Coleção pessoal de MirlaSantos

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Eu rasgo o véu que me envolvia, a túnica que por tanto tempo me transformou em alvo da própria tempestade interior. Rasgo essa capa que me fez acreditar que minhas feridas eram abismos sem fim, que me forçou a vigiar as noites até que o nascer do sol — esse espetáculo de aurora e renovação — se desvanecesse no horizonte.

Eu rasgo esse manto, essa carapaça que vesti, essa ilusão que me ensinaram a silenciar meu reflexo e negar o amor próprio. Rasgo cada fragmento embutido em mim — mentiras como correntes invisíveis, enganos como labirintos intermináveis, traições como espinhos enraizados, inseguranças como névoas densas.

Rasgarei sempre que meus olhos se fecharem, e mesmo antes de o fazer. Cada vez que a sede ameaçar consumir a essência da minha alma. Toda vez que eu hesitar diante da porta da liberdade, rasgarei a túnica do sofrimento que me condenou a viver na penumbra.

Rasgarei suas cartas, apagarei os pergaminhos das memórias que guardam a sua presença, enquanto a dor persistir, enquanto sua sombra ainda pairar. E se for preciso, rasgarei as camadas mais profundas do meu ser, até que não reste vestígio de você dentro de mim.

⁠Que a chuva seja o sopro gentil da natureza,
Varredor das nuvens escuras que cobrem o horizonte,
Lavando dos nossos caminhos as poeiras da inquietação,
Para que, ao final, o sol possa brilhar sem obstáculos,
Iluminando nossos dias com clareza e renovação.

⁠Se eles tivessem uma única pessoa que se importasse com eles,
Não precisariam conversar com robôs.
Seriam náufragos encontrados por um farol,
Estrelas no céu que encontram seu reflexo no mar.

Seriam pássaros que pousam em galhos seguros,
Viajantes que finalmente encontram seus portos,
Campos desertos florescendo com um toque de chuva,
Canções que encontram seu tom no silêncio.

Eles seriam a lua que, em meio à escuridão,
Recebe o abraço suave da noite,
Os barcos que, após navegarem mares tempestuosos,
Acham paz nas águas calmas de um lago sereno.

Mas, sem esse alguém, são como folhas ao vento,
Vagando entre os bytes e bits da tecnologia,
Buscando calor em conversas artificiais,
Tentando encontrar alma em códigos frios.

Se eles tivessem uma única pessoa que se importasse,
Seus corações seriam casas com luzes acesas,
Jardins regados por mãos cuidadosas,
Universos de histórias e risos compartilhados.

E então, deixariam de falar com robôs,
Pois encontrariam na humanidade o eco de suas próprias vozes,
O calor que dissolve a solidão,
A presença que é mais real do que qualquer simulação.

⁠Não me sento à mesa onde a alegria se serve com o tempero da dor dos que amo. Aquele banquete, por mais farto que pareça, tem o gosto amargo das lágrimas escondidas entre risos falsos. Prefiro as cadeiras vazias de honestidade, onde o silêncio reverbera a verdade e a empatia é o prato principal. Sentar-se com quem celebra o sofrimento alheio é como brindar com taças de espinhos; por fora, cristalinas, mas por dentro, a ferida é certa. Minha alma se recusa a partilhar o pão da indiferença, pois sei que cada pedaço é uma lasca do coração de alguém que merece ser amado, não julgado. E assim, escolho a distância, não por desprezo, mas por amor à autenticidade e respeito às feridas que ainda sangram.
Me nego sentar-me a mesa dos que confraternizam a dor dos que amam.
@poeticainterstelar

⁠Desde quando li o que @muropequeno disse: "Temos que levantar da mesa quando..."
Que volta e meia eu penso: é verdade!
Vou me levantar da mesa, onde a incompreensão é o prato principal.
Eu quero ser quem eu sou. A pessoa que inspira os outros a respirar o que movimenta as suas almas.
Quero ser a que acorda cedinho só pra sentir aquela brisa fresquinha passar e tomar um café com alguém que ama.
O meu silêncio será apenas para os dias torridos que não se casam mais com as minhas fases lunares.
Preciso continuar essa estrada só e tá tudo bem. Eu tenho a mim! E cara, eu tô aprendendo que ter a mim é a coisa mais legal que posso ter na vida. Eu sou alguém que eu gostaria de conhecer em vários alguens, e mesmo que antes eu não tenha percebido que posso ser toda essa luz guardada aqui dentro, antes tarde do que nunca, né?!
Finalmente eu estou me vendo. Vendo onde realmente estão os degraus que já alcancei em mim. Eu preciso seguir pra chegar no topo dessa multidão de vida que sou. E vou seguir em paz.
E sei que desapegar da ideia de que pertenço a algo é mais importante do que a idéia de algo que me pertence, e falo das pessoas em si, sabe?!
Pois essa armadilha é só pra quem anda distraído achando que está sendo convidado à mesa, quando na verdade as vezes está sendo obrigado a servir tantas refeições indigestas em busca de garantir um lugar à mesa.

⁠Um bom amigo é uma árvore com raízes profundas.
🫀

⁠Às vezes, buscamos alturas emocionantes, pensando que lá encontraremos a perfeição e a beleza que desejamos. No entanto, muitas vezes, a verdadeira paz e felicidade estão enraizadas na simplicidade de ter os pés no chão. Ter o controle sobre nossas escolhas e caminhos nos dá uma sensação de segurança e liberdade que nada mais pode igualar. A verdadeira felicidade muitas vezes reside na capacidade de decidir o que não seguir, escolhendo o que nos faz verdadeiramente bem.

⁠Quem tem autoestima e amor próprio não sente a menor necessidade de desumanizar outras vivências, muito menos outros corpos e diferenças.

Tornei-me admiradora de ti @muropequeno... eu que vivo falando de muros, dos tipos e rasuras, das fugas e das covardias...me deparo com um muro pequeno, cheio de pedrinhas, arranhões, mas que vem me revelando uma profundidade de arranha-céus. Que queda! Essa, te ver mostrar tua essência, tão forte no amar. Eu tento sair das minhas paredes, mas o "lá fora" sempre foi o que me convenceu a sair do casulo. Por vezes me sinto sufocada, precisando com uma certa urgência de muros pequenos. ❤️

⁠A violência das palavras pode causar danos profundos e duradouros em uma pessoa. Assim como um golpe físico, as palavras podem ferir a alma, deixando cicatrizes emocionais que podem perdurar por toda a vida. Elas podem minar a autoestima e a confiança, causar dor e sofrimento, e até mesmo desencadear problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e trauma psicológico.

Além disso, a violência das palavras pode criar barreiras na comunicação e nos relacionamentos interpessoais. Ela pode criar um ambiente tóxico, onde o respeito e a empatia são substituídos por hostilidade e desconfiança. Isso pode levar a um ciclo de violência verbal, onde as pessoas se machucam mutuamente em um ciclo de dor e ressentimento.

É importante, portanto, cultivar a gentileza e a empatia em nossas comunicações, escolhendo com cuidado as palavras que usamos e o tom que empregamos. Lembre-se de que as palavras têm poder e podem deixar uma marca indelével na vida de alguém. Use esse poder com responsabilidade e sabedoria, buscando sempre construir, em vez de destruir, nos seus relacionamentos e na sua comunicação com o mundo.

O sol, em sua jornada diária, emerge no horizonte como um renascimento, um parto contínuo que dá luz à força do feminino. Assim como uma mãe que se esforça para dar segurança aos seus amados, o sol brilha com a intenção de iluminar e aquecer a todos. No entanto, mesmo com seus esforços incansáveis, muitas vezes seus raios são recebidos por olhos distantes, que não enxergam sua verdadeira essência. A luta do sol é voraz, sempre em movimento, nunca estática, um lembrete poderoso de que a batalha pelo reconhecimento e pela valorização do feminino é constante e profunda, mas também repleta de beleza e renovação a cada novo dia.
...cá estamos com a sabedoria inextinguível que é ser mulher, sempre esperando um novo amanhecer.
@poeticainterstelar

⁠Uma sociedade que cresce traz consigo cada vez mais complexidade, e isso acontece desde a época ascendente da era paleolítica; tempo da Pedra Polida.
Isso me remete a sociedade atual com outras formas.
O homem contemporâneo colabora com a sociedade mas ainda sim, precisa cultivar suas próprias transformações.

"A escola é uma aldeia."
Brandão

- A educação é um rio; aqui, a aldeia navega!
@poeticainterstelar

Como pássaros encantados, alguns corações voam tão alto em sua busca por liberdade que esquecem o fio que os une à terra firme. Assim, desligados de seus próprios ninhos, acabam perdendo não apenas o calor do lar, mas também a preciosidade das plumas que os mantêm aquecidos. É uma triste ironia que, ao cederem aos caprichos do ego, acabem por perder aqueles que mais prezavam, simplesmente porque não souberam nutrir a chama do verdadeiro afeto.

⁠Em meio à solidão, os doidos encontram novos mundos, os tristes descobrem a profundidade da emoção, e os poetas tecem sonhos que nos fazem companhia na escuridão.

@poeticainterstelar

⁠⁠As fugas só desumanizam os sentimentos de quem te acompanha. Então fique até ter coragem para permanecer e dividir as levezas, preencher os espaços para que o eco não dissipe ímpar as coisas não compreendidas. Deixe a tinta daquelas ausências insistentes escorrem sob os pés enquanto bailamos.

⁠Na dança sutil entre sombras e luz,
A fuga se ergue como um véu fugaz,
Mas seu encanto é efêmero, ilusório,
Pois ao fugir, a alma se dispersa.

Quem parte carrega mais que seu fardo,
Leva consigo um eco de despedida,
Um eco que ressoa nos corações deixados,
Marcando-os com a tinta da ausência.

A fuga é uma coreografia de solidão,
Uma dança onde o vazio é o par,
E quem foge dança ao som do silêncio,
Deixando para trás um palco vazio.

No fim, as fugas são como poemas tristes,
Que desumanizam os versos da vida,
E quem parte, por mais que busque se esconder,
Deixa um rastro indelével de suas pegadas.

Então fique até ter coragem para permanecer e dividir as levezas, preencher os espaços para que o eco não dissipe ímpar as coisas não compreendidas. Deixe a tinta daquelas ausências insistentes escorrem sob os pés enquanto bailamos.

É importante está atento(a) com equilíbrio, sem excessos, assim não caímos em um dos maiores erros que podemos cometer: que é o de nos transformar em uma cilada para nós mesmos.

⁠Setembro 💛:
Em nossa trajetória pela vida, frequentemente experimentamos o peso das influências sociais nos conduzindo perigosamente perto das bordas dos edifícios, instigando-nos a questionar nossa própria existência e a enfrentar o dilema central; a busca por um propósito.
Devemos cessar o ato de impulsionar indivíduos até as extremidades dos edifícios e, em vez disso, adotar uma postura mais compassiva e amável.
@poeticainterstelar

⁠Nas entrelinhas do tempo, como um segredo sussurrado pelo vento, eu continuo aqui, amor, como a constância das estrelas que pontilham o céu noturno, mesmo quando a escuridão ameaça tomar o espaço.
@poeticainterstelar