada pelo seu olhar, em partes tristes e em certas horas vazio. Apenas mais um momento congelado, destoado, ignorado, inexistente para outros tantos, apenas mais uma lagrima que dificilmente faria brotar algo novo e quem sabe se possível e permitido, apenas mais um instante de dor.
Meia hora, uma ou duas passadas na eternidade dos segundos, quem saberia dizer, indiferente para quem não vive, apenas sobrevive. Apenas deixando as paredes ásperas de tristes histórias, olhos fixos no vazio, sentir o aroma espalhado pelo lugar, mistura do pouco que se tem com os sonhos que nunca realizará. Um adeus, um até logo, calçar os sapatos, deixar de lado por momentos a miséria e ir trabalhar.

Sangria


Portas e janelas sem paisagens, lâmpadas sem brilho, algo na solidão á seduz. Não há mistério que seja tão grande quanto o seu ego. Passam lentamente as horas, passam lentamente os pensamentos e nada além de paredes cheias de palavras sem sentido, riscadas em algum momento ou por meio de um possível suspiro.
O frio parece aconchegante, o chão parece confortável, seus dedos dilacerados pelas verdades, não apresentam qualquer saída. Seu corpo treme, seu gemido é apenas de dor, algo invisível á todos, tortura deliberadamente seu sentimento.
Um ou dois gritos que como laminas afiadas, rasgam o vazio. Libertando-a de forma inútil da prisão que se tornou seu próprio corpo. Sua imagem se debate entre as paredes, deixando seus olhos marejados de aflição, algo além de sua própria vontade deseja explodir dentro de si.
Todos estão fora de controle, seus pensamentos, seus desejos, suas lagrimas, seus sorrisos, suas dores e seus dentes. No universo limitado de seu corpo, aos poucos não sobram caminhos inteiros para seguir.
Recai sobre si o peso da duvida, exala em seus poros o medo. Lentamente consumindo-a por desejos tão pesados que as sobras não serviriam de banquete aos urubus. Não se houve mais o irritante ponteiro das horas, que a cada volta lhe lembrava o que almejava esquecer, destruir.
Não restam forças, não lhe deixaram sonhos possíveis, seus joelhos por hora castigados, não conseguem levantar. Tudo aos poucos some, em seu olhar se perde qualquer linha que á trate como ser humano, que seja um guia, um horizonte. Saídas possíveis se tornaram pesadelos distantes, lentamente se torna invisível, á única sensação que agora sente é de seu próprio sangue. Forjando sua cama, seu ultimo descanso.

De tempos em tempos

Passam dias, anos e décadas após qualquer fato que assombre o país com tamanha irresponsabilidade e tudo que se ouve e lê são as mesmas respostas de anos e anos atrás. E aqui não se refere apenas á um item isolado, pode ser avião, boate, circo ou ônibus e até mesmo construções, o Brasil é um país de irresponsáveis e o jeitinho brasileiro mata sim pessoas. Talvez fosse o momento de abrirmos mão desta tão aclamada e difundida pratica para sermos, mais responsáveis com nossa própria família.
É necessário pararmos de adquirir vantagem a qualquer custo, sobre qualquer pessoa, para apenas ver lucros, cifras, se não o fizermos, os números que continuaremos a contar será o de corpos. O principal fato disto acontecer é que o país não é único, não caminha na mesma direção, muitas vezes vemos e lemos que as diferenças regionais, são mais importantes que o bem comum. É muito mais fácil ficarmos rindo de sotaques, costumes e tragédias que estão em outras partes, ao invés de todos exigirmos melhorias e isso é mais comum e temeroso do que possamos imaginar.
O povo tem que compreender que independente de regiões ou cidades todos fazemos parte de uma sociedade e a tragédia está esperando para acontecer em qualquer lugar, não escolhe cor ou religião. Somo sim um país mais ou menos, com pessoas mais ou menos, que se conforma com situações mais ou menos resolvidas e com políticos mais ou menos honestos. Precisamos dar um passo à frente, necessitamos nos vestir de orgulho de sermos brasileiros, de coragem, acreditar que nossas exigências, nossas atitudes contribuem para fazer do Brasil um país melhor e mais honesto.
Não se pode admitir tantos erros, tantas falhas na lei, tanta corrupção, somos uma sociedade em construção, estamos certamente entrando em outro patamar e por isso não podemos mais aceitar tamanha irresponsabilidade de nossa parte e de nossos governantes.
Há esperança existe, nas pessoas e no amanhã melhor e em meio a tantas lagrimas que se derramam a cada nova tragédia que choca, nasce com elas uma forte corrente de humanidade, ainda temos por direito, nos sentirmos humano em um mundo que aos poucos se torna tão frio e mecânico.
O amanhã é uma incerteza, não sabemos se tudo será realmente melhorado, se novas tragédias serão evitadas, mas quando nos unimos para fazermos o melhor, para exigirmos uma país melhor, esta certeza se torna por certos momentos, um pouco menos obscura.

Significados



Significado de Chacota
s.f. Zombaria, mofa.
Gracejos, sátiras.
Antiga canção popular; trovas burlescas.

Quando se observa os noticiários e ao folhar os jornais, casos de corrupção tomam grande parte das manchetes. Promessas de investigação, punição e mudanças tomam os rodapés juntamente com a credibilidade de nossos políticos.
Não é exagero afirmar que superficialmente o Brasil é uma nação com grande vocação para justiça, apenas esquece-se de fazê-la. Assim como se esquece de limpar a podridão existente no congresso, assim como não se lembra do povo fora da época de eleição, assim como as pessoas esquecem rapidamente os nomes das figuras envolvidas nos escândalos, que diariamente matam milhares de pessoas pelos desvios de verbas, na saúde, educação e segurança.
Estamos todos familiarizados com a corrupção, não ficamos chocados com tamanha falta de escrúpulos, o roubo de diferentes formas se tornou banal. O governo trabalha como uma maquina sem freio, anuncia corte de um lado e aumenta do outro, nunca perde. O uso de nossos impostos é mal aplicado, se gasta mais com benefícios próprios que com o investimento necessário para a população.
Somos todos reféns de nosso silencio, de nossa passividade diante das noticias que se seguem, de forma repita e acabamos por nos transformar em chacota, marionetes de poucos, que contam com a alienação de muitos. A pergunta que se segue é se a maquina não se encontra em seu limite, a engrenagem suportará o quanto mais do uso inapropriado do dinheiro e se a população já estaria em seu limite de tolerância.
Com a velocidade surpreendente e a veracidade incrível, políticos das mais variadas escalas do governo são denunciados por envolvimentos duvidosos. São acusados destituídos de seus postos e seus sucessores já assumem cargos com uma forte tendência a deixa-los da mesma forma.
Estão fazendo pouco caso da opinião publica, estão tratando as pessoas como meros espectadores de uma novela sem fim, falam com desdém de possíveis atos ilícitos, mesmo com gravações e provas contundentes. Eles riem com a certeza de que nada e absolutamente nada acontecerá com sua imagem, contando ainda com a memoria curta do povo brasileiro.
A única certeza que parece prevalecer é que ao abrir o jornal à manchete será de um politico envolvido, restando apenas saber se é vereador, deputado, senador ou ministro. As mesmas desculpas, as mesmas versões e a mesma certeza de que as pessoas logo esqueceram seus nomes, suas suspeitas e mais uma vez a certeza de impunidade no governo em qualquer escalão.

Onde está o progresso
Quando se precisam destruir sonhos,
Para construir muros.

Onde está a bondade
Quando olhar para lado,
É melhor que ajudar.

Onde esta o sorriso
Quando o que te dão,
É motivo para chorar.

Tantos passos em vão
Tantos planos destruídos pelo suor,
Tanta pressa, tanta hora marcada!

Para no fim
Não se levar nada,
Não se orgulhar de nada.

Ser apenas mais uma lembrança
De uma vida que se viveu
Da forma errada.

“Não faça que o amor simplesmente sobreviva aos dias cinza. Mas permita que ele viva, colorindo dentro de você”!

Contradança

È fácil se perder no ritmo dela, seus olhos vão de um lado ao outro procurando deixar-me sem jeito, eu como bom cavalheiro que sou, ora porque não, retribuo e levemente disfarço o sorriso, quem sabe, ela perceba e retribua, mas que idéia a minha, pensar que ela com todo seu glamour e beleza possa perceber a intenção de apenas um sorriso, se tantos são os que ela recebe.
Aos poucos fico leve, à vontade no salão, falta-me apenas coragem para falar de minhas intenções, quem sabe algo sério ou apenas uma contradança se quiser, não ela não deve ser destas que queira ser de um homem somente por uma noite, mas por outro lado, pensando melhor casar com ela seria cansativo, pois com tantos pretendentes deve ser mimada.
Mas que estou dizendo, claro que com toda certeza já tem namorado, como não pensei nisso antes, ou até mesmo casada, será mesmo, mas não vejo anel em seus dedos e chegou apenas com as amigas, só pode ser solteira, quem sabe apenas esteja esperando por mim, que loucura porque penso nisso, ela apenas percorreu seus olhos pelo salão nem ao menos deve ter notado.
Olha para um lado olha para o outro e conversa com suas amigas, será que fala sobre mim, talvez esteja reparando em meu cabelo, meu deus será que está arrumado? Pobre de mim e agora, o que faço eu, vou ao banheiro ver como está, mas se eu voltar e tiver ido embora, ou até mesmo um desses aproveitadores for falar com ela, será meu fim e terei perdido para sempre ela.
O tempo passou e nem vi já é quase meia-noite, quanto tempo mais será que vai ficar, talvez se eu oferecer carona a ela, sim, isso mesmo ai então poderia falar sobre o que sinto, mas que bobagem de minha cabeça, nem ao menos me conhece é claro que não aceitaria, o que diria a ela? Oi muito prazer, meu nome é Adurbal aceita uma carona, com certeza não daria certo, acho que vou tomar uma bebida, quem sabe assim eu crie coragem e fale com ela, mas ai ela vai perceber vou ficar com gosto de cerveja na boca, se eu beijá-la ela ira notar e será meu fim, uma tragédia, sem falar nas manchetes, seria realmente a piada no dia seguinte.
Meu coração parece que vai saltar pela boca, minhas pernas tremem, porque ela provoca isso tudo em mim, não entendo, alguém está indo falar com ela, meu deus é uma homem, o que será que conversam, será o fim de minhas esperanças, abraçou ela, está convidando ela para uma contradança, agora sim, será mesmo o fim, eu sabia ela gosta de homens mais velhos, este alias, parece ter quase o triplo de sua idade, como vou competir com ele, meu deus está saindo da pista abraçada nele, vou até lá, me declaro e vejo o que acontece, mas que idéia nunca ela aceitaria sem falar na vergonha que ela passaria, ela está saindo da baile com ele, é mesmo meu fim, o que vou fazer só me resta sofrer de amor, não, vou atrás dela, vou falar com as amigas dela.
Falarei com Margarete, lhe expliquei toda a situação então ela riu, pensei eu, eu sabia meu fim agora serei realmente piada na cidade, então ela me falou que ela tinha me achado bonitinho, e estava esperando que fosse falar com ela, meu deus, a perdi por falta de atitude nunca perdoarei por isso, foi então que Margarete me deu esperanças, aquele homem é o pai dela, foi então que meu rosto ficou com um sorriso enorme, ainda há esperança pensei, no próximo baile tomo coragem e ai sim lhe convido para dançar.

A flor

A pessoa
Que destrói uma flor,
Para ver se tem sorte na vida.
Não merece um amor
Deveria ganhar mais sabedoria!
Por que nunca na vida
Sua alegria viria,
Através da destruição
De uma bela forma de vida!

Apenas mais uma sombra
Invisível á tantas outras
Que dormem.
Uma peça lascada
De uma cidade despedaçada.
Quadros vivos
De uma paisagem petrificada,
Pouco admirada
Lembrada ou amada.
Quem sabe ao amanhecer
Mais uma mancha de sangue
Se destaque na calçada.
Revestida por corpos
Pequenas diferenças
Que por hora não são nada.