Coleção pessoal de michelfm

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⁠Pro Nobis Peccatoribus

Deus é uma imposição social,
nutrida no seio
das culturas humanas.

se você não acredita nele,
estará fadado ao instantâneo exílio
da humanidade. banido
da condição humana.

porém, toda crença que é imposta,
só pode gerar uma consequência,
o questionamento, a dúvida.

não se pode acreditar
no que é obrigatório,
naquilo que nos é obrigado,
só podemos desconfiar.

(Michel F.M. - Trilogia Ensaio sobre a Distração - 18/10/22)

⁠Manobra de Heimlich

apesar de vivermos
no pântano,
não é só o fato
de se banhar no lodo
que nos define,

mas também
nossa capacidade
de engolir sapos.

então restam
as seguintes perguntas:

sua goela
tem elasticidade
suficiente?!

e até quando
você terá estômago
pra isso?!

(Michel F.M. - Trilogia Ensaio sobre a Distração - 16/10/23)

⁠Torrões de Açúcar

neste emaranhado
de contradições
consiste nossa vida.

esquecemos
completamente
de ser felizes,

enquanto dedicamos
toda nossa energia
perseguindo a felicidade.

15/10/23

⁠Desandando a Massa e Vivendo nos Intervalos

fazer o mínimo é um exagero
demasiado. nossa meta
é não fazer sequer o mínimo.

todavia, nos propomos
atrapalhar a todos,
sempre que possível.

dedique-se ao incômodo,
semeie o desconforto,
seja picante e caótico.

produza nada,
contribua com ninguém,
seja um maldito colaborador.

concorde com o regresso,
colabore com a desordem,
semeie apatia e impotência.

viemos para empurrá-los do pedestal,
jogá-los ladeira abaixo,
rasgar tuas vestes caras,

furar teus pneus importados,
perder todo o seu lucro,
esgotar teus rendimentos.

derrubar tuas fronteiras,
queimar tuas bandeiras,
apagar seus slogans.

desprezamos tuas corporações,
odiamos alegremente tuas marcas,
martelaremos forte tuas máscaras.

socamos o desempenho
bem no meio da cara,
almejamos o prejuízo,

investimos para a falência.
por fim, namastêfoda-se
a esta pesada filhadaputagem.

somos a infecção generalizada
em sua bolha perfeita,
pomposa e purulenta, vazando.

que a fantástica fábrica de ilusões
exploda e seus pedaços decorem
o céu estrelado.

que toda certeza se torne um talvez
e que a noite nasça iluminada,
uma última vez, neste sonho desintegrado.

(Michel F.M. - Ensaio sobre a Distração [Trilogia] 13/10/23)

⁠Primeiros Batimentos
de um Corpo sem Vida

a fábula do sonâmbulo
desperto, pode significar
o que você quiser.

mas há uma questão,
que nunca é relativa:

existem sempre
duas versões
da história.

a primeira
é aquela que
o opressor conta

e a segunda
é a que ele oculta.

10/10/23

Mel

não havia nada de doce nela,
era fúria e vontade de poder.

a menos que ela
quisesse, ser doce,
nesse caso era glicose pura.

um olhar profundo,
um caminhar fluído,
um sorriso desconfiado.

por incrível que pareça,
nela, força e precisão
caminhavam juntas,
lado a lado, de mãos dadas.

percorria 800 metros,
na velocidade da luz.
podia ver através da tua alma
e ela via através da minha.

pequenos dedos entrelaçados,
uma flexão firme de joelhos,
força e precisão,
impecável.

11/10/23

⁠um brinde,
às ilusões infinitas,
de um mundo sem coração.

⁠façamos um brinde,
aos tratamentos paliativos,
que nunca resolverão
os problemas reais,
seculares e imediatos.

⁠há sempre um novo-deus,
a ser adorado.

⁠anestesiados
pela boa e velha
sociedade,
seguem remando
prum único fim,
a fuga da realidade.

recorrem às religiões,
ao consumismo,
recorrem aos salvadores
e às palestras de
empreendedorismo.

⁠eis aqui o culpado.
se temos que encontrar
alguém para culpar,

culpamos primeiramente,
a nós mesmos,
por nossa inércia.

e depois certamente,
culpamos também, o outro.

⁠[Anotação Apagada do Livro de Poções]

É impossível
Enfeitiçar um apaixonado,

Pois o apaixonado
Já se encontra enfeitiçado,
Pela mais poderosa
De todas as feitiçarias.

Não há magia neste,
Ou em qualquer outro mundo,
Que vença a tolice
De uma paixão.

08/10/23

⁠Não há magia neste,
Ou em qualquer outro mundo,
Que vença a tolice
De uma paixão.

⁠Bótons da Revolução e O Manual do Guerrilheiro de Férias

eis aqui o culpado.
se temos que encontrar
alguém para culpar,

culpamos primeiramente,
a nós mesmos,
por nossa inércia.

e depois certamente,
culpamos também, o outro.

o grande causador
dos males humanos,
em nosso tempo,
o sistema capitalista.

todas as doenças
relacionadas
ao estresse,

à desnutrição:
subnutrição e obesidade,

os cânceres,
as doenças
crônico-degenerativas,
psicológicas, cognitivas,
mentais,

tem sua raiz
e potência,
no estilo de vida
imposto pelo capitalismo.

mas a maioria
não está disposta
a pensar sobre isso,
não está disposta
a agir sobre isso,

e nem ao menos
sabe sobre isso,
e nem ao menos
sabe, que não sabe
nada sobre isso.

então, recorrem
ao uso da variedade
sortida de doping,
drogas suculentas,
lícitas e ilícitas.

anestesiados
pela boa e velha
sociedade,
seguem remando
prum único fim,
a fuga da realidade.

recorrem às religiões,
ao consumismo,
recorrem aos salvadores
e às palestras de
empreendedorismo.

há sempre um novo-deus,
a ser adorado.

façamos um brinde,
aos tratamentos paliativos,
que nunca resolverão
os problemas reais,
seculares e imediatos.

um brinde,
às ilusões infinitas,
de um mundo sem coração.

⁠Em todas tentativas falhas, fui assertivo

não acredito
que algo possa
ser respondido
com certeza
irrefutável,

não acredito
nem sequer
que algo possa
ser respondido,

mas ainda assim,
passo meus dias
irrefutavelmente,
a tentar responder
tudo.

07/10/23

[⁠Ainda Somos o Fio da Navalha]

Nós ainda somos melhores,
do que todas as coisas ruins
que nos acontecem.

Ainda somos amáveis,
apesar das situações odiosas
que nos acometem.

Nós ainda somos indomáveis,
mesmo com todas as forças
que nos submetem.

Ainda somos furiosos,
embora mergulhados nas letargias
que nos abatem.

Mas ainda somos selvagens,
apesar do severo condicionamento,
mesmo ainda que as rotinas perversas
insistentemente, nos adestrem.

⁠Mas ainda somos selvagens,
apesar do severo condicionamento,
mesmo ainda que as rotinas perversas
insistentemente, nos adestrem.



Ainda somos furiosos,
embora mergulhados nas letargias
que nos abatem.

⁠Nós ainda somos indomáveis,
mesmo com todas as forças
que nos submetem.

⁠Ainda somos amáveis,
apesar das situações odiosas
que nos acometem.