Coleção pessoal de noi_soul

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⁠(rostos)

quem é o olho que cria
a criação de outrora?
a quem deve a primazia
da perfeição da aurora?
a noite parece dia
o dia reflete o escuro
o tempo não passa em nós
seu fruto é sempre maduro!

(precipício)


mergulhar na existência é uma viagem e tanto!


aproveite-a!

⁠(acidente)

por um triz
e vai-se
precoce
mente

⁠(pôr do sol)

pingos róseos pelo céu
brisa do anoitecer
perco-me em palavras
toda vez que vejo você

⁠Se o sol fosse à noite
o que a lua é ao dia
não seria necessário
esta estranha afasia
não seria nem prudente
pensar na estadia
não seria permitida
esta boba poesia!
Nem mesmo o sol
deixaria
a porta aberta do cais
o tempo tão logo
entraria
na solidão dos haicais
eu, em grande assombro,
diria
as rimas em nada falam
além das tais fantasias
além dos além do mais!
Se o sol fosse à noite
o que a lua é ao dia
não seria necessário
esta estranha afasia
não seria nem prudente
pensar na estadia
não seria permitida
esta louca poesia!

⁠ele dita a dor
dita a dura
dita vil

⁠(átimo)

A vida é um dedo de prosa na esquina.

⁠(entre as pás)

⁠tem momentos em que não posso contar nem com ela...

a santa

IGNORÂNCIA

(Everest)

⁠Deusa do céu
Arte ofuscante
Brilho da Terra
Beleza gigante!
Mãe do universo
Pico D'Oeste
Grandeza excelsa
Monte Everest!

(inteira)


⁠no pôr do sol
derramo-me

⁠Vontade de mergulhar nos meus sonhos e dormir lá para sempre...

⁠(átimo)

tudo suspenso
eu não me rendo
passo intenso
a me acompanhar

(comigo)

⁠entre um mundo de compromissos
entre pessoas piradas
permito-me um pouco de hibisco
no meu chá da madrugada
entre gritos e petiscos
sonhos me deixam acordada
quando ponho-me em risco
vejo o nascer da alvorada

⁠(um mentiroso na presidência)

a derrocada final
do quase indômito menino
chamado Brasil...
Vencido...
Vencido por pessoas
Vencido por pessoas hipócritas
Que dizem defender a pátria
Que fingem defender a família
Que nunca conheceram Deus
pobre Brasil
nas mãos dos filhos seus..

⁠Rendo-me à minha ignorância
E à sobrepujança dos meus defeitos
Faço delas a alavanca
D’alguma esperança que vibra em meu peito.
Sonho-me como quem é criança
E troca a fiança dos próprios feitos
Ensino-me a andança
D’estranha confiança que trago no jeito.

⁠Eu aprendi a ver seu olhar
Eu comecei a enxergar seus olhos
No inexato instante do agora
Foi por causa da máscara, eu sei
A máscara que colocou pra fora
A máscara que tomou parte de sua face
A máscara que escondeu seu sorriso
Foi ela que me fez encarar
Seus olhos
Tão preciosos, belos
Tão firmes, cheios de sonhos
De estranhezas, de esmero!
Foi ela quem levantou meus olhos
E fê-los encontrarem os seus
Olhos
De todas as cores
De todas as vidas
De todas as tentações
Seus olhos saltando aos meus
Meus olhos tão perto dos seus
Eu aprendi a ver seu olhar...
E, neste exato instante, não posso
Não amar!

⁠conversa
inteira
mesa
redonda
tarde
faceira

⁠entre ser sincera e fingir

*estou preferindo*

não mentir

⁠um dia fui eu
outro dia não mais
o que serei eu
sem um pingo de paz?
a guerra
a morte
o não
o talvez
o tempo
a hora
o espaço
desfez

(percepção)⁠

conhecer o âmago
as profundezas
as incertezas
as impurezas
é um convite louco
à insana mente
conhecer a si mesma