Coleção pessoal de NaraMinervino

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O TEMPO QUE ME SUPRIME


Eu não tinha tempo, mas inventei.
Eu não tinha ideia, mas eu criei.
Não me era oportuno. Aproveitei.

O tempo de que disponho
É do tamanho a que me proponho.
O tempo que me falta agora
Não me impede de viver sem demora,
Porque o tempo não me define,
Mas o que tiro dele me suprime.


Nara Minervino⁠

⁠QUANTO TEMPO?!


Um minuto é muito tempo,
se eu sei qual é meu intento.
Já uma hora me é bem pouco,
se o meu desejo de viver não é louco.

Num só segundo posso fazer de tudo,
se não colocar em mim um escudo,
Mas num ano inteiro jamais caberá
Nada do que não me proponho a realizar.

E assim faz-se o tempo que temos,
Pois ele é tudo do que dele fazemos.
Um segundo pode ser eternidade,
E o eterno pode não passar de vontade.


Nara Minervino

⁠EM TEUS BEIJOS

Quanto tempo desperdiçado!
Quanto amor não amado!
Você, com esse seu jeito,
De ver em mim só defeitos,
Esquece de que no amor
Não cabem mentiras nem dor.

Quanto tempo perdido!
Quantos sonhos incontidos!
Na solidão de nós dois
Deixamos para depois
O nosso amor tão ardente
Que sofre na falta presente.

Quanta tristeza sem fim!
Eu sem você. Você sem mim!
Cada um pro seu lado
Com o coração esmagado
Por esse orgulho tão besta
Que ao nosso amor só rejeita!

Quanta ampla bobagem!
Quanta imbecil inverdade!
Você diz que sou eu.
Eu digo que você não me deu
A chance de em teus beijos provar
Que eu saberia tão bem te amar!

Nara Minervino

⁠A VIDA


A vida é um sopro!
É um acordar e não dormir.
É um dormir e não acordar.
É um instante!
É um fragmento
De tempo, de sonhos, de planos!

A vida é um sopro
De vida e de morte!
É um pouco de morte, a cada vida!
É um pouco de vida, a cada morte!
É um pouco do muito que em nada existe,
E é um muito do pouco que persiste.

A vida é um sopro!
Foi ontem e é agora.
Não espera. Não perde a hora.
Assim como chega, também vai embora.
Não percamos o clarão da aurora.


Nara Minervino

⁠Sobre amores e prisões


Prisões limitam,
e eu não tenho limites,
nem para o amor
nem para o amar.

Contudo,
se estou cercada de bem querer,
não há por que eu me desejar
livre.


Nara Minervino

MINHA PESSOA INGRATA


Em rua deserta me encontro.
Solidão. Silêncio. Sofrimento.
Tudo em mim é tão muito!
Tudo em mim é intenso!

Nenhum som me ensurdece.
Nenhuma luz me encandeia.
Vazio. Ausência. Falta.
A cor de uma vida cheia,
Que outrora corria em minhas veias,
Agora se sente exausta.

Falta de ar me sufoca.
Peito em chamas me queima.
Passado já não tem mais volta.
Presente a mim trapaceia,
E a sina de quem já fui tantas
Agora é viver-me alheia!

Que fazer de mim, que não sei
Quem fui e quem já não serei?
Se tudo que me alegrava,
Já não faz sorrir quem amei:
Essa minha pessoa ingrata
Que fui e que não mais serei!


Nara Minervino

⁠PERDOAR NÃO É ESQUECER

Perdoar é dar uma nova chance, é sorrir junto novamente, é voltar seguir na mesma direção.
Perdoar é confiar de novo, é se jogar de cabeça, é continuar acreditando que vale à pena.
Perdoar é voltar a conviver sem medo, é acreditar que vai dar certo, sim, é tentar outra vez e outras vezes mais.
Perdoar é não duvidar jamais.

Esquecer não é o mesmo que perdoar.

Esquecer é fazer de conta que nunca aconteceu.
Esquecer é apagar a própria história.
Esquecer é desistir de quem se foi ou do que já se viveu.

Há coisas que não se esquece, mas com elas se convive, porque se perdoa.

⁠EU EM UM POUCO DE MIM

Todo dia,
Solidão
Reclusão.
Um infinito de mim
Dentro de um espaço
Que não cabe mais ninguém,

Todo dia,
Eu e meu eu.
Nós duas:
A mulher e a menina.
Uma dentro da outra,
Apagadas e nuas
De encantos,
De recantos
E de (en)fins.

Todo dia,
Eu em um pouco de mim!

Nara Minervino.

⁠DESABAFO


Tudo o que era rotina
Hoje é passatempo.
E o que era só hobby,
Hoje é todo o sustento.
O que a nós só cobrava,
Hoje está adormecido,
E esta nova jornada
Tem a todos afligido.

Tanta coisa mudou
Nessa tão nova vida,
Nova vida que supera
Quem achava que sabia
Da vida, dos resultados,
Dos problemas, das soluções.
E, agora, é por demais tarde:
Estão acordados os vulcões.

De chamas inquietantes
E labaredas intensas,
Incendeiam a nossa paz
E à liberdade afugentam.
As fortes chamas de fogo
Queimam os olhos meus,
Fazendo a mim aos irmãos
Corrermos em busca de DEUS.

Por que um vírus pequeno,
À visão não importante,
Transformou minha vida
E a de tantos habitantes
Dessa casa, tão enorme
Que se destrói em guerra;
Dessa casa tão sozinha
Que todos chamam de Terra?

Meu DEUS, eu Te suplico,
Em nome dos filhos Teus:
Nos livra de todo o mal
Que sobre a casa nasceu!
Dai ao sábio inventor
O saber descobrir a cura,
Para que Teus filhos possam
Dormir numa paz em fartura!


Nara Minervino

⁠DE QUANTO TEMPO?!


De quanto tempo a gente precisa
Para entender que a vida não é um teatro,
Que as pessoas não são panos de prato
E que há sentimentos sentidos de fato?!

De quanto tempo a gente precisa
Para entender que o futuro é agora,
Que a vida não espera a boa hora
E que o tempo passa logo, sem demora?!

De quanto tempo a gente precisa
Para aprender a fazer empatia,
Para saber que nem toda dor irradia
E concluir que no sorrir não há só alegria?!

De quanto tempo a gente precisa
Para aprender a amar sem sofrer,
Para aprender a perder e vencer
E crer no dia que vai amanhecer?!

De quanto tempo?!

A vida é uma só!
O tempo também!
Por que uns aproveitam melhor
Todo o tempo que têm,
Enquanto outros sequer enxergam
As oportunidades quem lhes veem?!

Oh, quanto tempo se perde
Desperdiçando-se o tempo que não se tem!

Nara Minervino.

AH, O AMOR!


A resposta é "sim"
Para a pergunta que você não fez,
Para a dúvida que te deixa "talvez",
Para as especulações que eu montei.

Sim.
A resposta é "sim".
Nos amamos.
Nos entregamos.
Nos reencontramos.

Sim.
Foi diferente.
Foi caliente.
Foi envolvente.

Sim.
Senti desejo.
Senti remorso.
Senti medo.

Como é cigano o amor!
Como é forte o fervor!
Como indecorosa é a solidão!
Como doída é a paixão!

Nos perigos de desabrigos
Há infinitos esconderijos,
E, em cada canto (in)seguro,
Vi um passado tão maduro!

Seja amor ou solidão.
Seja isolamento ou paixão.
O que estava adormecido
Esteve hoje renascido.

E... agora... eu me culpo!
Sem ter nada a te dizer,
Contigo eu me desculpo,
Por não me ver entristecer.


Nara Minervino.

Não sou de meias-palavras.
Ou falo tudo ou me calo.
Sem essa de me afogar no raso.

Nara Minervino.

Não tem
CORONA
Nem
VÍRUS
Que nos impeçam
De amar sem
PREJUÍZOS.

Nara Minervino.

A vida, como água nas mãos, não pode ser retida.

Nara Minervino.

Às vezes, é o meu silêncio e o meu vazio que me fazem afundar no raso da minha própria ilusão.

Nara Minervino

Segue o curso do teu próprio rio, mas não se permite estar sempre à deriva.

Nara Minervino

A beleza, toda ela, é efêmera, mas tudo o que dizemos, se soubermos dizer, se eterniza.

Nara Minervino

O seu modo de ver a vida não invalida o meu modo de contemplá-la.

Nara Minervino.

As linhas contínuas, sem dúvida, dão mais estabilidade e mais direcionamento a qualquer texto, mas não significa que aquelas entrecortadas não possam conduzir também uma história firme, coerente e real.

Nara Minervino

Não importa os sonhos que eu tenho. Importa o quanto eu me empenho para vê-los realizados.

Nara Minervino