Coleção pessoal de neilafabrine
Esse jeito de durona foi,
foi só uma capa de proteção contra qualquer outra coisa que tente me machucar novamente. Por dentro, ninguém é mais sensível que eu.
Eu. Sim, eu mesma.
Sozinha, sem ninguém, sempre serei eu. Eu sou a única que pode julgar a forma como eu ando, o jeito do meu cabelo, as minhas roupas e o meu corpo. A única! Sou eu que irei tomar as decisões pra minha vida, sendo boas ou não. Sou eu, mais ninguém. O resto das pessoas que me julgam, dizem o que eu faço ou deixo de fazer, são apenas pessoas, que sabem o meu nome, e mais algumas coisas sobre mim. O que eu já passei, e os problemas que passo ainda, só eu sei. Por essas e outras, eu vivo a minha vida, da maneira como eu acho melhor pra mim.
Há quem diga que mulheres, quando são amigas, ficam insuportáveis, porque concordam sempre uma com a outra e não se desgrudam. Há quem diga que as mulheres são falsas e fofoqueiras a verdade é que é muito bom ter amigas aquela pra quem você conta absolutamente tudo, e sente que foi entendida. Aquela que te dá broncas e manda você parar de gostar daquele menino que só te fez mal. Aquela que abraçou em silêncio e sentiu você chorar,aquela que ouve quando você está apaixonada e passa horas falando do mesmo assunto, aquela que parece sua mãe, e vive pra te dar conselho. Aquela que te deu o conselho certo, que você não ouviu! Aquela que presenciou o maior mico, segura seu braço quando você tropeça, aquela que irrita, mas que você nao imagina vida sem ela. Aquela que defende você de tudo e de todos. E tem também as melhores amigas, aquelas, que são simplesmente aquelas!
Agora, eu penso assim: isso vale uma marquinha de expressão? Isso vale uma noite de insônia? Isso vale a minha paz? Não, então tchau.
E eu, como estava dizendo, sempre quis ser dessas mulheres imperfuráveis, inatingíveis, inaudíveis e incompreensíveis. Mas nunca consegui. Quando vou ver, já contei minha vida pra primeira pessoa que me deu um pouco de atenção. Já to rindo alto no restaurante porque não me controlei e fiquei feliz demais. Já escrevi um texto sobre o fulaninho da terça passada e publiquei numa revista. E o fulaninho ta morrendo de medo porque escrevi que gosto dele. E se alguém perguntar, vou dizer mesmo que goste dele. E se ele não gostar de mim, minha tristeza não será segredo para ninguém. E minha pasta de dente é para deixar os dentes branquinhos. E quando vou ver, lá se foi a mulher misteriosa que eu gostaria tanto de ser. Porque eu jamais poderia ser uma.
E sofri anos com isso. Até que resolvi conviver de perto com algumas mulheres misteriosas para tentar descobrir o que se passa na cabeça e na alma desses seres incríveis que nunca têm nada a dizer, a doer, a aconselhar, a cantar, a dançar, a morrer de rir, a fofocar, a detalhar, a exagerar, a sonhar, a dividir, a acrescentar. E descobri que a coisa era muito mais simples do que eu imaginava: nada. Não se passa nada de relevante nem na cabeça e nem na alma dessas mulheres.
As mulheres misteriosas, tão admiradas e desejadas, não passam de mulheres sem a menor graça. Elas não calam por mistério, charme ou discrição. Calam porque simplesmente não há nada mais sábio que elas possam fazer.
Se meus inimigos pararem de dizer mentiras a meu respeito, eu paro de dizer verdades a respeito deles.
"Minha beleza externa é reflexo de minha riqueza interna,
meus olhos são espelhos de minha alma,
meu brilho ninguém apaga!
O que tenho de mais preciso está internamente, no !
O meu melhor lado é sempre o de dentro."
Aprendi desde muito cedo que cara feia nunca resolveu problema[…] Confesso. Vez-ou-outra sinto uma vontade enorme de sair ofertando caretas, distribuindo desaforos e cuspindo os sapos que engoli (e ainda engulo). Mas tenho em mim a consciência de que, não podendo ser florir constante, resta-me muitas vezes optar pelo silêncio. Eis a minha prece aos céus de todas as manhãs: que minh’alma não azede, que eu não atire espinhos e nem sirva como veneno a quem merece eterno elixir.
Eu sofro sendo assim, eu sofro porque, quando você acha mais da metade do mundo babaca, você passa muito tempo sozinho.
Justamente quando você acha que as coisas não podem piorar, elas podem... Mas justamente quando você acha que elas não podem melhorar, elas podem.
Eu disfarço muito e quase ninguém percebe. Tem um monte de gente por aí que acha que me conhece o suficiente. Outros tantos acham que sabem o bastante sobre a minha vida. Entra no meu mundinho quem eu deixo. Acho que a gente não deve escancarar a vida, tem coisa que é só nossa e de mais ninguém. Quanto mais a gente dá liberdade para os outros mais eles se sentem no direito de se intrometer e meter o bedelho. Não gosto, pois da minha vida cuido eu.
Meu bem, se você acha que tirou alguma coisa de mim, tenho más notícias: O que é meu de verdade, ninguém me tira. O que não é, eu mesma me desfaço.
Eu não me preocupo tanto com o que acham de mim. Quem geralmente acha, não achou, nem sabe ver a beleza dos meus avessos, que nem sempre eu revelo. O que me salva não é o que os outros andam achando de mim, mas o que Deus sabe a meu respeito. Eu só dou valor às palavras e pensamentos produtivos, construtivos, normalmente vindos de pessoas que me amam verdadeiramente.
Existem muitas coisas na vida que você acha que precisa como televisão, revistas, professores dizendo que você tem que ganhar dinheiro e ser bem-sucedido, mas se você tem algum tipo de esperança, algo em que se segurar, então tudo isso não vai mais importar. Se você consegue fazer com que seu próximo dia seja melhor do que o anterior, aí você vai ver que é o que realmente significa e não tudo aquilo que as pessoas acham que você precisa para sua vida.
Minhas verdades mudam com o tempo, meus valores não. O que alguém acha de mim não vai determinar quem eu sou. Mesmo assim, não vou discordar quando alguém achar que eu não valho a pena. Eu valho. Eu valho a pena se tentarem me amar ao invés de se apaixonarem por mim.
Não sou sempre flor. Às vezes espinho me define tão melhor. Mas só espeto os dedos de quem acha que me tem nas mãos.
Quem sou?!
Eu sou para cada pessoa aquilo que ela acha que eu sou, mas o que para mim importa é o que eu estou a procura de ser e isso eu ainda não sou.