Coleção pessoal de NatalyCelina
Quando a gente tenta dar passos olhando para trás, fica difícil acertar o caminho para prosseguir. Quando não nos libertamos do que nos sufoca, fica complicado encontrar brecha para respirar. Quando a gente tem medo do futuro e vive o presente a tropeçar pelo passado, vive num mar de inquietudes movediças que só serve para maltratar.
É preciso seguir em meio aos tropeços.
É preciso sorrir em meio aos devaneios.
É preciso se permitir mesmo estando em turbulências.
É preciso dar espaço para se viver!
Dar a cara pra bater, às vezes dói, mas é mais válido que um querer, recolhido, nas voltas de uma interrogação!
Sempre haverá um colo para acolher.
Existirá sempre uma esperança guardada.
E haverá sempre um caminho para continuar.
Para se ter um futuro tranquilo, no mínimo é preciso seguir aceitando, sem culpa, um passado que ficou. Tudo que já não é tem sua exata razão de não ser.
Quando o presente se tornar passado, aceite-o. Histórias terminam para que outras comecem. Pessoas se vão, para que outras nos cheguem. Quando aprendermos a lidar com as consequências circunstanciais da vida, iremos viver mais leves e abertos para aceitarmos o que tiver de acontecer.
No fim, que fique a lembrança do que foi bom e bonito. Que fique guardado o mais puro e belo sorriso do que a aversão de não poder se ouvir falar. Se não foi para ser, simplesmente não será.
Quem já perdeu o que nunca teve?! Ou simplesmente, manteve o que nunca foi seu?! Desconheço!
Forte é aquele que mesmo esbofeteado pela saudade sabe se sair dizendo: "Tchau, fique bem." Nada é para sempre, nem mesmo nós. Quem sabe se despedir do que não é, saberá a hora de cumprimentar o que será.
Existem maneiras inusitadas, as quais, pessoas entram e saem das nossas vidas. Aprendizados contantes são trocados. Ensinamentos são sentidos e momentos são compartilhados. A vida é mesmo muito engraçada!
Muitas permanecem, para maravilhosidade dos nossos dias. Outras, porém, se vão sem saber se despedir. Vai entender. É a vida e a sua graça!!!
Cada um que se vai deixa as marcas por onde passou. E o caminho que se vai é o mesmo por onde se volta. A alegria continua a mesma.
O detalhe, é que muitas vezes, o tempo se esgota no portão de entrada.
Por aqui nem sempre é só alegria.
Por vezes, o coração pesa tanto, que lágrimas não conseguem se conter. Mas pego o coração e embrulho em um sorriso inventado. Seguro as lágrimas, de um jeito meio torto, e me faço passar sem que transpareça qualquer peso aparente. É assim que tem que ser. Mas nem sempre é assim que é!
É Zé, o que eu chamo de falta de sorte é não ter um bocado de força de vontade pra sonhar, lutar e conseguir. Aí sim Zé!
Saudade do tempo em que corria descalço, tomava sorvete me lambuzando toda e ainda, tinha quem achasse bonito. Saudade do tempo em que pulava corda, corria para cair e levantava para correr de novo.
Saudade dos meus cadernos tão bem coloridos e minhas letras tão bem desenhadas. Saudade dos meus cabelos longos, por vezes, entrançados. Saudade do mimo da minha avó. Das marcas de cada brincadeira, do azul daquele céu e da chuva que me banhei.
Saudade eu tenho de um tempo único, onde minha maior preocupação era ter que ir bem na escola.
Saudade dos amigos tantos, que hoje pouco vejo, pouco conheço, pouco sei. Saudade daquela casa, daquela cidadezinha, daquele tempo em que me personalizei até me formar no que sou.
Uma saudade feliz e uma felicidade saudosiana, de um tempo sem erros, onde era religiosamente feliz sem conhecimento de causa.
Saudade eterna de um tempo que não volta mais e que me chamavam de criança.