Coleção pessoal de MIssias
Estou dormindo pouco,
É que estou sonhando mais.
Quando acordar e ver tudo isso passar,
Quero te abraçar,
Quero ver nova semente brotar
E lágrimas não mais derramar.
Senhor seja nosso guardião!
Banco do meu Jardim
Num banco ao lado de um toco,
Que um dia foi jatobá,
Esta era de muita idade,
Dela ficou saudade,
acabou -se em uma tempestade,
Deu lugar a um lindo e florido manacá
Sentados naquela
Bancada
Em noites de lua cheia,
ofuscada pela nuvem branda que a margeia
Quase a gente não a via,
Lá tinha muita magia
Eu e minha amada,
Para que falar de vida alheia.
Botina amarela
Na fazenda espinilho
Num lindo salpicado rosilho
Como regalo de criança
Guardarei essa linda lembrança
Uma boina de gaiteiro
Com seis anos muito faceiro
Um Galdério bem pilchado
Naquele corcel sem alguém do meu lado
Sorriso de jacaré esparramado
Um piá mais que arretado
Ganhei essa prenda singela
Trotando com estilo num embalo
Controlando o pomposo cavalo
Uma vistosa botina amarelas
Onde
Tenho contado com muita sorte
Com o tempo aprendi
Traçar na pedra o necessário corte
Como fez Miquelangelo na estátua de Davi
Muitas pancadas foi dada
Segurando em outra mão
O cinzel que me ajudava
Assim seguia a construção
Necessário manter o plumo
A parede no mesmo rumo
Uma luz sempre me guiava
Hoje vejo essa escultura
Que não falta nem moldura
Mas onde que será pendurada.
Politico
No Brasil temos muita corrupção
Prometem muito fazer
Mas é tudo enganação,
Querem receber só salario
não pensam na população,
Assim é o ignorante trapaceiro e ladrão.
O serviço é púbico o próprio seu nome já diz,
Mas o político pensa no dinheiro só para ele ser feliz..
Felicidade
Aínda há quem diga
Que Paz é trabalho sem fadiga
Nem seria verdade
Um céu sem tempestade
Na vida não ter decepção Encontrar na fúria o perdão
Um sorriso com a alma partida
E que a luta não esta perdida
Se acha então o segredo
Seguir sempre sem medo
Alegria no palco escondido
Amar sempre com pureza
Carregar no coração a certeza
Machucado mas nunca arrependido.
Sempre existirá uma ferida
Quando da partida
Se os lábios não se tocam
A alma se repele pois foi a primeira a sentir
E os olhos irão trocar o beijo da despedida
Ademir Missias
Tragédia
Que barulho assustador
Que grande explosão
Que fumaça que tragédia,
Grande destruição,
Quantas mortes, quanta dor
Cidade fantasma
Terra arrasada
Casas derrubadas
E até edifícios
Um terremoto, tremor de terra,
Fogos de artifício;
Vidas que lá se encerram
Coisa de demonio;
Nitrato de amônio,
Tragédia anunciada,
Estava ali armazenada.
Cavalgada para os Canteiros
Cavalgar em campos verdejantes,
Com amigos de perto e outros bem distantes,
Levantar cedo ainda sem sol com uma fina neblina,
Dividir a farofa e
Cruzar águas cristalinas,
Carregando a cangalha
O Burro chamado navalha,
Forte esperto e ligeiro,
Levando comidas e bebidas dos companheiros..
Cavalgada boa e organizada.
Antes fizeram a chamada,
Logo pedimos a Deus uma ótima caminhada,
Seguimos então com destino
Para os canteiros na pousada.
No caminho não queremos barulho!
Reclamou um velho amigo com o nome de Getúlio.
O Dedê um cara sensacional,
Sua mula machucou e passou mal,
Não pôde nos acompanhar,
Deixa pra outro dia então,
Não faltará ocasião,
Iremos te convidar!
Por caminhos cheio de pedras na vasta imensidão!
Uma conversa aqui outra ali
E nada de solidão.
Uma parada no curral das Pedras para um pequeno descanso,
Amarrei meu soberano um cavalo muito manso,
Uma cachaça boa, farrofa
Torresmo a mandioca,
Tava esquecendo a linguiça.
Ali ninguém tinha preguiça
Um descanso merecido,
Pois nada foi esquecido.
Chegando la pousada uma ótima recepção,
Soltamos nossos cavalos,
Mesa farta e comida boa tudo de bão.
Violão, bateria e cantoria,
Jogo de truco e nada de tristeza pois tudo era alegria,
83 cavaleiros ficamos grandes amigos até de pessoas que a gente não conhecia.
Pra relembrar essa passagem,
Daquela linda paisagem,
Que muito deixa saudades
de colegas de várias idades,
Eu fiz essa poesia..
Aos amigos de todas as cavalgadas Abraço !
Do Missias!.
Pobre Alma
Almas empobrecidas
Por faltas de candura,
Alarvadas por carência de doçura,
Em estado dilacerado,
Coração desvenerado,
Lágrimas deixados tantos,
Sofreguidas de encanto,
Antes fosse comovente,
Pungente soubesse amar
Deixar de ser carente
E a alma se salvar.
Nobreza
Estamento superior da sociedade
Sinônimo de aristocracia
Fragmentada por toda sua magia
Domínio e vaidade
Uma como militar e feudal
Contestando a de origem cívica e moral
D' outra com poder e sedução
Revestida de dons, prestígio e fascinação
D’alma nobre e benevolência
Deveras ignorância
Com poder de estender a mão
Diferente de todos animais
O homem que sabe mais
Nobre aquele que pede perdão
Viver é uma arte
Deste palco fazemos parte
Treinados a sermos artistas
Acrobatas equilibristas
Tecido grosso e listrado
Ambulante de palha e colchão amarrado
Fecha-se o tabernáculo
Continua o espetáculo
Circo
Grande circo de magias mil
Recoberto com lona azul anil
A atração estréia cedo
Com texto e com enredo
Viver é uma arte
Deste palco fazemos parte
Treinados a sermos artistas
Acrobatas equilibristas
Tecido grosso e listrado
Ambulante de palha e colchão amarrado
Fecha-se o tabernáculo
Vai-se a alegria
Romance ficção ou fantasia
Continua o espetáculo.
Ademir Missias 04/21
Divagando
Desatino de tantos desdenho
Noites frias encolerizado pelo coração que batia
Benesses de amores adormecidos que tenho,
Ábdito da flama que por ti entreouvia,
Propinguo ficar ilharga deste castigo ilhado
Por horas a ânsia de um novo dia,
Desadormecer e você ao meu lado
Isso me extasia.
AMIGO
A vida é apenas uma passagem
Neste mundo estamos de viagem
Se achar um grande ouro
Valioso é esse tesouro
Assim se vai devagarinho
Da juventude até a velhice
Com amor muito carinho
Com limite até pra idiotice
Buscando a felicidade
Sem usar da Maldade
Graças a grande sorte
Guarde bem esse amigo
Se precisar de-lhe abrigo Até que se quebre com a morte.
Busco
Um local de descanso,
Um abrigo de tempestade
Um pequeno recanto
Onde existe a felicidade
Um local de conforto
Bem aquecido
Neste pequeno porto
Não serei esquecido
Um recinto em casa
O coração sem brasa
Murmurio sem dor
Uma pequena janela
Um quadro em aquerela
Um oceano de amor.
Pouco me importa
Se desalenta ou exorta,
Tudo pouco importa,
Se os ventos vêm ou vão
Se versos de amores os são
Se é de bronze o sino
Ou se é de metal
Se deslinda o assassino
Em paz nesse natal
Se é de mim que se fala
Se o perfume pouco exala
Se veneno ou remédio
Descalço eu caminho
Encontro meu ninho
Assim cura o meu tédio.
Força
Ó Grande grande arquiteto
Além de qualquer Compreensão
Abre o meu coração
Com destino a um eterno afeto
Proporciona aos seres viventes
Através do seu emissário
Do pobre ao rico carente
A visão do interior necessário
Que o espirito de guerreiro
Do desvalido e humilde aventureiro
Medrando fascinante obstinação
Forças para carregar com firmeza
A tocha que ilumina e traz beleza
Jamais fraquejar nesta sedutora missão.
Ademir Missias 10/22
Guerra
Horas se vão! intervalo esquecido
Quando criança, tempo adormecido
Carrinho de roda descendo ladeira
Atrás do caminhão cheirando a poeira
Horas que se vão, anos dourado
Outono se foi, relógio atrasado
Inútil passado, longa espera
Nem sequer vi abrir a primavera;
Horas que chega em meio ao conflito,
Perde-se o lar houve-se grito
Imenso tremor de terra
Animais se espanta coisa maldita,
Tanta crueldade o mundo não acredita
Crianças morrendo na guerra.
A poesia acalma,
renova a alma,
planta a semente
refresca a mente,
Atrai a canção
Alimenta o coração
revigora o sabor e
renova amor.
Das manhãs de orvalho,
na estrada longa,
no atalho,
nos dias de chuva
em lua cheia...
E nas tempestades...