Coleção pessoal de nandhafranklin
Sou "guardadora" do incompleto.
Coleciono histórias, contos, poemas e
livros que nunca terminei.
Estão todos pela metade,
guardados onde nem sei.
O incompleto é essa peça rara,
componente de mim.
É a beleza do imortal,
do que não se conclui porque não tem fim.
Mas daqui para frente é com o futuro, com
os pedaços que há de vir.
Quanto as minhas metades, deixei o vento levar.
Elas são sementes, que solo puro, há de cultivar.
Agora é com o futuro,
com o adubo que há de fortificar,
com a chuva que há de vir,
e com o sol que há de brilhar.
Eu sou metade de todos,
de quem foi e de quem quis ficar.
Sou semente com tempo certo para germinar.
Agora é com o futuro. Tenho que esperar.
E quem sabe o solo seja fértil,
o sol seja sensato,
o clima propício, chuva corriqueira.
Quem sabe de metade, eu não passe a ser inteira!
(Grãos ao vento/ Fernandha Franklin?
Há quem diante de qualquer adversidade, diga que a vida é injusta, mas injustiça mesmo, é a gente chamar de problemas aquilo que alguns chamam de degraus.
Quando você não se cura das armas que te feriram, você se torna uma nova arma que irá ferir outras pessoas.
Existem 2 tipos de pessoas: As que não confiam em ninguém, porque já foram enganadas, e existem as que não confiam em ninguém, porque são elas que enganam.
Nós gastamos tanto tempo com coisas pequenas. E o tempo fica ali naqueles minutos e horas faxinando a casa, decorando a sala com adornos mais exclusivos que a do amigo que chegou de Miami.
O tempo fica ali na linha que não entra no buraco da agulha, nos laços de fita francesa das cortinas importadas, nos movimentos das roupas dobradas, passadas, guardadas e separadas por cores.
O tempo fica no romance que não morreu, quase nasceu, mas nunca existiu.
O tempo fica no espelho enquanto pensamos sobre como causar boa impressão naquele evento, naquele encontro, naquela entrevista.
Nós gastamos uma vida inteira se preocupando com coisas pequenas, da maneira errada.
As coisas pequenas não são pequenas, apenas estão disfarçadas de irrelevância.
É possível que um dos segredos para se viver com mais empatia, mais felicidade e mais amor, seja fazer exatamente todas essas pequenas coisas...
mas ao invés de focar em satisfazer os outros olhos, mirar em transbordar nossa própria alma, das ações que realmente queremos conceber.
Talvez a vida seja sobre lavar, dobrar, passar, escolher, costurar, guardar e consertar ... o nosso EU, antes que as coisas que eventualmente usamos.
(Restauração/ Fernandha Franklin
Antes ser "rico" tendo em falta apenas recursos financeiros, do que ser alguém "pobre" tendo na vida, apenas dinheiro.
Acredito que nada chega até nós, por acaso. E se parece acaso, é porque não soubemos perceber a grandiosidade do que chegou.
A felicidade da infância está em não acreditar no impossível.
A felicidade de ser adulto, está em não esquecer como se é criança.
Você não entende muito bem o que é a morte, até entender o que é a vida.
Até entender que fama ou anonimato, riqueza ou pobreza, beleza ou feiúra, bem ou mal, não fazem a menor diferença.
Um dia você acorda, segue sua rotina normal e de repente algo acontece. Uma tempestade, um mal súbito, uma bala perdida, um cadarço enroscado, um sinal vermelho ignorado.
Sempre há um motivo por trás de um adeus.
Talvez a desatenção em olhar o sinal, talvez a tentativa de salvar outra vida, talvez o desejo em realizar um sonho, talvez a pressa, talvez uma doença, talvez o sono, talvez um amor.
Nós nunca saberemos sobre os minutos e os segundos que antecedem um adeus. E é por não compreender a partida, que dizemos apenas: "Vá em paz... Vá com Deus".