Coleção pessoal de naianabbrum

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Talvez engenharia não soe tão poético quanto música, arte ou teatro. Nem tão heroico quanto medicina. Mas eu enxergo uma imensa beleza no criar. E sendo feita a imagem e semelhança do criador do universo, eu tenho isso dentro de mim, que transcende um amor por construir. Afinal, a vida é uma obra infinita, mas ta tudo certo, eu sou engenheira.

Tenho duas políticas para viver bem comigo mesma. A primeira é: se eu quiser, eu consigo. E a outra é: quando eu quiser, eu procuro.

A vida é assim: algumas pessoas vão ter coisas de graça, sem fazer muito esforço ou merecer. Outras, vão ter que lutar o dobro pra conseguir. Não é que a vida seja injusta, ou que Deus ame mais algumas pessoas do que outra. A vida é do jeito que tem que ser. Como uma história, uma novela, um filme. E quem escreveu a vida é quem decide; quem vai correr muito, quem vai correr pouco ou quem simplesmente não vai correr. Porque só ele enxerga o que espera cada um lá na frente.

Um grande problema do ser humano, é querer fazer de pessoas comuns, heróis. É daí que surgem muitas frustrações. Essa necessidade descabida de ficar endeusando criaturas simples e mortais. Só existe um herói, pra mim e ele também vestiu carne e osso pra mostrar que não tem nada de glamuroso nessa fantasia.

Cheguei numa fase agora que eu concordo com tudo e todo mundo. Sorrio, aceno com a cabeça e concordo. "Uhum, ahãm, é mesmo, é verdade". Preguiça de discutir, convencer, dar sentindo a alguma coisa. Preguiça! Por isso entrei nessa fase: concordo com quem concordo e com quem não concordo também.

Gosto de música que me quebra as paredes, de ter opiniões que permitam me assumir errada, de filmes que não façam sentido assim como eu também não faço. Gosto de comida psicodélica e lugares deliciosos. Gosto de companhia e riso alto, mas também gosto de ficar só num lugar só meu. Gosto de encarar coisas bonitas por longos instantes como se o tempo parasse e me esperasse olhar cada detalhe. Gosto de despir almas e descobrir segredos. Gosto de fazer caminhos nada práticos, gosto do prazer de pôr pra fora um arrependimento. Gosto do gosto que dá em fazer algo pro outro: assistir o seu filme, comer sua comida, às vezes com muita dificuldade ouvir sua opinião. Gosto da busca da harmonia, da troca, da beleza, da equivalência. Gosto de gente que é gente e que me permita ser gente também.

Na boca levo flores,
quase sempre amarelas
que é da cor do ouro.
e na cabeça,
carrego uma coroa.
parecem raios de sol,
mas é um coroa
coroa de fogo
herdei do meu Pai.

que as vezes é preciso quebrar a linha
pra ficar interessante de se ler
e as vezes é preciso quebrar a rotina
pra ficar bom de se viver.

Com 24 anos, a pessoa não tem passado. Tem uma coleção de assuntos mal acabados, e só.

Na baixa idade média houve uma epidemia conhecida como "peste negra" - a peste negra foi uma doença causada por bactérias transmitidas pelas pulgas de alguns roedores.
Eles sofreram a maior pandemia por causa dessa doença. Morriam animais, gente, planta, solo, raíz, mais gente. E como naquela época a europa era cegamente cristã, muitos acreditavam que aquilo era um castigo divino, pelo período de depravação que a sociedade enfrentava e pelos hábitos pecaminosos do povo - isso inclusive tem nos livros de história.
Tudo era infectado, ninguém chegava perto de ninguém e em Londres, teve um acontecimento chamado de "o grande fogo", onde as pessoas queimavam casas feitas de madeira, que acreditavam ser o causador do problema. Umidade, escuridão, pó de madeira chamam ratos, ratos chamam pulgas que chamam sujeira, sujeira chama bactéria que chama a doença.
Durante certas pequenas guerras que um povo tinha com outro, uma das maiores armas era a catapulta com cadáveres - eles pegavam o corpo contaminado de alguém morto pela doença e jogavam do lado adversário.
Nessa brincadeira, no período da peste negra, os soldados turcos mataram mais de 25 milhões de pessoas em 4 anos. Apenas jogando corpos adoecidos dentro das cidades inimigas.
Ás vezes, satanás faz isso com a gente: pega um cadáver infectado, fedendo, doente e joga na nossa vida pra nos adoecer também - e nos matar.
Às vezes adoecemos mas não é nem com os nossos problemas, e sim com a quantidade de gente morta do nosso lado.
A epidemia de hoje é a depressão, a solidão, a ansiedade, o nervosismo, a baixa autoestima, a falta de amor próprio, a superficialidade, a vaidade, a libertinagem. As pessoas estão doentes e continuam transmitindo isso pro mundo.
As mentiras que o diabo conta, as inversões de papéis, as desconstruções de valores. O mundo está doente e a igreja está se infectando também.
Porque corpos são lançados diariamente perto de nós e ao invés de acharmos uma solução para a epidemia, nós alimentamos os ratos. Que continuam se multiplicando. E ao invés de sermos a cura, estamos morrendo junto.
Então, que possamos fazer como no grande fogo e deixar que o Espírito Santo de Deus queime as nossas casas. Porque o fogo é depurador. E A bíblia diz em Hebreus 12:29 que Deus é fogo consumidor e ele quer queimar as nossas casas. Ele quer ir no causador do problema e afastar de nós o que causa escuridão e sujeira e doença.
Ele quer nos sarar e nos dar a saúde do corpo de Cristo. Que do mesmo modo que o diabo marcou essa geração para ser a geração das epidemias de depressão e baixa autoestima e prazeres momentâneos. Deus quer nos marcar para sermos sarados e espalhar a cura e contaminar as pessoas com o amor do Cristo Salvador.
Somos a geração, a raça eleita, o sacerdócio real, o povo de propriedade exclusiva do Pai (1 Pedro 2:9). Por isso, eu decide me sarar e espalhar cura para os que chegam perto de mim. Se decida também. O mundo precisa de pessoas saudáveis e só há um remédio.

Quando diferentes pessoas dizem repetidamente que somos de um jeito ou de tal jeito, começamos a acreditar - ainda que não seja verdade. E eu acreditei por muito tempo que não era paciente, mas sou sim. Sou paciente e descobri ontem, apesar de ter andado a vida toda desconfiada disso, ontem eu tive certeza. Com licença, vou repetir mais uma vez: eu sou paciente. Queria muito poder contar com nomes e detalhes o que aconteceu e me levou a essa conclusão, mas isso aqui é prosa, então vou deixar pra crônica. E como prosa tem essas coisas doidas de metáforas, lá vai: Sabe aquela pessoa que já tirou seu sono algumas noites? E você passava horas do seu dia pensando nessa pessoa. Dai você começa a criar expectativas e imaginar um possível futuro e se torna ansiosa pra não repetir o mesmo erro dos 70 anteriores. Mas de repente você se magoa, porque esse alguém "até te achou divertida e muito, mas muito legal, com um papo legal e um astral legal e um sorriso legal, mas não quer a mesma coisa que você no momento". E aí, esquece o possível futuro e pula pro número 71, porque outro erro já foi cometido. E engole o choro e fica mais umas duas semanas no processo de esquecer a pessoa e desapegar das conversas e blábláblá. Eu chorei por umas semanas e passei pela crise da falta de amor próprio. Fiquei vigiando esse tal alguém pra ver a hora que entrava e saia das redes sociais e via as fotos que curtia no instagram e ficava paranóica tentando imaginar com quem conversava. Normal. Sofri, esquentei um pouco a cara, engoli mais choro, passou. To limpa há uns meses e quando eu quis partir pro erro número 72 (lembrando que 70 é um número faz-de-conta), a vida, a sorte, o destino, a coincidência, os chakras, seja lá o que for; decidiu se lembrar um pouco de mim. E me mandou uma mensagem dizendo: "Oi, saudades de vc." E pra evitar alongar conversa, menti dizendo que estava com alguém. "Cara de sorte" disse ele. E durante essa última semana, minha caixa de mensagem anda coloridinha. Acho que recebi umas 20 mensagens das 72 que tinha pra receber. Tá achando que é mentira né? Eu também to desacreditando. Mas eu sou paciente e até eu sabia que isso iria acontecer um dia, simplesmente porque eu mereço. Vou repetir: eu mereço. O universo precisa me retribuir. Eu e aquela pessoa? Ainda queremos coisas diferentes. Porque ele tanto faz; agora eu quero algo espetacular e a partir de ontem não me conformo com nada que seja menos do que eu mereço. E isso aqui não é mais um textinho desses que andam no facebook pra autoajuda. É prosa de autoafirmação! Não sou o que 72 pessoas erradas falam sobre mim em momentos errados. Sou paciente e pra quem sabe esperar: o mundo dá voltas.

Não sou de extrema esquerda, então me sinto livre pra discordar de muita coisa do comunismo. Existe a questão social e existe a questão moral. E por mais parecidas que sejam, não podemos confundir. O meu valor moral, as minhas crenças e a minha educação é algo individual. Sei muito bem da relação marxista com o cristianismo e não vejo pseudo-intelectualismo nenhum em simpatizar com o socialismo. Gosto da maioria das propostas, me identifico com a ideologia e ponto. Mas não preciso ser extremista a ponto de negar meu caráter cristão. Aliás, nada muito extremo tem fundamento.

Eu ando tão sem humor, tão sem temperamento, que estou gostando do estrago que tenho feito. É uma espécie de compensação pelo tanto que eu já engoli dos outros. Não me sinto mais na obrigação de ser justa ou cordial, sabe? Não acho mais que preciso mostrar que entendo o mundo inteiro, porque ninguém se preocupa em fazer o mesmo por mim. É como se um monte de gente tivesse se jogando em cima de mim e eu amortecendo a queda, o tempo todo. Mas quando eu jogo uma pequena parte de mim, nunca tem ninguém pra segurar. Eu tenho caído no vazio todos esses anos, pedaço por pedaço. E parece que a vida ainda exige que eu esteja inteira e plena e segura. Eu não consigo lidar com os sentimentos e as emoções de mais ninguém, é muita coisa pra tomar de conta. Primeiro eu, depois o resto; e vai ser nessa ordem de egoismo, sim. E não me venha com "melhor é dar do que receber". Atingi o limite de dar sem receber nada em troca, chegou a hora do universo me retribuir.

É que às vezes, a impressão é de que todo mundo ao meu redor é mais alegre. E eu to sempre com esse meio sorriso, meio perdido, meio sem graça. Fazendo nada, sonhando nada, conquistando nada. Inerte. A impressão que dá, é que todo dia tem uma festa no quintal de alguém. E que eu não tenho nem festa, nem quintal. Mas vai ver é só impressão.

Eu ando tão sem humor, tão sem temperamento, que estou gostando do estrago que tenho feito. É uma espécie de compensação pelo tanto que eu já engoli dos outros. Não me sinto mais na obrigação de ser justa e cordial, sabe? Não forço mais, só estou sendo. Não acho mais que preciso mostrar que entendo o mundo inteiro, porque ninguém se preocupa em fazer o mesmo por mim. É como se um monte de gente tivesse se jogando em cima de mim e eu amortecendo a queda, o tempo todo, com tudo o que eu tenho e sou. Mas quando eu jogo uma pequena parte de mim, nunca tem ninguém pra segurar, pra me segurar. Eu tenho caído no vazio todos esses anos, pedaço por pedaço. E parece que a vida ainda exige que eu esteja inteira e plena. Não sou tão forte quanto pareço ser, nem tão dona de mim, nem o que a maioria acha, nem tão tão. Mas agora, por hoje, apenas estou sendo.

Você ouviu o que tinha para ouvir até o final, ou parou de escutar na parte que discordava?

É muita gente pra dizer o que tá errado e pouca gente pra mostrar alguma solução.

Toda vez que eu ouço alguém falar sobre "a pessoa certa", meu eu lírico desmaia três vezes com sintomas de náuseas. Porque se basear na afinidade, compatibilidade, ou conexão, atração, no gostar ou querer bem, isso não é certo. Isso não torna a pessoa certa. Se fosse assim, só ano passado eu achei a pessoa certa umas dez vezes. Não existe isso de certo, existe a pessoa com quem você decide sossegar, mas é preciso maturidade. E é tão essencial respeitar o tempo, o espaço e as circunstâncias que isso sim, torna tudo certo.

Essa necessidade descabida de mostrar ser, não é comportamento de gente em paz.

Sabem que amam, mas não sabem porque amam.