Coleção pessoal de naianabbrum

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Pra alguma coisa cair é preciso que ela tenha estado no alto. Pra alguma coisa estragar, é preciso que ela esteja boa antes. A economia tá ruim? É porque em 13 anos melhorou muito. Aconteceu de desencadear uma série de má gestão e ainda por cima, parece que a natureza também resolveu se zangar com o Brasil. Não bastando o aumento de tudo perecível, parou de chover e consequentemente faltou água que consequentemente afetou a energia. Natureza ruim, né? Governo ruim, não é? E ainda assim me vejo melhor que nos tempos de Fernando Henrique, onde eu vivi e ninguém me contou. Lá também faltou água, também faltou energia, a gasolina era "barata" comparada a hoje em dia, mas só rico tinha automóvel. A saúde também era precária, a educação nem se fala, era segregada. Governo corrupto, não é? E eu sou obrigada a ver diariamente a falta de caráter de um povo que senta no banco preferencial dos ônibus sem necessidade, só "porque estão cansados"; ou que contam com orgulho que entraram na fila para gestantes "só pra não perder tempo", e adoram dar o jeitinho maroto, brasileiro. E mentir e roubar e xingar um superior, trapacear e chegar atrasado em qualquer compromisso e falta de ética, de ordem, de disciplina por todo lado. Povo bom, né? Não merece isso, não. Vamos lutar pelo impeachment da presidente e daqui 20 anos elegê-la como senadora, porque somos um povo inteligente.

Osho dizia que as diferenças aumentam as divisões, as desigualdades, as guerras. E faz todo sentido pro resto do mundo. Mas como igreja, entendo que as diferenças fazem um corpo. E que num corpo existem vários membros com diferentes funções. Mas o mais importante é que um depende do outro. Não se vê um coração andando por aí sozinho. O que Osho sabia sobre diferença?! Bobagem. Parece uma parábola e eu não vou ficar explicando, mas o que quero dizer é que por mais diferentes que sejam os caminhos que tomamos, sei que em algum lugar da vida, eu vou sempre precisar de quem já faz parte de mim.

Voa, mas quando chegar a hora, volta.

Hoje, eu entendo a diferença entre gostar de alguém ou usar esse alguém pra coçar seu ego. E nem to falando de amor, porque não cheguei nesse ponto ainda. To aprendendo o que é gostar agora. É tão verdade isso que os mais velhos repetem massivamente, sobre gostar de si mesmo antes de gostar de outra pessoa. Porque quando você não entende o amor próprio, é tudo desequilibrado. Você gosta mais da pessoa do que ela de você; ou gosta mais dela do que de si mesmo. A clássica desarmonia. E nem vou mencionar o fato de alguém, muita vezes, gostar de você e você não dar a mínima importância, porque entraria no mérito: atraímos aquilo que somos e fazemos. Gente doente só atrai gente doente. Problema atrai mais problemas. Ou aquele lance do carma (pra quem acredita) porque eu acredito na justiça divina. Hoje, eu vejo a diferença entre "esse não deu certo, próximo" para "eu não mereço essa situação, vou dar um tempo pro coração". Quando você gosta de si mesmo, é difícil se conformar com qualquer coisa que não seja pra você.

E ninguém leva muito a sério quando eu conto que minha cor favorita é marfim. Bege, marrom claro, amarelado, envelhecido. Ninguém enxerga beleza nessas cores sem expressão, mas são minhas favoritas. Cansei de mentir quando me perguntam e responder que gosto de preto, rosa ou vermelho pra ser entendida e não ter que parecer sempre tão fria ou impessoal. Eu gosto mesmo é de marfim. Gosto de fotos em sépia, iluminações destemperadas e decorações minimalistas. Eu amo o pôr do sol, porque tem aquela cor alaranjada que ofusca o azul que faz no nascer e deixa infinitamente mais bonito. Talvez isso fale muito sobre minha personalidade. Mas não remonta a arte que eu pinto. Não faça descaso da minha cor, dizendo que sou distante e cômoda por gostar de bege ou o cinza da chuva. Eu vejo beleza e pra mim tá bom. Quem só gosta de azul nunca vai entender porque alguém gosta de amarelo.

Vejo muita coisa, não falo metade. Sentimento de que se eu começar a abrir a boca, cai a Babilônia pra muita gente.

Ele lê Carpinejar, eu leio Vinicius de Moraes. Na verdade, ele nem é de ler. Lê quando não tem nada pra fazer e quer falar bonito no facebook, parafraseando, sonetando distante. Longe de ser o cara que eu sonho. Mas sonhar pra quê? Se eu viajo vendo ele falar sobre as teorias de Newton e questionar o cálculo da curva da parábola. E falar sobre a mecânica dos fluídos do equilíbrio estático estudado pela hidrostática. É bonito que só o jeito que ele fala. Quando fala, porque é de poucas palavras. E eu entendo, ou quase, porque ele é irritantemente mais inteligente. E eu nem sou de rasgar seda pra ninguém. Demorou um tempo pra eu admitir que ele é realmente tudo isso que eu to falando. E ele é. O rapaz tem 46 cromossomos sozinho. Ainda por cima trata bem a mãe, a avó e todas as mulheres da família dele. Minha mãe diz que homem assim dá bom marido. Mas não é príncipe encantado, não. Fala grosso, fala alto, olha feio, puxa pelo braço. Tem atitude, chama responsabilidade, admite quando erra (e erra muito). Coisa de homem em extinção. É o baixinho mais invocado que eu já conheci. Às vezes me dá medo, porque gente quieta demais é perigosa. Ele é fogo, e eu sou pólvora negra. A gente se explode. E não é de "pegar fogo" no sentido poético da coisa, é de tiro trocado mesmo. Toma lá dá cá. E ele do alto da sua serenidade, fica todo irritadinho quando eu falo com sarcasmo e cheia de mistério que tenho meus segredos também. Fala que no começo gostou do meu jeito discreta e séria; pra dentro, um pouco indiferente, com ar de quem apronta. Mas foi só no começo. Enquanto se mostrava, esqueceu que eu era igual. Um pouco menos, é verdade. Menos inteligente, menos cromossomos, menos homem, mas igual. E enquanto ele lida com a ideia, eu to em outra. Porque ele parece o homem perfeito, mas tem uma fraqueza. Todo mundo tem, eu sei. Mas eu descobri a dele. Me senti meio Dalila cortando o cabelo de Sansão.

Pra quem sabe esperar: o mundo dá voltas.

Ás vezes, a gente vai atrás de olhar coisas que nos magoam. E a gente fica olhando e olha mais um pouquinho, só pra ter certeza que machucou mesmo.

Eu sou todos os clichês reunidos. Sou todo comum do mundo e tem gente que me acha complicada. Complicado é eu ter que me desembolar pra ser entendida toda vez. Quem quiser saber dos meus gostos, vai ter que chegar bem perto. Não dá pra me adivinhar. Não sou uma foto, ou música, ou um filme. Não sou minhas redes sociais. Não sou um dia de amargura, nem o dia da euforia. Não sou página, nem livro, nem tem isso de capa. Sou um ser humano e não quero ser lida, vista ou estudada. Como disse Clarice: "Me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca." Então, eu sou o risco que se corre.

Muita gente dando o que não tem. E haja vazio e falta de amor-próprio. Haja silêncio depois que a música para de tocar. Haja solidão depois que os "amigos" vão embora. Haja arrependimento e tristeza e vergonha. E haja Deus pra consertar, sarar, restaurar e devolver aquilo que nós entregamos a gentinha-sem-importância, quando não tínhamos nem para nós mesmos. Mas haja Deus sobre tudo, porque Ele é o Único que ainda vê solução pra meio mundo que anda arrebentado. Eu, sinceramente, já teria desistido de muita gente. Mas Deus vem e me fala que algumas pessoas ainda valem à pena. Yahweh!

Eu até simpatizo com quem não tem medo do ridículo. Mas gostar, não. Geralmente quem não tem medo, beira o ridículo. Aí é quase a mesma coisa. E não que eu tenha nada a ver com a vida de ninguém, é só que eu acho meio contagioso. Até pra você transmitir empolgação para a outra pessoa, é necessário ser um pouco, ter um pouco do que você não tem. E ridículo não! Dizem que os opostos se atraem, mas eu sou na minha e prefiro mil vezes quem é na sua também.

Muita gente com o termômetro quebrado pra pessoas. Não se engane com a quantidade curtidas e notificações. Não se iluda com as porções de elogios, nem com as bajulações. Nem todo mundo que te deseja felicidades quer realmente teu bem. Nem tudo o que é ruim vem te avisando de antemão que é pra arrebentar você. "O mal mora ao lado" já dizia um sábio. E mora do ladinho mesmo. Vem disfarçado de amigo, colega, amor. Vem com carinho e cuidadinho. Chega na forma de pergunta, dúvidas, ponto de interrogação pra todo lado. Vem na forma de notícias, intrigas e divisão. Não entregue sua confiança assim, pra qualquer um. Não deixe a carência tirar sua visão, seu bom senso. No fundo, a gente sempre sabe quem merece ficar.

Desaprendeu a olhar com carinho pras coisas boas da vida. Raiva dessa tal de decepção que deixa todo mundo insensível. Mas faz assim: pára de se gastar com qualquer pessoa. Sei que isso é mágoa, mas ela não passa, ela junta, ela cresce. Busca o equilíbrio da alma e não dá mais do que recebe, se não chega uma hora que falta. Faz falta seu olhar de entusiasmo.

Menos "eu acho" para o que não se entende.

Sou uma curiosa por natureza. Eu fuço, mexo, vasculho, pesquiso, ouço, toco. Mas tudo tem um limite e o limite é traiçoeiro, porque é uma linha invisível entre o senso crítico e a personalidade própria, a auto avaliação. Ouvir porque estão todos ouvindo, pra decidir se eu também gosto. Não pode ser jamais, fazer porque estão todos fazendo. Sem justificativa nenhuma. Sem um pouco de mim naquilo. Tem coisas que eu sei que não devo fazer mesmo que outros façam. São caretices minha mesmo, porque as pessoas tem esse conceito errado de que pra viver é preciso se gastar. Não vejo onde isso é viver, mas enfim... que as experiências dos outros nos sirvam de exemplos e que nem toda prática nos leve a perfeição.

Eu não posso mudar o que você pensa, mas eu posso mudar o que você vê.

As pessoas têm esse conceito errado de que pra viver a vida é preciso se gastar. Não vejo onde isso é viver, mas enfim.

Olha porque quer, vigia porque quer, quer porque quer, sofre porque quer.

Não perco nem um minuto
com gente rasa...
se não dá pra eu mergulhar
não fico boiando
na superfície.