Coleção pessoal de nataliarosafogo1943

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não há dois poemas iguais
que falem do mesmo amor
que chorem os mesmos ais
mas falam da mesma dor...

acordo a cismar que perdi o propósito da vida, levo o passo incerto e é como se não soubesse de nada que me rodeia...

a tristeza sempre me visita com duas pedras na mão, e é com as mesmas que nos despedimos...

hoje o mar alterou-se, sabe-se lá porquê... ficou paranóico, avassalador, mas depois, deixou-nos a fúria de o amarmos em liberdade, mais tarde passou-lhe a cólera e veio-nos beijar com paixão e delicadeza...e ali mesmo fiz um verso e foi o desvario, nele adormeci o sol , coloquei cigarras a cantar nos canaviais e acreditei que era verdade o sonho que eu, o mar e o sol sonhávamos...

Rendo-me ao anoitecer, ao desaparecimento de mais um dia, estou a sós com minhas divagações, o olhar perdido, penetrada p'la nostalgia, p'ra falar verdade perco-me um pouco, tudo o que parecia distante está agora tão próximo... pensarão, qual o espanto? Só Deus sabe!

Quando a voz tropeça, ouvem-se apenas murmúrios d'alma, faz-se silêncio nas raízes que a alimentam e renasce sempre uma pulsante razão para o coração encarar a vida.

Se os comportamentos tolos merecessem tesouros, Portugal orgulhar-se-ia por estar a abarrotar de oiro...mas apenas existe neles poder destrutivo, mentiras, e roubos aos que já pouca hipótese têm de se defender.

entre a espessura dos arbustos se percebe uma música cuja letra são versos abandonados...que um pintassilgo canta para mim.

a liberdade é pão a levedar, Deus acrescente que é pão p'ra muita gente que ninguém irá calar...

a vida compara-se mesmo a um rio, que tarde ou cedo acaba no mar e não há volta a dar!

são os pássaros doutras madrugadas, que hoje abrem minhas asas de outono...

sons límpidos, ágeis e felizes ecoam trinados, fundem-se com o vermelho da tarde e eu escuto-os na minha memória até sentir o impulso do sangue que corre em mim e, assim me deixo levar pelo sonho e por esta força que me atrai, numa abandonada liberdade... até a nua claridade da lua chegar....revivendo através do meu olhar o mágico e o real do que foi a vida...

brindo à vida nesta manhã de certo modo aprazível, cruzam-se pássaros na memória, ouço o vento por entre as árvores, nem tudo está perdido, percorri, caminhei, voltei a recordar a vida e a distância com a ternura deste inverno que brota vida à minha volta...

quando o coração de alguém que se ama não nos entende, somos um eco perdido e, nem gritando a dor abranda...

O tempo me ajudou a crescer, a amadurecer, e agora faz com que me ocorram as palavras no momento certo. Alheada do tempo, escrevo sem parar à luz coada da manhã ou ao empalidecer da tarde. A poesia empurra-me para fora do corpo e amacia-me o sentimento de solidão, e a terra que piso, foge-me para o céu com nuvens de algodão, onde o cansaço se esfuma. Um mundo à parte sem dúvida. Assim surgem meus poemas............

a inocência vive e folga descuidada,
qual flor a desabrochar,
tudo é sonho é a vida a florir...

meus olhos saudosos, gostam de contemplar a beleza, de dia sonho acordada de noite sonho dormindo...

a vida primeiro sonha-nos depois transforma-nos, primeiro tem-se direito a tudo, depois o tempo nos abafa...

espelha a luz abençoada, que saudades, que saudade já ela em mim
não cabe!

a infinda noite sobe arrebatadoramente, o dia foge do meu olhar, o amor que floriu ardente perde-se na imensidade do luar que a terra beija, e enfeitiça o coração que o deseja... abrem os lírios é manhã,o mundo a abrir-se em nós, e de novo o sonho não consente sentirmo-nos sós...amar é estar em flor!