Coleção pessoal de Nanevs

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Chamado


Esse desejo incólume me persegue
Sem que eu possa detê-lo

Dizem ser pecado
Mas não posso evitar
Nada aqui me dá prazer

Se vou pagar
Se vou morrer
Se vou reviver...

Simbiose utópica
Da qual retiro o H2O

Loucura dos neurônios
Que se julgam pensadores
E no entanto...só fazem sentir

Meus olhos gulosos
Fitam a lua
Sem nada saberem

Um lado escuro
Negro e sem luz
Me chama...me chama

Talvez eu vá...amanhã
Agora preciso ir dormir...

(Nane - 04/09/2014)

"Num derradeiro e sincero pensamento
Ninguém além de nós há de saber
Que junto à mim se encerrará o gosto amargo
Do meu amor nunca poder anunciar"

Um momento só

Deixa esse olhar
Cruzar meu mar
E me encontrar

Deixa essa voz
Dizer baixinho
O que faz sentido

Pouco importa
A indiferença
De quem pode ouvir

Diz apenas
O que me disse
Quando me quis

Se ilusão ou enganação
Interessa não
Estive um dia no seu coração

Um momento só
Eternizado
Te sou fiel

Custa-me a vida
Que sem você
Se faz a morte

Sou o que sou
E o resto não importa
Ainda que me ignore

(Nane - 30/08/2014)

protótipo de mim

Ser forte
Seguro
Ser que temem
Invejam
Ser que pensa
Resolve
Ser que respeitam
Escutam
Ser que sabe o que fazer
Ampara
Ser que abraça
Protege
Ser quase supremo
Altivo

Ser tão fraco
Perdido
Ser que grita
Em silêncio
Ser com a mente voltada
Num só propósito
Ser que pede socorro
Sem que escutem
Ser que caminha sem rumo
Abismo
Ser que pede carinho
Mas se fecha
Ser pronto para não ser
Mais ser nenhum

(Nane - 03/09/2014)

Noite longa

Noite vazia e escura
Não sei se chove ou ficam as estrelas
A noite fria prenuncia a escuridão
Da treva no meu quarto

Um vento sopra lastimoso
Assoviando melancólico
Lá fora um silêncio pesado
Faz sinfonia à minha sina

Não tem luar nenhum
Não ouço voz alguma
Recolho-me na solidão
Que preenche o meu vazio

Pingos de chuva no telhado
Um celular emudecido na cabeceira
Um olhar umedecido e destorcido
Temporal de lágrimas escondidas

Deixa chover dentro de mim
Deixa limpar meus sentimentos
Quando a noite terminar
Talvez outro dia renasça...

(Nane - 03/09/2014)

Silêncio sombrio

Uma única vontade
Nas sombras da lua sob as núvens
Sombria e sem limiar
É tempo de espera
Portas cerradas
Calor incômodo
Nada importa
Faço das sombras
Espectros lunares
Desenhados na imaginação
Do meu cérebro ainda pulsante
Se confrontando em raios
Feito tempestades de verão

Passa o tempo
Que enfraquece o colágeno
Pressionado pelo fumo
Exposto no espelho
Onde a pele acinzentada
Se dobra em rugas
Delatoras em excesso
De uma idade mentirosa
Que nem sei se é pra menos
Mas que parece bem mais
Ressecada pelo álcool
Lagartixando sob o sol
Mais um dos meus prazeres

A contenda que me resta
Me deixa sem perspectivas
Nada quero além disso
Só ver passar o tempo
Sem com mais nada me preocupar
Além do que está por vir
Quando meus olhos se fecharem
E não mais se abrirem
Ficará uma só certeza
Num derradeiro e sincero pensamento
Ninguém além de nós há de saber
Que junto à mim se encerrará o gosto amargo
Do meu amor nunca poder anunciar

(Nane - 04/09/2014)

Some de mim
Me deixa assim
Visando meu fim
Manchete de pasquim...

Manchete de pasquim

Esse seu silêncio
Grita em mim
Feito badalos de sinos
que tonteiam
Desnorteiam...
Saber de você
Ainda que pouco
Traz meu norte
Piso no chão...
E o pensamento
Que viaja sem rumo
Quando te perde
Vaga no escuro...
Imagina coisas
Fantasmas telúricos
Tocando seu corpo
Chicoteando o meu...
Some de mim
Me deixa assim
Visando meu fim
Manchete de pasquim...

Restou-lhe uma tumba
De versos mal feitos
Lamentos inteiros
De pura ladainha

A tristeza do poeta

Por onde anda a poesia
Que fala de flores
E rima com a alegria
Vidas e amores...
O que foi feito com o poeta
Mergulhado na penumbra
De toscas inspirações
Sem nenhum valor...
Secou sua fonte
Perdeu seu lirismo
Deixou-se afundar
No mar de lama
De palavras profanas...
Espantou a poesia
Com seu semblante tristonho
Restou-lhe uma tumba
De versos mal feitos
Lamentos inteiros
De pura ladainha
Dignos de serem
Enterrados com ele
Na sepultura de seu quarto
Onde jaz seu fracasso
De poeta covarde
Que se deixa morrer
E mata a poesia
Com a sua agonia...

Não quero mais dizer
"Eu te amo"
Não por ter deixado de te amar
Mas para que eu possa
Quem sabe
Aprender a me amar

Aprendendo a me amar

Não quero mais dizer
"Eu te amo"
Para tentar me convencer
Que deixei de te amar
Ou pelo menos
Para que eu possa prosseguir
Sem ter que tanto chorar

Não quero mais dizer
"Eu te amo"
Preciso abrir o coração
Para que outro alguém
Tome o espaço
Agora vazio
Que ficou

Não quero mais dizer
"Eu te amo"
No afã de sobreviver
Com a ausência tão invasiva
Preenchendo todo o espaço
Me deixando em pedaços

Não quero mais dizer
"Eu te amo"
Não por ter deixado de te amar
Mas para que eu possa
Quem sabe
Aprender a me amar

Amanhã talvez
Eu consiga me achar
Me levantar
Traçar novos planos
Quem sabe
Sonhar

De novo

O que faço agora
Sem você comigo
É tanto vazio
Estou perdida
Sem saber de mim

Amanhã talvez
Eu consiga me achar
Me levantar
Traçar novos planos
Quem sabe
Sonhar

Vou levar você comigo
Por onde quer que eu vá
A vida tem que continuar
Não se pode parar
É preciso caminhar

Mas a hora é de lamentar
A solidão que ficou
A dor no coração
Chorar de saudades
E fazer samba canção

Amanhã talvez
Eu consiga recomeçar
Dar a volta por cima
E quem sabe
De novo...
Amar

Virá o dia
Em que a minha poesia
Relembrará com ternura
Nos versos que farei
Dos momentos eternizados
De um grande amor
Que se passado
Jamais acabado

Um grande amor vivido

Você se foi
Mas ficou em mim
A vida se encarregou
De separar você de mim
Deixando o seu melhor

Motivos não há para lamentar
Tristeza...essa vai passar
E o dia virá
Em que te farei poesia
Sem melancolia
Agradecendo a felicidade
Por ter te encontrado

Posto que é privilégio
De bem poucos
Ter vivido um amor
Que valesse uma vida

Virá o dia
Em que a minha poesia
Relembrará com ternura
Nos versos que farei
Dos momentos eternizados
De um grande amor
Que se passado
Jamais acabado

Eram tantas as fantasias
Que a gente se permitia
Sonhar...

Além do nosso horizonte

E quando
Nas noites de verão
A gente andava
Descalços na praia
Molhando nossos corpos
No quebra-mar
Sonhando com um horizonte
Onde iríamos nos amar...

Eram tantas as fantasias
Que a gente se permitia
Sonhar...

Onde foram parar
Os desejos loucos
Os planos traçados
De ficarmos bem
Os sorrisos soltos
Transformados em gargalhadas
Pelas bobagens que falávamos

Ah meu amor...
O vento se encarregou de soprar
Para além do horizonte
Que ousamos tentar alcançar
Todos os nossos planos
Todos os nossos sonhos
Que friamente se acabaram
Numa noite fria de inverno
Quando já não mais andávamos
Descalços na beira do mar

Falo
No meu silêncio
No meu olhar
Falo...

Palavras no olhar

Falo
No meu silêncio
No meu olhar
Falo...

E digo
Tudo o que há
Por dizer
Sem ter que falar...

E se não ouves
É simplesmente
Por não olhar
No meu olhar...

E o seu silêncio
Mais do que o meu
Diz tudo
O que eu não queria
Escutar...