Coleção pessoal de Moapoesias

181 - 200 do total de 792 pensamentos na coleção de Moapoesias

⁠A paisagem veste-se de noiva
Os caminhos congelam

Pobre gado!
Desespera-se pelo estábulo

Da boca verte fumaça
Um sentimento
sentido,
O tremor
do minuano zunindo,
O milho,
doce alimento

Noite impiedosa

Um filete de lua
tremelica...
gelado.

⁠Lua feita de silêncios
na calmaria noturna
A vida, inconformada,
tatua frases no peito

Pinta uma lágrima desmotivada,
amistosa,
- Do nada -

O futuro é desconhecido,
mas a noite é enluarada.

⁠No lado do carona,
a térmica na mateira

Da erva úmida,
o cheiro do mate

No rádio alguma música
regional

A paisagem bela
A serra
Os morros
A terra

Diante dos olhos
nuvens se movem
sem rosto

Dirigindo,
penso em Deus

Sou parte do mundo;
Sou tão pequeno!

Ligo as luzes,
Já é noite.

A estrada é solitária
- Sempre foi -
Reflexos luminosos
indicam sereno da madrugada

Peço a um anjo
que me guie

A vida não tem parada
Já, já
surgirá um novo dia.

⁠Manhã virgem de sol
Dor doída
que já não dói

A vida é um flash.

Ontem
ficou pra trás

Caminhos desbotam
as folhas faciais

Anoitece outono
para amanhecer inverno

E o frio aprisiona,

mas o colorido da primavera,
- Que dádiva! –
avança pelos dias de verão

E a liberdade de amar
o mesmo amor
- outra vez -
ilumina o coração.

⁠Viver é juntar pétalas
Formar rosas
de tempos
e ventos

Fora isso,
tudo é depois

Exceto nós
que somos agora

Em nosso Jeito
de não sermos.

⁠Onde foi que o vento virou?
Meus passos lentos
estão pesando

O cansaço senta-se à beira da estrada
e espera

Te prometi eternidade, vida!

- Fidelidade além do soneto –
Aberto, o peito expõe feridas
Aves pretas sobrevoam

Sombras passam em meu corpo
e sabem que ainda respiro
Me desejam morto.

O arame farpado
fere o vento
e a ferida arde

O sangue dolorido
espalha-se
e morre
na terra

A vida treme
Geme o fim

Adeus, eterno!

A morte ainda
é para sempre.

⁠A vida em espírito e corpo se formando
O vento embalando a luz
nas poesias lançadas ao ar

Canções intensas sem instrumentos
na ternura dos meus sentidos

Cresci admirando os caminhos,
colhendo belezas que as mãos alcançavam
- Lamentando as flores mortas –
e fazendo versos ofertados com carinho

Meus olhos anoiteceram
O silêncio me fez lembranças aos passarinhos

A vida é um voo constante.

⁠Pórticos rústicos
Alma em fuga
- Solitária -
Reflexo de luzes

Ventos de ausências
Suave récita poética
Som da lira
e as folhas dançam

Um passo
Mais um

E mais outro...

A distância!

Flor com a haste quebrada
a vida dá pouco
- Nada -

A pétala amanhece sangrando
... Mistérios
des (humanizados)

⁠A vista da vida
vinha dos olhos de vidro
das ventarolas das janelas

Descendo
a descida

Degrau
por
degrau

Lindo e límpido
como água do poço

Frescor da brisa
cheirando a flores

Zunido de abelhas
adoçando o sonho

Crescidos
os girassóis sorriam.

⁠Há paz em ver o mar
Sossego interior
alimentando o sol

Versos em suas ondas
lembram-me que ontem,
pensativo, contei estrelas

Na areia a gaivota
silencia o semblante

A tarde envelheceu...

- Sozinha -

O rio que brinca em mim
É infantil
É límpido

Águas saudáveis
que nem sei poluir

Coaxam as rãs animadas
A voz humana silencia
Sento-me à sombra marginal
extasiado a observar:
- Náiade não há -

A voz da natureza
muito tem a nos ensinar.

Ela mexia o café
Ele espiava o mar
Hialino olhar

Ela queria sol de bronze
Ele queria ondas
de mergulhar

Ao sol tornaram-se areia e mar.

Há um grito que não responde
Eco silencioso que soa longe

Solto no ar

A onda peleia com as pedras
-indestrutíveis -
Mar sem memória de marés
não é mar

Sal sem demasia,
apenas mar
sem sinônimos
nem significados

Arrojado,
céu azulado
A água passou:

é passado.⁠

Quero amanhecer ouvindo a voz do mar
e partir sem sonhos
- Pela areia molhada da esperança-
Recolher-me-ei às minhas espessas crenças
rumo a novas e sensíveis lonjuras

Vou ao encontro dos poetas de outrora,
trocar a vida pela poesia sem aflições;
Ouvir metáforas de mentes geniais,
nostalgias marcantes de outros jamais

Descansar os olhos turvos
em insônias tantas e indecifráveis.
Equilibrar-me no muro frágil
do abismo e do paraíso celestial

Poemas divinos me manterão ativo
sem ostentar nenhum glamour
Sensíveis versos líricos livres
Ternos, imortais, inesquecíveis;

- eternos -

⁠Pequena ilha
a milhas da costa
contempla o continente
e descansa
Fixa,
move o mar
Pássaro ínfimo
habita
Barco noturno,
distante
Luz móvel,
errante
Meus pés de areia
- Ilha distante –
Sopro de esperança,
vista que mal te alcança

⁠Deito meu olhar sobre o mar,
no instante em que a onda
mansamente toca meus pés,
trazendo vontades
não sei de onde,
nem de quê.
Ternas lembranças me percorrem
e um riso incerto voa,
saudoso das asas poéticas Pessoais
do mar salgado de Portugal.
Sou ungido
das tuas águas,
ó mar!
Sinto-me doce
ante teu sal.

Desejo abraços apertados
Sorrisos sinceros
Despedidas exterminadas
Amores sem debandadas.

Que a corrida não seja só pela vitória
Nem somente para constar na história
Que coisas ruins saiam da memória
Todos merecem um mínimo de glória.

O que mais quero, agora
É que todos possam ser felizes
Se existirem balas que sejam de anis
Que nada deixe profundas cicatrizes.

Que a fé não precise remover montanhas
Que medalhas não sejam apenas para quem ganha
Que todos tenham o poder da barganha
Que todos brinquem de ganha ganha.

⁠O cricrilar distante
Quebra o silêncio
Da noite insone.

Aos poucos cala-se o grilo
Da noite solenemente
Insone.

Lentamente adormeço.

Desperto do sonho
cheio de desejos
Vontade de morrer
Ou ganhar um beijo.

⁠Mãe cria os filhos com todo o amor
renuncia a tantas coisas pelo bem deles,
tudo o que faz, faz por eles e para eles.
Mãe de todas épocas
de todas as gerações
de todos os hábitos
de todas as crenças
de todas as regiões,
como mulheres vivem as diferenças,
como mães tem algo que é igual
esteja elas onde estiverem
seu amor é sempre incondicional.
Mães de todos os mundos
Merecem de Deus toda proteção
E quando elas vão embora
permanecem vivas nos corações.