Coleção pessoal de negaehmoh

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Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante.

Tenho várias caras. Uma delas é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo.

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Entre as aleluias e as agonias de ser.

Estou atrás do que fica atrás do pensamento. Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais.

E a vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora.

Entender é sempre limitado.

As coisas não precisam mais fazer sentido. Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada.

Porque no fundo a gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro.

Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio.

Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.

Escuta: eu te deixo ser, deixa-me ser então.

Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno voo e cai sem graça no chão.

E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior do que eu mesma, e não me alcanço.

Não se conta tudo porque o tudo é um oco nada.

Ter nascido me estragou a saúde.

E, se você me achar esquisita, respeite também.
Até eu fui obrigada a me respeitar.

Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.

Porque é uma infâmia nascer para morrer não se sabe quando nem onde.

Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome.

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas, nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.