Coleção pessoal de nanacae

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O ser de cor aguada
Saudade insana
Criou o câncer nas palavras

Elas então agora se multiplicam
Loucamente
Como o produto da reação
Do sentir

Antes de partir
Parto meu coração
Nas tuas mãos


Porque quer


Por que não vem

A saudade me mostra de fato como aperta-se um coração.



Você está aí


Por que não está aqui

A distância me mostra como é massacrante sentir saudade

Difícil caminhar
Arrastando essa pesada mentira

Carregando tanta verdade alheia

A liberdade encontro pelo conhecimento
A definição apenas limita

A cama
Sem lençol
A agonia
Da espera não desejada

Todos ficaram em minha casa
Mas eu não estive ali

O medo do pesar sublimando a mente

Mente
Engana

Mas não volta mais aqui

Por que as pessoas acham que a vida pública
Mostra como é a vida particular?

Não mostra nada!

Ela esconde tudo.

A expectativa só se transforma
Em desapontamento
Então prefira nem tentar

A sensação está começando a voltar
Estamos ficando mais velhos

Mostrando a Cara
.

Contradição forçada á minha ruína

Não possuo mil faces
Apenas uma ilusão

Jogo meu jogo
Sigo minhas regras
Sem nenhuma antemão

Apenas um depravado egoísmo
Promovendo desejos

Ironizando meu coração

Não fale de você
Usando sempre a terceira pessoa
Fugindo dos medos

Acho que entrei na categoria
De sofrer da "moral"

Outras

Penso que meu sofrer perdeu a alma

O tempo não existe
O que importa é o fluxo da consciência

Troco os dias pelas noites
E as noites por coisa alguma

Furo os olhos dos meus desafetos
Repudio tuas fraquezas de caráter
Piores que a de um cão

Não pense que vou ficar no chão
Olhando para você
Sentada
Esperando suas quedas
De braços abertos

Só pra te acolher

Essas coisas que te agradam
Também podem te machucar

Desça do muro
Saia daí antes que caia
E seja tarde demais

Estou disfarçando...

Mas não espere que eu me torne seu palhaço
Te vigie dos tão previsíveis percalços

O tempo é uma vassoura
Velha
De palha
Que leva pensamentos e acontecimentos
Bons e ruins

E às vezes é preciso se transformar em bruxa
Mesmo que seja a ponto de desvanecer
É necessário subir nesse veículo de madeira
E sumir pelos ares

E eu lembro de tudo


Porque sou apenas uma pseudo desmemoriada
Que finge esquecer coisas
Só pra não sofrer descaradamente

Na frente de certas pessoas

As vezes bate um vazio
Mentira
Na verdade o vazio que bate em mim


E não há nenhuma técnica marcial
Que me faça revidar
Não com a tamanha força que ele me atacou

As decisões
Pesam como chumbo
Nas sacolas que amarrei
Com corda firme
Aqui
Em meu pescoço

E os nós de tão cegos
Não podem mais pra nenhum lado olhar
Não enxergam então quais amarras são as frouxa