Coleção pessoal de muriloamati
A fala que suscita repreensão àquele que a expressa, essa sim é revolucionária, porque coloca em funcionamento o mecanismo do raciocínio.
A fala que suscita ovações não tem poder transformador, porque ela só representa os pensamentos que já estão formados, ou seja, preconceitos.
Como desde pequenos temos ideias capitalistas incutidas, aprendemos que só vale a pena trabalhar em troca de dinheiro. Nossa função na vida passa a ser acumular riqueza. Então, se perdemos o emprego, ficamos parados, porque é inconcebível - para nossa sociedade - trabalhar sem ser por dinheiro. Por isso o trabalhador que joga a moeda e o mendigo que a recolhe são dois seres da mesma natureza, mas um empregado e outro não.
Eu divido a Humanidade em duas metades: de um lado os que gostam de mim e concordam comigo. Do outro, os equivocados.
Ser poeta é muito bom porque eu não tenho nenhuma obrigação de veracidade. Eu posso mentir à vontade, cientista é que não pode.
Havia coisas acerca das quais eu antes possuía um conhecimento certo, ao menos na minha opinião, e na dos outros. Pois bem, essa espécie de estudo chegou a produzir em mim uma tal cegueira que desaprendi até aquelas coisas que antes eu imaginava saber.
Saber que não encontrará respostas para algumas questões é sabedoria, mas deixar de procurá-las é tolice.
Nenhuma pessoa é mais poderosa que o debatedor cujo discurso se faz sentir, mesmo quando está ausente.
O conhecimento científico não basta ao progresso de uma sociedade. É necessário também o desenvolvimento moral, sem o qual as pessoas vão buscar na ciência apenas as respostas favoráveis a seus interesses individuais.
Somente uma coisa me fascina: aquela em virtude da qual me sinto livre na sujeição, contente no sofrimento, rico na indigência e vivo na morte.
Se alguém desejar perceber a distância que pode haver entre os “fatos” e o significado dos fatos, permitam que esse alguém entre no campo da discussão social. Muitas pessoas parecem supor que os fatos carregam em si o seu significado, na sua própria face.
No fim das contas, a teoria é a mais prática das coisas, porque, tendo sido resultado do estudo das coisas no aspecto mais geral possível, acaba por se tornar de utilidade universal.
A não existência de cooperação ou interação entre ciência e filosofia levou a chamada "ciência da educação" a não "ter" filosofia, o que corresponde realmente a aceitar a filosofia do status quo e a trabalhar no sentido da tradição escolar.