Coleção pessoal de mucio_bruck

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Sempre e sempre...

Faço o que desejo pela alegria de fazer
Compactuo com o cerne de minha razão
Realizando o sonho e a felicidade de tantos
Mas, faço em troca da alegria, da realização


Não me limito aos meus limites que tantos são
Supero barreiras, me entrego são e incontinente
Sustento meu sonho de fazer acontecer o do outro
Porque não sou desses que ouve indiferente


Me fiz quem sou sem caminhar à frente
Jamais ficando para trás nessa jornada
Que muitos chamam de vida ou destino
Sigo sempre lado a lado... sou mais vivo


Que me importa as críticas de muitos
Por ser quem e como sou, se assim sou?
O que me torna gigante em meu ofício são
É a entrega, é ser milagre talhado a doação

À deriva...


Quem foi que disse que não há perigo
De se ser sincero pra quem só olha
Somente para o próprio umbigo
E se nega a ter na vida um amigo?

Quem foi que disse que é vaga
A intenção de justeza no desejo
De se fiar na honra e na retidão
Mesmo que na cisma de um coração?

Quem foi que disse que é mouca
Desatenta, ignóbil e indiferente
A ciranda que, inquieta se dança
Nas emoções que seu eu não alcança?

Quem disse é pequeno em si mesmo
E desconhece os mistérios e o navegar
Das naus que se lhe flutuam à deriva
Pejadas e insólitas, já desencantadas

Traduzir-se...


É, necessário que, a princípio, sejamos leais aos nossos bons hábitos e sinceros princípios (se os tivermos, é claro), mesmo que não sejam eles aqueles em que há sequer uma centelha de Luz Divina, sem perda da verdadeira identidade!

Somos o que fazemos e a tradução de quem somos reside exatamente ae: se fizermos o bem, a vida se encarrega de nos agraciar com uma alegria autêntica, capaz de nos encantar ao ponto de, mesmo sem percebermos, temos a certeza de que, de alguma forma, temos a nossa Fé renovada, essa evidência se dá no reparo um olhar recebido ou na fala do agradecimento que venha do coração.

Essa é a "vitrine", de quem certamente somos e nos tornamos no decorrer da vida,

Cada ato sincero de benfazer lapida e trás mais luz, abençoando e agraciando nossa alma que, pouco a pouco vai sendo "talhada" por um Ser Divino.

Mas, se, ao contrário se der, ou seja, se pouco nos importamos com o sofrimento alheio ou para ele, de alguma forma contribuirmos, nesse interin, o prazer de se sentir bem nos abraça, e se instala-nos o mal e isso propicia, situar-se a crueldade e a hediondez em nossos atos, a perspectiva será a de que jamais haverá um Santo a nos socorrer, ante numa necessidade!

Nossa moral nasce a partir de nossas opções, por isso prevalece o desejo de buscamos caminhar na Luz: fazer da retidão e da beneficência, um estandarte com sinais e desejos de bem, um bem não "fabricado", mas um que é vivo em nós, nascemos já, donos dessa bendição!

Milagre da Fé...


Meu destino era via traçada
Nos idos de janeiro de 1961
Partir, sem minha mãe merecer
Em parto prematuro, inseguro de ser

Seus gritos não eram de dor
Eram de uma mãe que queria ter
Nos braços, a vida evoluída no ventre
Mesmo que imaturo naquele repente

Mas lhe vieram vis intempéries
Tanto tempo antes do tempo certo
E sangrou, sangrou tanto e muito
A se lhe precipitar a vida romper seu fio

Tocou-lhe a face um calor de amor
E pôde ouvir ao longe uma voz serena
Que a consolou e deu segurança
Reavivando a Fé, boa Graça e esperança

Por um instante, deixara seu corpo
Deitada num leito, fim de seu trilho
Num repente, adornou-se de Luz Divina
Ouviu:"devolvo-te a vida e a de teu filho!

Não era pra ser assim...

Mas o Criador precisou de mim
Veio, me deu asas e coroou-me
Com áurea de Anjo e deu-me uma missão
Cuidar na terra de cada irmão com paixão
Ditou que vivente, residirei na eternidade
Agora, minha Santa Abençoada morada
E me agraciou estar presente, a cuidar-te
Desvelado e perenal, lídima amada

Não penses que vim a dizer-te coisas amargas ou insanas, posto que meus modos, não são desse quilate! Mas, direi-te, ameno e delicadamente, com leveza na alma e certeza no coração, desejava-te cuidar no jardim de meu eu, assim, a veria desabrochar e, por cuidado e destino, seria eu, eterno para ti!

Hoje, 21 de Agosto de 2019, completam-se exatos 30 anos da passagem do grande artista Raul Santos Seixas, também conhecido como "Raulzito, Maluco Beleza, Pai do Rock Brasileiro".

Nascido aos 28 de junho de 1945, na cidade de Salvador/Bahia, "Raulzito", em sua trajetória artística, gravou mais de 20 discos, teve cinco esposas e sofreu com o alcoolismo, que lhe rendeu uma pancreatite aguda, motivo de sua morte.

Seu estilo fundiu o rock com todos os ritmos brasileiros, do xote ao baião.

Minha homenagem a esse artista, um dos grandes mestres da Cultura Musical Brasileira que, ainda hoje, tem suas canções, reconhecidamente elaboradas em versos e mensagens cada vez mais atuais e que em sua carreira, arrebanhou uma incalculável legião de fãs e centenas de artistas que sempre cantam e regravam suas obras, para nossa alegria e para que nossa consciência de cidadania seja sempre resgatada em seus mágicos e inesquecíveis temas! Gratidão, "Raulzito"!

Juramento do Cuidador de Idosos

Eu juro, diante de Deus e dos homens, exercer a arte de cuidar, mostrando-me fiel aos preceitos da honestidade, caridade, do respeito e da dedicação a que fui imbuído e de livre e espontânea vontade, dedicar minha vida profissional a serviço da pessoa que já se encontra na sua melhor idade, seja no interior dos lares, nas Instituições de Longa Permanência para a Pessoa Idosa ou qualquer lugar outro em que ela se encontre vivendo, consciente de que meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, por preceito e honra, elevando manter os ideais de minha profissão, obedecendo, incondicionalmente, a ética e a moral, para o bem maior do prestígio e suas tradições. Cumprindo com zelo e fidelidade esse juramento, goze eu, para sempre, a minha vida, minha arte de boa reputação entre os homens, com entrega incondicional, utilizando toda minha capacidade com eficiência, respeitando a dignidade humana, jamais me servindo da profissão para corromper os costumes ou favorecer o que não for o bem cuidar.”

Basta querer...


Às vezes, a gente entende, num repente
Porque existem pessoas com alma de serpente
Não é para que sejam na vida, sobreviventes
Mas sim, para causar, à revelia, nocividades silentes


Quando descortinada tal intenção insana
Não basta abandonar esse alguém, se distanciar
Antes, há que se aproximar para revelar
Que quem vive do ódio, jamais saberá amar


Que malefício pode se perdurar ao beneplácito
A medida que se conter na feitura da iniquidade
Erudir, como plantar boa e sã semente, em efeito
Luzindo a si e ao outro que o mundo tem jeito

Usando o amor fraterno como meio de obter lucro...


Eu estava lá
Sua camisa lavada, gola furada
Lavada em amor de mãe, a secar no varal
Depois de um traiçoeiro sucedido mal

Eu estava lá
A espera-te em prece a chegar
Em saúde sã... sobrevivente
De um tiro jamais malente

Eu estava lá
No reverso da sorte vencida
Com o peito aborbido a prantear
Sua ventura inópia do acidentar

Eu estava lá
Segurando sua mão, insone
Feliz ao som de sua voz, inda ferido
A ver-te alimentar-se a se banhar

Eu estava lá
No correr de muitas suas alegrias
Na chegada de seu primeiro Fusca
No descortinar de Beth, primeiro amar

Eu estava lá
Chamado a ajudar a salvar um bebe
Que prematura, sua filha amada precisou
De um CTI para se salvar e não a faltou

Eu estava lá
A segurar uma mão tão pequena
Assistindo convulsões e cianoses
Chorando cada parada respiratória

Não, não deixei de estar presente
A cada um dos dois meses
Que na incubadora salvadora
Via médicos a realizar milagres

Eu estava lá
Pagando contas que minhas não eram
Jamais soubestes o quanto me foram caras
Tudo era por amor, não pelas custas onerosas

Eu estava lá
Ao seu lado, mesmo que não vistes
Enfermeiro cuidando de sua dor
Irmão a orar, até você acordar

Eu ainda estou aqui e sinto dores
Todas as dores do mundo me tomam
Não o vejo ao meu lado, não mais lhe sirvo
Ser justo e ter consciência não cabem em ti

Tudo podemos, meu amigo
Porque juntos, aprendemos a voar
E o céu se tornou, pra nossa alegria
Nosso território de sonhar, de ir e voltar
E sempre, retornamos mais nobres
Mais felizes, audazes e capazes
Caminhando seguros, fortes e destemidos
Pois, nossa amizade é sentida
É compromisso de honra, de bem querer
É dádiva que jamais irá se perder

Errei de ti...


Tens as chaves que acessam meu melhor
Os portões e as portas de minha candice
Recanto de um coração já descompassado
Onde vigora minha vida, tua eis morada


O que mais de mim esperavas?
Gastei meu suor, derramei meu sangue
Transbordei rios e mares de lágrimas
Inventei versos, rezas, findei terços


Me perdi no breu que em mim se deu
Caminhei sem rumo, passos trôpegos
Preso na dor atroz da ferida de uma saudade
Crucificada, maculada, mal insosso em meu eu


O que fostes minha, enfim? Namorada ausente?
Nada esperei em troca: sequer um olhar
Desses apaixonados, tomado de desejo
Trago no peito o lamento: o erro de saber amar

Há os que nascem livres e sabem quando e para onde desejam alçar voo e há os que nascem com a sina de serem cativos! Esses são os que mais necessitam de cuidados e atenção! Logo, aceitam que o "cárcere" não é uma prisão, mas uma morada. Se os libertarmos, a "natureza lhes torna um território inglório"!

Se me disseres que sou sua opção
De seguirmos juntos pela vida
De mãos dadas, ombro a ombro
Compartilhando ideias e sentimentos
Direi-te, sem pestanejar, de pronto:
"Faremos muito mais que isso"
Pois, a estrada que escolheremos
Trará oscilações, jamais decepções

A nau e o sonho...

Era tudo um imenso breu
Nada se via além da vante
Nada se ouvia, calmaria, fé e desejo
Eu, um Orfeu sem guerras

Em pequena nau adaptada para pesca
Buscava nas cordas arpejos esquecidos
Iscas alçadas em anzóis, adormeciam nas águas
À espera dos peixes, sempre bem vindos

Justaposta para o prazer da pesca
De nada carecia: vinho e amor havia
Para a aventura sonhada e de valia
Coragem habitava o peito: tudo se podia

Apagar da chama...


Não conheci amor outro, senão o seu
Mas, como disse o poeta, em sua inspiração
Em vívida experiência, ao amor verdadeiro
"Mas que seja infinito enquanto dure"


E se viver for sentir, em mágicos minutos
O arrepio na alma que silente se inquieta
Desde a alvorada até o dito consumar
De seu corpo a trazer-te ao meu amar


Infindos momentos, antecederão o encontro
Meu coração cativo, a perder o freio das batidas
E no entrelaço do abraço, ditarás a sentença ávida
Que seu ardor feneceu, saberei: valeste minha vida

Milagre da Fé...


Meu destino erá via traçada
Nos idos de Janeiro de 1961
Partir, levando meu filho desejado
Em parto esperado, mas fora do prazo

Meus gritos não eram de dor
Eram de uma mãe que queria ter
Nos braços a vida evoluída
No ventre, até o momento do nascer

Mas vieram-me as intempéries
Tanto tempo antes do tempo certo
E sangrei, sangrei tanto e muito
Que se precipitava a vida romper seu fio

Tocou-me a face um calor de amor
E pude ouvir ao longe uma voz serena
Que me consolou e deu esperança
Reavivava na Fé, boa lembrança

Por um instante, deixei meu corpo
Ao lado do leito, fim de meu tempo
Em pé, tomada de luz, ditosa e grata
Ouvi:"devolvo te a vida e a de teu filho!"

Versos de um reverso...


Caminho lentamente, renitente
Pisando pedras gastas, seculares
Molhadas pela fina chuva que cai
Lavando ladeiras, sequer me distrai

Sigo sem atenção por cada esquina
Encontro um pouco do eu que já fui
Um guerreiro sem guerras a lutar
Canoeiro que não aprendeu a pescar

Disparo olhares a lumiar neblina
Companhia fria, cinza, arredores sem som
Teço em mim um viver de desejos
Que enseja na chegada, ter seus beijos

Mas, se já não estiveres a minha espera
Apenas viajo em seu olhar e me vou
Me atenho na ponte que me presenciou
Talhar dois corações onde tudo começou

Através de teu eu...


Vejo-te com olhos de um louco
Sem quereres de nada aprender
Sem necessidades de nada ter
Sem enxergar postas armadilhas
Sem ater-me a vãs desejos

Atravesso teu eu e me conforto
Posso até ser teu aprendiz
Mas não pelo que fazes
Nem tampouco pelo que dizes
Mas para valorar minhas raízes

Vacante...


Amo-te muito
Como poucos sabem amar
Minha alegria, pouco sensata
Se cega, alvorecendo em penar


Amo-te tanto e tão distraído
Num sentimento que vaga
Entre o céu e uma estrada
Equivocada, tão distante de ti


Amo-te puro, mouco e sem voz
E a mim, nada mais importa, além de nós
E meu coração acredita e se entrega
Apaixonado, perdido... em elã assaz


Amo-te fiel e sem culpa
Sei de seus desatinos e venturas
Mas silente, ferido e distante
Desfaço os nós desse amor vacante