Coleção pessoal de ninhozargolin

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Precisa-se de apenas um motivo para esquecer um bilhão de problemas: entretenimento.

Para quem vive de trevas, qualquer incandescência de virtude vinda de outrem é ofuscante.

Politizar caso de pandemia ou é sintoma de extremismo ou de ingenuidade.

Ainda que o isolamento social seja desagradabilíssimo, evitar a transmissão de um vírus pode ser crucial para salvar vidas.

Contrair coronavírus durante uma viagem para a Europa é meritocracia ou esse termo só vale para desqualificar cotistas?

A falência da sociedade capitalista diante de um pequeno vírus exprime a desigualdade e suas consequências.

A Covid-19 não é uma doença redentora, que, para alguns românticos, transmite cura, reflexão e harmonia com a natureza; mas sim a ceifadora de vidas, planos e sonhos.

Memes, vírus e fakenews: a propagação de views, likes e contaminações nos novos anos vinte.

Estar enclausurados por bom senso e respeito à saúde é como os cidadãos conscientes podem se tornar heróis contra o coronavírus.

FADAS SENSATAS

Para dizer o óbvio, as fadas são seres mitológicos. Talvez possam existir em um outro plano, outra dimensão, algo nessa seara. Mas vamos aos fatos: na nossa existência terrena, não convivemos com figuras mágicas.
No imaginário infanto-juvenil, é possível sonhar com fadas, bruxas, gnomos e seus pares. Às crianças estão reservadas a criação e a crença nesses seres, incluindo características físicas e psicológicas que lhes possam ser atribuídas.
Alguns adultos, na ânsia de nutrir o pensamento fantástico dos infantes, também podem compor histórias mágicas, repletas de pó de pirlimpimpim, varinhas de condão, caldeirões e todo aparato imaginável.
Contudo, é estritamente necessário que não haja a tentativa de atribuir aos seres humanos as mesmas qualidades dispensadas às fadas, haja vista que somos imperfeitos por definição empírica, por acepção filosófica, por revelações religiosas e por convicção científica.
Assim sendo, a sensatez até pode ser uma virtude que alguns homens e mulheres detêm e que outros, vez ou outra, utilizam; mas aplicada a humanos travestidos de fadas é uma aberração.
As pessoas são falhas. Vive-se a vida buscando superar as fragilidades e desenvolver os potenciais. Essa é a síntese da existência humana. Qualquer canonização ou fadificação são incongruentes com o que nos torna humanos: os erros.

Homem que precisa retocar a masculinidade o tempo todo tem a mentira estampada na sexualidade.

Família: mar de conflitos com ondas de amor.

Há ideias que se perdem para sempre em um mar de sinapses.

Esquecimento seletivo: gravuras em cavernas, tinta no papel e hipertexto em alguma tela.

Primeiro
Dia de aula,
Dente arrancado,
Exame médico,
Beijo!

Dá frio na barriga,
borboletas no estômago,
arrepio na orelha
(nessa e em outras ordens).

A vontade é pular,
passar pro próximo,
correr, correr...

Mas a pressa é má conselheira,
inimiga da formação,
pois, de todos os passos,
o que mais importa
é o primeiro.

A felicidade é sem vergonha, sem limites e deve ser sentida.

Em certa medida, cada pessoa vive um exílio em si mesma.

Romantismo é bom desde que mantenha a verossimilhança.

Cacoetes são o excludente de licença poética impelido pelos prolixos.

Borboletas seguem seus voos alegres apesar da teoria do caos.