Coleção pessoal de Nanevs
Expectativas
Deitei sem vontade de dormir
Mas o sono chegou sem avisar
E quando dei por mim
O sonho me embalou
Atravessei o arco-íris
Em busca do El Dourado
Onde o que contava
Era a tal felicidade
Potes e potes de ouro apareceram
Mas não os quis
Procurei em vão no meu devaneio
Pelo valor dos meus anseios
O ouro de tolo jorrou
No sonho que não sonhei
Tentei fugir da minha realidade
Mas sonhei que estava acordada
Todas as minhas expectativas
Deixei no sonho que não sonhei
Tentei fugir do mundo
Mas a vida continua...
(Nane-07/11/2014)
Onde está
Onde está a sua mão
Que me acostumei a segurar
Nas horas de aflição
Onde está seu ombro
Que me servia de conforto
Quando eu me apavorava
Não sinto mais o calor do seu abraço
Nem vejo a luz do seu olhar
Por onde você está
Onde está você
Que esteve ao meu lado
Por todo esse tempo
Quando mais precisei da sua mão
Quando mais precisei do seu ombro
Quando mais precisei do seu abraço
Quando mais precisei da sua luz
Quando mais precisei de você
Me sinto só...
Numa nova estrada
Amor maior não houve
E sei, não haverá
Mas é tempo de seguir em frente
Mesmo sem ter você
A vida não permite parada
É uma pista de alta velocidade
Parar é sinônimo de acidente
Há que se ter postura de vencedor
Você será sempre a lembrança
Do melhor que o amor pode ser
Viverá eternamente em mi'alma
Enquanto ela (é imortal) existir
Mas agora tenho que seguir
Rumo a minha própria vida
Pelas curvas do meu destino
Na estrada que me foi destinada
Só saiba que eu vou te levar
Por onde quer que eu vá
Se nossas estradas (de novo) vão se cruzar
Só o tempo dirá
Mas vale o que ficou
Um amor assim não se acaba
Quem sabe se numa outra estrada
Caminharemos de braços dados
Por tudo isso acredito
Que amor maior não houve
Resta seguir em frente e aguardar
a hora de te reencontrar
Um dia difícil
Num céu azul de carneirinhos
Vou contando quantas formas
Passam por meus olhos
Nessa tarde de primavera (verão)
O som do celular me tráz de volta
Ao sol escaldante que bronzeia minha pele
E parece torrar meus neurônios
No choque térmico da notícia
A voz do outro lado engasga
A minha se cala...emudece
O suor salgado respinga dentro do olho
Que arde feito fogo no coração
Em segundos revivo uma vida
Repenso alguns valores
Desfaço de outros
Entonteço
O cérebro frita sob o sol
Um frio invade a alma
Os carneirinhos se foram
O céu está nublado
No peito, algo incomoda
Uma pressão que não passa
O celular se calou também
E eu...fraquejei
Ainda torpe, sigo em frente
O dia já se despede
O crepúsculo se aproxima
Enquanto a alma se agiganta
Feito uma galinha choca
Aninho os pintinhos sob as asas
Cansadas e pendentes
Vamos descansar....
Mais uma noite
Nas sombras da noite
Refaço o dia passado
Revejo todos meus atos
E imagino o que poderia ter sido
Me deixo levar pela imaginação
Sonho com o que não tive (ou não fiz)
Aperta uma dor no coração
Enquanto o dia se aproxima
No quadrado do meu quarto escuro
Uma canção fala com tristeza
De um amor não concretizado
Feito o meu que já foi o seu
Escuto com atenção e me pergunto
Onde foi que te perdi
E vem em meus ouvidos a tua voz fria
Me perguntando se um dia eu te tive
Fecho os olhos, tentando adormecer
Mas tua imagem teima em aparecer
Feito um fantasma me assombrando
Em plena madrugada
Rezo à Deus para tirar você de mim
E o meu martírio ter um fim
A droga é que não sei rezar
E ele parece não me escutar
Posso ouvir tua respiração
Escutar tua gargalhada
Tudo isso dentro de mim
Quimeras...ilusão
Os primeiros raios do sol
Apontam em minha janela
O cansaço vence minha resistência
Vou dormir e sonhar... com você
Mea culpa
Na madrugada silenciosa
Teus gemidos sobressaem
Tuas dores se agigantam
Teu corpo reclama
Ah velha senhora
Dona de tanta força
Doi mais em mim as Tuas dores
Pode acreditar
Minha impotência neste instante
Faz de mim covarde
Finjo não acreditar
Nas dores que te consome
Choras silenciosa
Contendo as lágrimas teimosas
Sedo-te com analgésicos
Correndo todos os riscos
A sapiência do tempo
O torna frio e cruel
Sufoca-me a culpa por me flagrar
Desejando o teu descanso
Teu Deus tão soberano
Sabe o que tá fazendo
Eu, na minha ignorância
Perco a paciência
Vamos velha senhora
Encarar mais uma noite
Onde todos os gatos são pardos
E nós duas...companheiras
É seu
É seu o meu amor primaz
Que me faz ser quem sou
E me permite viver
É seu o meu amor maior
Que move todos os outros amores
Viventes em mim
É seu o amor delirante
Que faz ferver meu sangue
Enquanto percorre minhas veias
É seu esse amor tranquilo
Que me envolve em mansidão
E se torna inspiração
É seu esse amor que ilumina
E acende a luz do meu viver
Como o sol que faz brilhar o dia
É seu esse amor que faz da noite
A hora em que toda a magia
Te faz ser minha mais linda poesia
É seu esse amor que impulsiona
E me faz ser poeta
Em meio a tantas dores
É seu esse amor que incendeia
Num simples piscar dos seus olhos
Provocando meus instintos
É seu esse amor suplicante
Que implora pelo som da sua voz
Sussurando em meus ouvidos
É seu esse amor incondicional
Que não se importa por saber
Não ser meu o seu amor...
Brincando nas estrelas
Caminho sem pressa nenhuma
Pelo rastro de luz da lua
Sem uma direção determinada
Brincando com as estrelas
Em cada uma delas
Um pedacinho de você
Vem brincar comigo
No frescor da noite enluarada
Seus olhos piscam diferenciados
Em meio a constelação de capricórnio
Enquanto os meus, em virgo
Se fecham para contar o 21
Você bem que tenta se esconder
Mas se destaca entre as estrelas
E eu corro para o seu abraço
Sem medo de te perder
A fase não importa
Se cheia, minguante ou se nova
É crescente sempre o meu amor
E por ele vou sempre ao céu
Somos crianças e amantes
Brincando e nos amando
Na minha insana poesia
Que me permite ter...Você
Nerd estina
Baiana de óculos
Olhar fixo em um ponto qualquer
Pensamentos fervilhando
Solução encontrada
A poesia é seu lazer
A cultura seu habitat
A beleza sua natureza
A precisão sua decisão
Baiana dos Orixás
E de todos os santos
De fé inabalada
No rosário da virgem
Baiana perfeita
Com todos os defeitos
Sou fã de carteirinha
Da nerd da Bahia
WhatsApp
Venho te olhar a todo instante
Em busca de um sorriso
E no teu silêncio estático
O meu...sente o salgado molhado
Tão perto de mim...
Nunca ao meu alcance
Tão distante
Tão dentro
As vezes sinto o teu olhar
Mas nunca soube definí-lo
Por vezes tão carinhoso
Por outras tão gélido
E mesmo que não venha te olhar
Te vejo em todo canto
No céu em forma de estrela
No mar em forma de imensidão
No final do meu dia
Foi tão pouco o tempo
Para os tantos sonhos que vivi
Nos pensamentos com você
Mas o teu silêncio estático
É meu maior martírio
E eu sigo vindo te olhar
Sem nada mais esperar
Poeta Obsoleto
Era só um poeta
Medíocre, de rimas pobres
Em poesias profanas
Para a musa idealizada
Se achava o tal
E era feliz em seu mundinho
Bastava-lhe o amor
Da que lhe dava inspiração
Mas seus sonhos ruíram
Implodidos num conto
De um infante contador
Infanto juvenil
O bom moço contador
Com porte de príncipe
Profanou todas as poesias
Do poeta cabisbaixo
Abandonou-lhe a inspiração
E a musa encantada
Pelos contos estampados
No peito do contador
Sem mais forças pra rimar
O poeta ultrapassado
Silenciou a poesia
Restando-lhe chorar
Suas noites insones
Outrora rabiscadas
Agora são testemunhas
Das lagrimas derramadas
O infante conta a alegria
Com mistérios e magias
Enquanto o velho poeta
Obsoleto, vê nascer o dia
Sem amor e sem humor
Silencia sua poesia
Para que não nao revele mais a sua dor
Em palavras rimadas e escritas
Viajantes
Tem tantas luzes lá fora
E no entanto me acostumei à penumbra
Elas (as luzes) me irritam os olhos
Cegam-me o olhar
O egoísmo me fez refém
Não me importo com nada e nem ninguém
Minhas lágrimas não se fundem com outras
E meu sorriso é contido...sumido
Acostumei-me com minha solidão
E as pessoas me incomodam
Houve um tempo em que as flores e os bichos me encantavam
Agora não mais...não mais
Não há mais espaço para lamentações
Não há lugar para expectativas
A praticidade virou meta
Pouco importa o que dizem (ou pensam)
A vida é bela sim
Mas não pra mim
Não gosto dela
E nem ela de mim
Nos suportamos como viajantes
Presas numa mesma poltrona
Aguardando o ponto para dar o sinal
No desembarque fatal
Lá fora tem um céu cheio de estrelas
No meu céu...só a escuridão da noite
Mas eu gosto da noite
Mas eu gosto da penumbra...
Amor eterno
Te vi assim
Tão sublime
Tão fatal
Tão em mim...
Refiz em mim
Todos os sentidos
Que pensei perdidos
Ou mesmo nunca nascidos
E foi você
Quem despertou em mim
Entre o desejo e a paixão
Um grande e derradeiro amor
Fórmula de viver
A vida te ensina
As mazelas da vida
Em cada esquina
Uma vertente perigosa
Segue teu rumo
Sem temer a morte
Porque ela espreita
E nos faz refém
Viva cada dia
Como se outro não houvesse
O amanhã é incerto
O hoje...presente (de Deus)
Sorria, ainda que banguela
Dos desatinos do destino
Perdoe teus perseguidores
Desate teus nós
A solidão é tua casa
Ninguém é de ninguém
O pó é teu destino
A soberba a armadilha
Viva sem desculpas
Todas as tuas culpas
Deixe viver sem preconceitos
A vida do alheio
A vida me iludiu
Com a realeza na infância
A vida me mostrou
A dura realidade
Aproveite cada instante
E viva intensamente
O amanhã é uma incógnita
Sem fórmula definida
Um pedido
Ah, te peço
Não me deixe tão só
Sou menina
Me dê a tua mão
Viajo no teu espaço
Vivo no teu seio
Respiro no teu ar
Sem ti...sou meio
Ah, te peço
Não me deixe tão só
Um só (teu) sorriso me basta
Não desfaça os meus sonhos
Basta um (teu ) estalar de dedos
Para que meu sorriso aflore
E o meu dia mergulhe
Na claridão do sol
Ah, te peço
Só um oi, mais nada
Para que eu saiba que pensas em mim
E que nem tudo teve fim
Te esquecer é impossível
Viver sem ti, um suplício
Te ver e te saber com um outro amor
É arder no inferno sem morrer
Ah, te peço
Só um pouco de carinho
Para que eu possa sobreviver
Mesmo sabendo que nunca terei...você
Noturno
Outra noite chegou
Lá fora um frescor
Aqui dentro...tensão
Na incógnita noturna
Uma dormência intranquila
Pautada nos fantasmas da noite
Obscura e escura
Num medo infundo
Uma palavra escrita
Outra chamada
Meu nome...meu nome
Sou filha, sou mãe
Sopra uma brisa
Ainda quente
Pela janela (aberta) da sala
Contrastando com o calor do quarto
Segue a vida
De tantos lá fora
Segue a sina
De nós duas aqui dentro
É quase madrugada
No ar um medo da "sorte"
Todos os gatos são pardos
Na escuridão da noite
Amanhã o sol há de brilhar
No meu despertar
Tomarei a benção
Durmamos com Deus
Pássaro pluma
Pássaro pluma
Pronto para alçar voo
Preso nas amarras
Do ninho matriz
As dores supremas
Assoviadas num canto
Que encanta melancólico
Seu canto primaz
Voar ou não
Por sobre o arco íris
Cantando livre
Sem amarras nenhuma
Pássaro ferido
Tanto tempo engaiolado
Seu voo de liberdade
Bate em sua porta
Voe sem culpa nenhuma
Rumo ao horizonte
Refaça seu caminho de volta
Ao seu tempo de bonança
O ninho está vazio
Seus ovos bateram asas
Voe liberto de tudo
Rumo ao espaço sideral
Voe pássaro pluma
O infinito te espera...de braços abertos
Reis e rainhas
Tantos meninos
Tantas meninas
Crianças inocentes
Num mundinho tão simples
Miram o mar
Brincam de navegar
Correm ao vento
Sem preconceitos
Contam estórias
De faz de conta
Acreditam nas fadas
Guardam os dentinhos
Pulam as estrelas
Sorriem com o sol
Apagam as luzes
Da lua cheia
Tão bom ser criança
Tão bom ter esperança
Acreditar no papai noel
Pensar que o limite é o céu
São reis e rainhas
Encantando seus súditos
Com artes e estrepolias
Tesouros dos pais, avós e tios
Tão simples a vida
De felicidade plena
Tão sábias crianças
Deliciosas lambanças...
Perdão
Perdoa
Esse amor insano
Que por uma mentira
Tornou-se gigante
Perdoa
Se nunca fui quem disse
E no entanto sou quem fui
Na minha própria imaginação
Perdoa
Se em meus devaneios
Te sufoco e te cobro
O que não me é de direito
Perdoa
Se choro ao te lembrar
E nunca te esqueço
Em todos os meus instantes
Perdoa
Se te amo sem medidas
E não meço meus limites
Invadindo teus espaços
Perdoa
Enfim, meu desatino
Que por força do destino
Prendeu-se e perdeu-se (à) por você
(Nane-13/10/2014)
Dá-me o teu amor
Dá-me o teu amor
Ainda que por meros instantes
Tão preciosos
Dá-me o teu amor
Não é ele só meu
Que importância tem isso
Se minhas entranhas te querem
Sem motivo algum
Nas noites em que não durmo
Seu nome e sua imagem
Desfilam em minha mente
Feito bálsamo relaxante
Dá-me o teu amor
Sem interesse algum
Sem toque nenhum
Apenas em teu olhar
Dá-me o teu amor
Para que eu não morra
Nada peço que não não dou
Só a quimera da ternura em teu olhar
Dá-me o teu amor
Tatuado em forma de flor
Na alma de minha vivência
Na prova final da minha dor
Dá-me por caridade o teu amor...
{Nane-12/10/2014