Coleção pessoal de nanacae
Agora não tem mais volta
Embaralhou as cartas
E o meu bom senso
Tire o que tiver pra tirar das mangas rápido
Por quê estou observando seus movimentos
Nem tente roubar
Você de maquiagem pesada
Tenta disfarçar
Com lápis de olho super marcado
Pó compacto
Amassa a esperança
Entre a pele
E a paixão
Em meio a tanto amargo
Sabe que precisa jogar um melzinho na tua boca
Mesmo que junto com o doce
As abelhas acabem indo de brinde
Picando teu corpo
Inchando tua garganta
Só pra te dar aquela sensação de
ai meu deus estou gorda
Pura insegurança ensaiada
Você entrou na metamorfose do felino
Agora se diverte
E entristece da mesma forma
Quando finca suas garras em meu pulmão
Assim não dá pequeno leão
Não consigo
Não entendo a dinâmica do estranho imã entre nós
O azul é deprê pobre criança
Quando pro claro remete ao céu
Logo só significa distanciamento
E quando tende pra tonalidades mais escuras
É meio triste
Morto
No estilo bem down
Descobre-se então que até as cores estão contra ela
Não fique perguntando sobre personalidade
Não fique perguntando o que por dentro deve sentir
No fundo há apenas osso
Não passo de carne vermelha e quebradiço osso
Pisa
Na pele
No Terno
No tenro olhar
Paga
O drink
Motiva a ida pro motel
Motiva
A entrada
Fundo em você
O sangue não é vermelho
Muito menos azul
Suas veias tem a cor da literatura
Tem que existir alguma paixão
Mas por enquanto nada sabe
Se a culpa ela que inventou
Ou foi apenas eventual
O Metal Que Não Corrói
.
A garota olhou pra gaiola e perguntou:
Pra quem você fala a verdade?
Quem realmente conhece sua verdade?
O garoto pro pano que cobria a gaiola indagou:
Qual é o segredo dessa prisão?
O que se esconde por trás de tanta ironia de seda?
Talvez ela não saiba quem é
Quem sabe nem vê as grades que possui
Que o insensível não a segure mais...
Criar personagens é fácil
Encenar já vem de um dom bem mais amplo
O qual pode-se forçar a ter naturalmente
Entretanto no fim
Eventualmente o ator pode se perder em si
E quando o álcool bate na sua cabeça
Bate preciso
Chega
Não apenas de uma só vez
Mas em todos segundos
Tortura contínua
Tontura francesa-latina
E eu te sigo nesse compasso de 360 graus
O giro não me derruba
Ela não quer progresso
Regredir já estaria de bom tamanho
Mas as vezes até mesmo voltar para onde tudo começou pode ser complicado
Olha para pele
E pela de medo
Fulmina raiva
Tenta se convencer que será pela última vez
Dorme com o peso
Da escuridão das palavras
Tampando os poros
Tingindo diariamente sua efusiva pessoa
Que de eufórica possui apenas a mente
A cabeça quando inquieta
Não pende apenas para uma vertente
Joga nos dois times
Dança que nem valsa
Pra lá e pra cá
No maniqueísmo
Parece barata tonta
Corre para todos os lados
Exerce sua obsessão de observar e inventar
Num tiroteio criativo
Salva e fere as idéias
Das bonitas, agridoces até as mais escrotas
Fico a ver navios
Aqui
Navegando
Dentro de mim
Crio personagens para cada embarcação
Os faço chorar quando quero
Não costumo os consolar
É terrorismo mesmo
Tortura na busca de inspiração
Tenho que dar um puxão de orelha é nas palavras
Soltas
Se espremendo
Empurrando
Uma a Uma
Em água corrente
Afogo-me
Mais e mais
Bem aos poucos
Só eu sei como esse líquido de rimas incomoda.
A pressa me domou baby...
Com rédeas almofadadas e curtas
Quanto mais ela puxa
Enforca
Sinto um grande conforto
Corro
Gosto
Fecho os olhos de tanto rir
Meio boba
Por completo feliz
Indo apenas em sua direção