Coleção pessoal de Poetteus
Cada sentimento é um trecho
Cada trecho me rendia
Me rendia o desfecho
De uma nova poesia.
E o que tem dentro expor
Sem nenhum problema
De dentro pra fora compor
Nos dedos um novo poema
Me esvaziar num papel
Me jorrar de escrever
Mesmo fechado o tempo
Com palavras abrir o céu
Te molhar de chover
Nos trechos de um sentimento.
Entenda que boa parte ou parte inteira deste pouco caso e desapego impresso, é só atuação proposital, na intenção de lhe afetar. E se te quero tanto assim e não demonstro, é porque mais de você pode ser feito para que me conquiste. E não mostrar a entrega, quando já é seu meu coração, causando o medo de não mais o ter.
Onde sumir é a ideia. Realçar o abandono, provocando o gosto de fim. Pondo na tua mente uma incógnita, do motivo dos desprezos. Perdoe essa indelicadeza, é tudo fruto daquilo que um dia foi dor.
Perdoe essas muralhas e fortalezas, minhas barreiras e incertezas, que me impedem de sorrir.
Que me faz confundir o inofensivo, com algo nocivo, que possa me ferir.
Eu te quero bem. Só perdoe minhas cicatrizes, minhas tentativas infelizes, de um passado a interferir.
O embate nunca foi em ser minoria, e sim desunião. Exército que entre si diverge, criando maiores barreiras que as já postas. Mas só estamos aqui, por que vieram antes de nós. Exercemos nossos direitos, e ainda não como deveríamos, mas graças a cara que um dia foi dada à tapa. E os radares foram destruídos, sensores que barravam a ida e vinda, gerando perseguições de morte que perpetuam até hoje. Silêncio também é resposta, mas não quando se é um exército com um arsenal e muita bala. Calado é o acovardado, incubado, que omite suas verdades. Quem assume, luta, e não passa batido, passa batendo, com o punho doído, se defendendo.
Muito é fácil culpar pelo esquecimento, quando também nos esquecemos. Não lembrar é reciprocidade livre, além de ninguém ser insubstituível. Só some algo que se perdeu. E se perdeu, larga de mão ou procura? Laços foram feitos para serem amarrados ou cortados. Só se cobra presença, quando o seu afeto não tem ausência. Culpa é abandonar no passado o que tem significado, por um erro que não foi perdoado, um braço a torcer que não foi dado. É século XXI e distância física não impede contato. Quem esqueceu, esqueceu, isso é fato.
Vou limonando o que me limoar.
Adoçando o suco, desse azedo sumo,
Que o limoeiro da vida tem pra dar.
Era das Trevas
Geração Egoísta
Nação da Vaidade
Em Torno, Narcisista
À si Mente a Verdade
Século do Retrocesso
Tempo de Resguardo
Lixo em Excesso
Só Princípios Guardo
Refém da Poluição
Minoria com Valores
Embaçando a Visão
Temendo Opressores.
Há quem goste mesmo é das falsidades. Sorrisos e abraços, beijos no rosto e elogios forçados, antes de qualquer verdade que lhe doa. Há quem se aparte do que é bruto, sincero, do que não foi lapidado. Não sabendo lidar com a nudez da face, como se fossem grosserias as transparências, mantendo-se sempre perto do que é fútil e manequim.
Uso o que tenho, preciso do que possuo ou posso alcançar. Nem me lembro do que podem me oferecer, e se lembro, trato logo de um improviso que substitua. Conheço bem a face da humildade de saber pedir sim, é que minhas preferências tem sido pelos meus próprios joelhos se ralando na escalada. E esse fato não me isenta de dar a mão na boa vontade. Sei dar até o braço ao que carecer, mas jamais os pés que me trouxeram até onde cheguei.
Quando toda a pena vale, não é a distância que afasta, do contrário, é a que torna mais claro o caminho. E ainda que longo de ser percorrido, é nas resistências das extremidades, que se tem as certezas do que se quer e há aposta sem receio. Onde pra uns toda distância a visão turva, pra outros é o que ilumina nas estradas cada curva.
Desculpe-se você com a vida, e pare de culpá-la. Como um detetive sempre buscando um novo suspeito, culpado por seus crimes inafiançáveis. Já não cabe mais culpar a vida ou o que lhe venha acarretar numa infelicidade. Descubra o espelho. Se veja! Dói tanto assim se apontar? É tão difícil parar de procurar o erro ao derredor? Acha melhor endividar algo em culpa, do que assumir o que é defeituoso?
Água mole em pedra dura tanto bate, até que cansa e segue a corrente. E tanto ela bateu, por ser mole. Antes fosse sagaz, entendendo a natureza dura, rude e imóvel da pedra, quando a própria natureza destinada é ao mar.
Nunca se diminua para caber,
Se transborde de não se conter,
É aí que está o seu poder,
Antes de outra pessoa ame a você.
Tanto o lobo vestiu lã, que o cordeiro aprendeu a caçar pra vestir pele e também estar no meio da manada imperceptível.
É no amor que a gente realiza quem nós somos. Viver de forma egoísta, é nunca se realizar como pessoa. Independente de alguém ser chamado ao matrimônio, ao celibato ou sacerdócio, se essa pessoa vive para si mesma ou para o próprio prazer, ela não é feliz! Isso em qualquer âmbito de relacionamento. Se eu tiver uma amizade, não serei feliz buscando apenas a minha felicidade. Isso namoro, família, amizade, casamento... Falo de reciprocidade, sem isso não há plenitude.
Antes era chorar por ter o que eu não queria, querendo o que eu não tinha. Hoje é chorar por não ter o que eu não queria, mas tinha, não querendo mais o que eu queria, tendo o que eu não tinha.
Os ignorantes e os tolos, têm mais verdades que os sábios. Pois o que lhes é posto, crido é facilmente e sem consulta. Do contrário, os sábios todo conhecimento crivam num senso até chegar num fator.