Coleção pessoal de NewtonJayme

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Semeia um ato, ceifarás um hábito;
semeia um hábito, ceifarás um caráter;
semeia um caráter, colherás um destino.

O Rio

Ser como o rio que deflui
Silencioso dentro da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas nos céus, refleti-las.
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio as nuvens são água,
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas.

Por isso, se alguém quiser que a luz da beleza brilhe
em sua face, é preciso fazer antes que a chama
do verdadeiro amor arda no coração,
porque a luz da beleza provém
da chama do amor.

"O Rei cuja formosura o sol e a lua admiram",
cuja grandeza céus e terras reverenciam,
com cuja sabedoria são iluminados
os exércitos dos espíritos celestiais,
de cuja bondade se saciam
os coros dos bem-aventurados,
este mesmo (Rei) deseja hospedar
- se em ti, minha Alma,
e deseja e apetece
mais o teu cenáculo
do que o palácio do céu.
Porque "suas delícias consistem
em estar com os filhos dos homens"
(Prov., VIII, 32)

Guarda-te contudo, minha Alma,
de injuriar o Criador,
e de esposa que és
de te tornares adúltera,
amando mais os dons
do que o afeto do Amante.

Ai de ti - exclama Santo
Agostinho nas "Confissões" -
ai de ti, se andas vagueando
por suas pegadas,
se ama seus sinais
pelo lucro temporal,
mas não atendes
ao que te está insinuando
aquela luz beatíssima,
a inteligência
da mente purificada
- Deus - cujos vestígios
e sinais são o ornamento
e o decoro de todas as criaturas.

Faço catedrais nas almas.

Se um pinheiro não podes ser no monte,
Sê um mirto no vale, mas que sejas
O melhor mirto à beira do regato:
Sê arbusto, se árvore não fores.

Não podemos ser todos comandantes.
Tem que haver tripulantes. Há trabalho
Para todos, serviço grande ou leve.
E a tarefa a cumprir está à frente.

Se não fores estrada, sê vereda.
Se não podes ser sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que se vence:
Sê o melhor daquilo que fores.

Meus momentos
prediletos solidão,solidão
Mas sempre convosco,
Jesus, Senhor.

Junto ao vosso coração
passo horas agradáveis
E junto dele minha
alma encontra descanso

Quando o coração
está repleto de
Vós e cheio de amor,
A alma arde com fogo puro,

Então no maior abandono
a alma não sente solidão,
Porque descansa
em vosso seio.

Ó solidão momentos
da mais elevada companhia
Embora abandonada
por todas as criaturas.

Afundo-me toda
no oceano de vossa divindade,
E Vós ouvis terna mente
as minhas confidências.

Não importa onde estás, mas para onde vais.
Estás a ir para onde queres?

O amor é tecido
de silêncios confiados...

O amor é confiado
na palma da mão aberta...

O amor é mão aberta
em ti pleno de graça...

O amor é graça
nos pés do mensageiro...

O amor é mensagem
do encontro comungado.

Que vê o teu olhar?

Nesta noite gelada de céu estrelado
pergunto-me ao caminhar pelas ruas desta cidade,

com que cores tinges o manto
que cobre a nudez do amor
e geme as dores da esperança?

Que olhar lanças de mão cheia
aos que te pedem a tua?

Seiva que alimenta
a caducidade aparente da natureza que adormece,
que vigor sente este granito
das águas fugazes que correm para ocidente?

A oriente nasces,
Sol que rompes o silêncio da dúvida
e me ergues do teu colo onde me abandono.

Sou um homem com os pés no chão e a alma no infinito.

O afeto conduz a alma como os pés conduzem o corpo.

Em redor da Cruz, gritos de ódio,
ao pé da cruz, presenças de amor.
Está ali, firme, a mãe de Jesus.
Com ela, outras mulheres,
unidas no amor pelo moribundo.

Junto dela, o discípulo amado, não outros.
Só o amor soube superar todos os obstáculos,
só o amor perseverou até ao fim,
só o amor gera outro amor.

E ali, aos pés da cruz, nasce uma nova comunidade,
ali, no lugar da morte, surge um novo espaço de vida:
Maria acolhe o discípulo como filho,
o discípulo amado acolhe Maria como mãe.
"Acolheu-a como um dos seus bens mais queridos"
(Jo 19, 27), tesouro inalienável
do qual se fez guardião"

Só o amor pode guardar o amor,
só o amor é mais forte do que a morte (Ct 8, 6).

A confiança dos cristãos é a ressurreição
dos mortos; crendo nela, somos cristãos.

A ressurreição é a ressurreição da carne que morre.

O tempo de Deus é a eternidade e o tempo dos homens é a esperança da eternidade.

Quando eu voltei
Nem quis acreditar
Aquela casa
O meu lugar
Tudo era igual
na aparência.
Nosso jardim,
O tempo maltratou,
Mas ainda havia flores
Que você plantou.

Meus passos tristes
me levaram, sem eu ver
E novamente eu fui rever
Aquele quarto antigo.

Minha saudade enlouqueceu
E eu compreendi o quanto
errei naquele adeus.

Eu já não sei
O que eu vim fazer aqui
Eu fico deslocado, sem você
Você esqueceu o endereço de voltar
Sou um estrangeiro em nosso lar!

Devolva as mãos
Que eu aprendi a amar
Traga de volta o meu olhar
Faça feliz meu rosto.

Um estrangeiro como eu
Precisa sempre de um amigo
Pra recomeçar

Eu já não sei
O que eu vim fazer aqui
Eu fico deslocado, sem você
Você esqueceu o endereço de voltar
Sou um estrangeiro em nosso lar!
Sou um estrangeiro em nosso lar!

Desvelo sem fim
os novelos de mim

Anunciando o novo dia
como quem termina uma lida

Cortando os fios do absurdo
como quem bebe absinto

Gritando rouca ao sem-fim dos mundos
como quem gira no carrossel dos loucos

Desvelo sem ter
o bordado a tecer

Apenas riscando
opções de viver.

Manda-me tudo pelo vento: envolto em nuvens, selado com estrelas tingido de arco-íris, molhado de infinito, lacrado de oriente, se encontrares.